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Nestlé lança Gelato para entrar no mercado de luxo

Com os sabores caramelo salato, cioccolato nero, limoncello e vaniglia, a companhia segue a onda gourmet que já atingiu outros mercados

EXAME.com (EXAME.com)

Karin Salomão

Publicado em 20 de maio de 2015 às 09h34.

São Paulo - Inspirada pelos legítimos sorvetes italianos, a Nestlé lança a linha Gelato no Brasil. Com esse produto, a empresa entra no mercado de sorvetes super premium, já pensando em dominar o setor.

Segundo Rogério Lopes, vice-presidente de sorvetes, a marca busca alcançar as classes A e B. A linha Gelato foi desenvolvida no Brasil e o pote de 455mL sairá por R$ 23,90 em pontos de venda selecionados, inicialmente apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Com os sabores caramelo salato, cioccolato nero, limoncello e vaniglia, a companhia segue a onda gourmet que já atingiu outros mercados.

Em entrevista à EXAME.com, Lopes falou sobre as estratégias e os detalhes do produto premium .

EXAME.com - Por que decidiram investir em sorvetes premium? Qual o objetivo da Nestlé?

Rogério Lopes - Da mesma forma que, alguns anos atrás, a Nespresso conseguiu reproduz o expresso, que só era tirado por um barista em bom restaurante, também foi nossa ambição nossa reproduzir a textura de um gelato em casa.

Outro ponto é o nosso posicionamento. As classes A e B consomem 18% mais sorvete que a média da categoria. Além disso, o segmento super premium cresceu 17% no ano passado.

Em terceiro lugar, está a questão de sofisticação do consumidor brasileiro. Isso aconteceu em outros mercados, o consumidor está mais exigente.

EXAME.com - Como foi o desenvolvimento do produto?

Rogério Lopes - Para o lançamento da linha no Brasil, levamos dois anos. Fomos apoiados pelas pesquisas feitas nos nossos centros na Suíça, França e Estados Unidos.

Investimos mais de 10 milhões de reais e trouxemos a tecnologia desses países.

EXAME.com - Esse produto compete com outros da Nestlé?

Rogério Lopes - Não há nenhum produto que seja similar. O gelato vem ocupar um espaço muito diferenciado, diferente de sorvete.

Por causa do processo de produção específico, os cristais de sorvete também são menores, o que garante uma textura inconfundível. Ele tem uma cremosidade e untuosidade maior.

Você precisa abrir e esperar 10 minutos para que o produto possa reconstituir sua forma e cremosidade.

O formato é de 455ml, um pote diferente para um momento de consumo também diferente. A linha regular, e 1,5L, é mais compartilhada, consumida em família. O gelato de 455mL é para um consumo muito mais personalizado. Cada um pode escolher o seu sabor.

EXAME.com - A Nestlé vai entrar em um mercado, que já sofre concorrência das diversas gelaterias abertas nos últimos anos. Como irá lidar com os concorrentes?

Rogério Lopes - Não vemos as gelaterias como concorrência. Hoje, para tomar um bom gelato, você precisa estar perto de boas gelaterias. Além disso, o consumo só pode ser feito no local.

Outra opção para tomar um gelato é pegar avião e ir para a Itália.

Com a nova linha, oferecemos a possibilidade de comprar, trazer o produto para casa, para aquele jantar especial ou um filme.

EXAME.com - Os pontos de venda serão os mesmos das linhas tradicionais de sorvetes?

Rogério Lopes – Não, vamos vender em locais selecionados. Até a geladeira será diferenciada, toda preta, com adornos que lembram a arte italiana e uma sofisticação bem característica do produto super premium.

Até a distribuição será separada, feita por um caminhão específico, bem menor e bem mais ágil. Teremos também atendimento e vendedores diferenciados para a linha.

EXAME.com - E os ingredientes, também serão diferentes?

Rogério Lopes – Sim, as proporções, tecnologia e ingredientes são distintos. Optamos por usar creme de leite fresco. Ele tem uma complexidade de abastecimento bastante alta, mas é diferencial.

Também buscamos ingredientes muito autênticos, na busca por sabores específicos.

Como, por exemplo, no caramello salato. É uma fina combinação do dulçor do caramelo e sal marinho. Também usamos favas de baunilha de Madagascar, suco de limão siciliano e outros ingredientes diferenciados.

EXAME.com – Por fim, qual será o preço?

Rogério Lopes - Na loja, será R$ 23,90 por 455mL.

São Paulo – Domingo de Páscoa é dia de comemorar com a família e, quem sabe, ser presenteado com algumas daquelas inúmeras gostosuras de ovos de chocolate disponíveis no mercado. Quem também se farta com a demanda por esses produtos nesta época do ano são as gigantes do setor, um mercado tão concentrado quanto doce para as que reinam nele. Veja, a seguir, as 7 empresas que dominam as vendas de chocolate do país, segundo dados da Euromonitor.
  • 2. Mondelez

    2 /9(Happy Batatinha/Creative Commons)

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    Além de liderar as vendas de Ovos de Páscoa no Brasil, com marcas como Diamante Negro, Bis e Sonho de Valsa, a Mondelez ocupa o topo do ranking das maiores do setor. Divisão de guloseimas da americana Kraft Food, recém-fundida à Heinz, de condimentos, a companhia detém hoje 32,3% de participação no mercado de chocolates em geral no país.
  • 3. Garoto

    3 /9(Creative Commons)

  • Em segundo lugar, com 22,8% de participação de mercado, a Garoto aparece com marcas emblemáticas, como Serenata de Amor e Baton.A empresa foi comprada pela Nestlé em 2002, mas o negócio acabou barrado pelo Cade anos mais tarde e por isso os números das duas empresas são compilados separadamente.
  • 4. Nestlé

    4 /9(Getty Images)

    Dona de algumas das marcas de chocolates mais populares do país, como Alpino, Kit Kat e Suflair, a Nestlé já foi dona de uma fatia bem gorda do setor – mais de 40% em 2010, de acordo com a Euromonitor. Porém, o avanço da concorrência e o surgimento de novas rivais acabaram por colocá-la em terceiro lugar, com 21,1% de participação no negócio de chocolate em 2014.
  • 5. Hersheys

    5 /9(Flickr.com/westy559)

    Conhecida pelas barras que levam seu, a Hershey´s produz seu bombom Kisses em formato gigante nesta época do ano. A companhia americana passou a importar chocolates para o Brasil em 1998 e só em 2001 passou a fabricar produtos por aqui, depois de comprar a fábrica e marcas da Visconti. O negócio ganhou impulso depois da joint-venture fechada com a Bauducco, em 2008. Hoje, a Hershey´s é dona de 3,9% do mercado.
  • 6. Mars

    6 /9(William Hartz/Creative Commons)

    No país desde 1978, a Mars produz itens diversos de alimentos que vão de molhos para carnes a rações para bichos de estimação, e passou a produzir chocolates por aqui só bem depois, na década de 90. Hoje é dona das marcas M&M, Twix e Snickers e de 2,7% do negócio de chocolate do país
  • 7. Arcor

    7 /9(Divulgação)

    Em sexto lugar, a Arcor vem aos poucos diminuindo sua participação de mercado – era 2,6%, em 2013, e foi para 2,5%, em 2014 – mesmo tendo em seu catálogo marcas ainda fortes como Ben 10, Moranguinho, Tortuguita e Twister.
  • 8. Ferrero do Brasil

    8 /9(Divulgação/Ferrero Rocher)

    No Brasil desde 1994, a Ferrero do Brasil é dona da Nutella e também dos bombons Ferrero, que ganham versões especiais e inovadoras durante a Páscoa.A companhia conta com 1,9% de todas as vendas de chocolates feitas no país.
  • 9. Por falar em chocolate...

    9 /9(Divulgação Hershey´s)

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