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Nem só de Porto vive o Douro

A tradicional região vinícola de Portugal valoriza-se com a diversificação da produção de vinhos de mesa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h19.

O Barca Velha é um ícone dos vinhos portugueses. Com primeira safra em 1952, ele provou que o Douro, pátria do licoroso Porto e considerada a região vinícola mais bonita do mundo, também pode fazer vinhos secos de qualidade. Recentemente seus produtores anunciaram que o Barca Velha passará a chegar ao mercado somente uma década após a fermentação (até então, eram sete anos), quando está mais pronto para o consumo. Trata-se de um sinal de busca por diferenciação num momento de aumento da concorrência. O Barca Velha já não é mais a única referência do Douro. Concorre com marcas premiadas, como Quinta do Crasto, Quinta do Vale do Meão, Quinta do Vale Dona Maria e Pintas.

Nos últimos anos, vários produtores de Porto correram para fabricar vinhos secos, animados com a aceitação obtida pelos pioneiros nesse mercado. Tal movimento inflacionou os preços das uvas e dos terrenos com vinhas. "De cinco anos para cá, vivemos o fenômeno da especulação, com investidores comprando quintas por valores muito acima do mercado", diz o enólogo português Luís Soares Duarte. O preço da terra com vinhas saltou de 35 000 euros por hectare, há cinco anos, para algo entre 75 000 euros atualmente.

Agora, com o mercado mais competitivo, as empresas trabalham para se diferenciar pela qualidade e exibem os prêmios conquistados em publicações internacionais. Um grupo conhecido como "Douro Boys", formado por enólogos de cinco vinícolas da região, saiu na frente. Seus vinhos batem recordes de pontuação em provas às cegas pelo mundo afora. Outro grande desafio dos produtores da região é conseguir com tintos e brancos uma rentabilidade próxima à do vinho do Porto, que representa mais de 60% da produção local. A fabricação do vinho licoroso não requer barricas novas todos os anos e a perda com evaporação e borras é da ordem de 10%. Já os secos pedem barris de carvalho caros e novos ou com pouco uso, e as perdas chegam a 25% do total.
 

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