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Native vai fornecer 300 t de açúcar por mês para o Carrefour

A Native, empresa brasileira que é a maior produtora de açúcar orgânico do mundo, oficializou nesta terça-feira (23/09) um acordo para produzir cerca de 300 toneladas mensais de um açúcar especial para o Carrefour a partir de outubro. O produto é um intermediário entre o açúcar orgânico e o tradicional, e terá o Selo Garantia […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Native, empresa brasileira que é a maior produtora de açúcar orgânico do mundo, oficializou nesta terça-feira (23/09) um acordo para produzir cerca de 300 toneladas mensais de um açúcar especial para o Carrefour a partir de outubro.

O produto é um intermediário entre o açúcar orgânico e o tradicional, e terá o Selo Garantia de Origem da rede - a certificação criada pelo Carrefour assegura que o item é produzido de maneira ecológica e socialmente correta, além de rastreável. Isso significa que se o consumidor quiser, por exemplo, saber qual foi o lote de cana de açúcar que deu origem ao pacote do produto que ele comprou, é possível informá-lo. O açúcar especial deverá ser vendido nas lojas do Carrefour por um preço 10% superior ao do açúcar tradicional.

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O açúcar especial produzido para o Carrefour, explica Leontino Balbo Jr., diretor da Native, é quase um produto orgânico. Isso significa que o uso de defensivos químicos na lavoura de cana não é proibido, mas deve ser feito como último recurso. "Antes disso temos que recorrer a todos os controles biológicos possíveis", afirma Balbo.

Assim como no caso do açúcar orgânico da Native, a cana de açúcar que dará origem ao açúcar especial não será cultivada em áreas que sofrem queimadas. Muito disseminada na indústria do açúcar, a queimada é usada para facilitar o corte da cana, mas é uma prática condenável por causar o empobrecimento do solo, entre outros danos ao meio ambiente. Para fazer a colheita, entretanto, sem queimar as lavouras, é preciso usar máquinas, algo que a Native começou a fazer em 1988. Naquela época, a empresa usava protótipos desenvolvidos em parceria com uma fabricante de máquinas.

A Native já fornece açúcar orgânico para o Carrefour, entre outros produtos, desde 2000. As quantidades, entretanto, que Balbo não revela, são inferiores às que serão fornecidas do açúcar especial. "Os produtos com selo de garantia de origem do Carrefour representam uma boa transição", afirma Balbo. "Uma vez que conceitualmente, o produto orgânico ainda está muito distante do brasileiro".

Em 2002, a Native produziu 22 000 toneladas de açúcar orgânico e faturou 24,7 milhões de reais, valor que inclui também um percentual pequeno da venda de outros produtos, como café e suco de laranja. Desse valor, as exportações representaram 90%. Hoje, a empresa, que tem sede em Sertãozinho, interior de São Paulo, é dona de metade do disputado mercado mundial de açúcar orgânico. Uma posição difícil de manter. O motivo é que, embora o consumo dos produtos orgânicos cresça a cada ano, a capacidade instalada para produção de açúcar já supera em muito a oferta do produto. "Hoje, as usinas estão preparadas para produzir cerca de 120 000 toneladas, mas o consumo é de apenas 75 000", diz Balbo.

Este ano, a Native espera obter uma receita de 36 milhões de reais e o peso das exportações nesse resultado deve ser ainda maior. São as vendas para os outros países, diz Balbo, que financiaram os investimentos de marketing da Native no Brasil até agora.

Daqui para frente, entretanto, as vendas para o mercado interno terão que dar conta do recado. "Chegou a hora de investir na consolidação da nossa marca lá fora", afirma Balbo. No início de 2004, a Native começará a vender o açúcar orgânico com a sua marca para nove redes de varejo da Alemanha. "Já fazemos isso para a Coréia, Taiwan e Cingapura", afirma ele. "Mas será a primeira vez na Europa". Enquanto isso, a empresa tenta se adequar às exigências dos clientes. "Como o espaço das prateleiras na Europa é menor, estamos tendo que fazer adequações nas embalagens", diz ele.

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