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Mulheres são mais confiáveis em cargos de liderança, diz pesquisa

Segundo consultora, “ainda há a preferência pelo sexo masculino para cargos estratégicos, embora os homens tragam um risco maior para a empresa”

(monkeybusinessimages/Thinkstock)

Karin Salomão

Publicado em 14 de julho de 2018 às 08h00.

Última atualização em 14 de julho de 2018 às 08h00.

São Paulo – Elas ainda são minoria nos cargos estratégicos das empresas. No entanto, a presença de mulheres na liderança pode fazer com que as companhias sejam mais diversas, inovadoras e com maior crescimento a longo prazo.

Uma nova pesquisa descobriu outra vantagem da igualdade no topo: mulheres executivas apresentam menos desvios de caráter em relação a seus colegas homens.

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As mulheres exibem perfis de personalidade menos propensos a desvios de conduta que resultam em potenciais riscos para as organizações, de acordo com a Pesquisa Perfil Comportamental de Executivos: homens versus mulheres, elaborada pela HSD Consultoria.

Participaram do processo de avaliação comportamental 3,5 mil profissionais brasileiros, que ocupavam cargos de comando em médias e grandes corporações entre 2014 e 2017. Deste total, somente 26% eram mulheres.

Segundo a pesquisa, de todas as pessoas que participaram do processo, 27% apresentaram desvio de caráter. Entre as mulheres em cargos executivos, 20,77% demonstram o problema. Já o percentual dos homens é maior, de 29,2%.

Segundo Falchi, “ainda há a preferência pelo sexo masculino para cargos estratégicos, embora os homens tragam um risco maior para a empresa”.

A HSD avalia perfis comportamentais de executivos desde 2000, mas esta é a primeira vez que a consultoria segmenta os resultados por perfis de gênero. “As organizações ainda relutam em contratar mulheres para cargos importantes. Não é necessário que haja um programa de cotas, mas sim uma mudança de visão dos empresários”, afirma a presidente da HSD, Susana Falchi.

O estudo é feito por meio de entrevistas individuais e da aplicação de um conjunto de testes psicológicos e de inteligência. A avaliação é totalmente técnica, independente da percepção do interlocutor que o está entrevistando. “A partir daí, pode-se identificar motivações e valores, padrões de julgamento e estrutura da personalidade, os quais definem os processos decisórios”, diz a consultora.

No estudo, são considerados desvios de caráter características como interesses pessoais desmedidos, conflitos de interesses com atividades que levam a ganhos individuais e condutas moral e ética inadequadas. Essas características podem levar a ações como maquiagem de resultados, desvios de valores financeiros, manipulação de dados e pessoas e outros comportamentos de risco.

“Independente da questão de gênero, há um elevado número de pessoas com perfis comportamentais propensos à prática de atos condenáveis na sociedade e temerários nas empresas”, afirma a consultora.

Segundo ela, isso ocorre porque as corporações não se preocupam com a personalidade daqueles que contratam e valorizam apenas capacitação, preparo técnico, experiência e formação acadêmica. “As empresas precisam entender que o fator humano é elemento essencial em suas matrizes de riscos”, diz.

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