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Moody's eleva rating da Petrobras e muda perspectiva para estável

A agência diz que as ações nos ratings da petroleira refletem melhora no perfil de liquidez dela e no ambiente regulatório no Brasil nos últimos meses

Petrobras: o rating foi elevado de B3 para B2 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: o rating foi elevado de B3 para B2 (Dado Galdieri/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de outubro de 2016 às 16h30.

Última atualização em 21 de outubro de 2016 às 16h46.

São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's elevou os ratings da Petrobras de B3 para B2, citando menor risco de liquidez e perspectivas de melhor desempenho operacional da companhia no médio prazo. Ao mesmo tempo, a perspectiva dos ratings foi alterada de negativa para estável.

A Moody's diz que as ações nos ratings da petroleira refletem melhora no perfil de liquidez dela e no ambiente regulatório no Brasil nos últimos meses, que reduziram o risco de crédito da Petrobras.

A agência também cita um melhor sentimento do mercado em relação ao Brasil, após o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com resultante apreciação do real, o que reduziu os custos da empresa, seus gastos de capital e a alavancagem de seu endividamento.

"As ações também incorporam evidência recente da capacidade da gerência da Petrobras de avançar com suas estratégias financeiras e operacionais e seu compromisso com políticas financeiras conservadoras, como mostrado no plano de negócios de 2017-2021 da empresa, apesar dos grandes desafios de execução relacionados aos ambiciosos aumentos nos níveis de capital e na eficiência operacional", diz o comunicado da agência.

Para a Moody's, o risco de liquidez da companhia diminuiu nos últimos meses, após a venda de US$ 9,1 bilhões em ativos até agora neste ano e os cerca de US$ 10 bilhões em rolagem de notas durante o terceiro trimestre, que ampliaram o vencimento do perfil da dívida da empresa.

Antes da emissão de bônus em maio e julho, a empresa não havia acessado os mercados de capital desde junho de 2015, diz a agência.

A Moody's afirma, porém, que o risco de liquidez da Petrobras continua "significativo", com dívidas por vencer no total de US$ 27,3 bilhões nos próximos 2 anos e meio.

A agência também recorda que uma investigação criminal nos EUA relacionada a suborno e corrupção afetará negativamente a posição de caixa da empresa em um montante que ainda não está claro.

A agência também aponta que o comando da Petrobras tem demonstrado crescente autonomia na sua política de preços, após anunciar no dia 14 uma nova política para o preço dos combustíveis, com revisão mensal. A Moody's acredita que a nova política de preços lidará com seus dois principais objetivos: a retomada de fatia de mercado e também a redução do risco para o preço em momentos de preço mais alto do petróleo.

O plano de negócios da petroleira do Brasil foi apontado pela Moody's como "conservador" em suas metas financeiras, "porém a entrega real dos objetivos dependerá de um grande foco e disciplina gerenciais", diz o comunicado.

Para a Moody's, o plano é "desafiador", já que indica a redução da alavancagem líquida de 5,3 vezes em 2015 para 2,5 vezes no fim de 2018, com a melhora significativa na eficiência operacional e preços mais altos do petróleo.

A Moody's lembra, contudo, que esses preços têm se mostrado bastante voláteis nos últimos dois anos e podem continuar assim, em um quadro internacional de excesso de oferta e demanda fraca pela commodity.

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