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Minerva avalia capitalização de US$ 3 bi para tentar costurar fusão

O jornal Estado de S. Paulo apurou que assessora financeira próxima do Minerva está há seis meses costurando acordo para unir as duas companhias

Bolsa: na terça-feira, 5, as ações do Minerva subiram 4,58%, a R$ 8. Já os papéis da BRF tiveram ligeira alta de 0,74%, a R$ 24,57 (Ricardo Benichio/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de junho de 2018 às 09h38.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 09h40.

São Paulo - O frigorífico Minerva planeja fazer uma capitalização de até US$ 3 bilhões para depois propor uma fusão com a gigante de alimentos BRF , segundo fontes a par do assunto ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ainda não há proposta oficial na mesa. A companhia está conversando com investidores para tentar levantar os recursos antes de formalizar uma oferta. Na terça-feira, 5, as ações do Minerva subiram 4,58%, a R$ 8. Já os papéis da BRF tiveram ligeira alta de 0,74%, a R$ 24,57.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a Riza Capital, assessora financeira próxima do Minerva, está, há pelo menos seis meses, costurando um acordo para unir as duas companhias de alimentos. A informação foi antecipada pelo site Brazil Journal. A BRF é acionista do Minerva, com 11,62% da empresa de carnes. A gigante passou a ter participação acionária no frigorífico após vender unidades de carne bovina para a companhia no fim de 2013.

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A transação foi apresentada como estratégica para as duas empresas. Juntas, a nova companhia teria um faturamento de R$ 45,5 bilhões. A sinergia entre elas viria da distribuição de produtos no mercado interno e das exportações. A operação também foi apresentada como alternativa de capitalização para a BRF, que registrou prejuízo pelo segundo ano consecutivo, e teve suas atividades afetadas desde a Operação Carne Fraca. A fusão ainda fortaleceria o grupo frente ao concorrente JBS, da família Batista.

Vários investidores estão sendo consultados para fazer o aumento de capital do Minerva. Entre eles, o empresário Rubens Ometto Silveira Mello, fundador e presidente do conselho de administração do grupo Cosan, que é sócio da Raízen (joint venture com a Shell) e controlador da Comgás e da ferrovia Rumo.

Fontes a par do assunto afirmaram que o Ometto foi consultado para fazer aporte por meio de sua family office. A princípio, o empresário não teria aceito, mas não descartou totalmente ficar fora do negócio, se levado adiante.

Resistência

As primeiras conversas entre as duas companhias ocorreram no fim do ano passado, quando os principais acionistas da BRF estavam se desentendendo sobre os rumos da empresa. Há três semanas, o assuntou voltou à mesa, afirmou uma fonte próxima ao Minerva. A família Vilela de Queiroz, fundadora do frigorífico e que detém 27,8% da empresa por meio da holding VDQ, é favorável ao negócio. No entanto, encontra resistência de seu principal sócio, o fundo árabe Salic, com 20,8% da empresa. A gestora Saudi Agricultural and Liverstock Investiment Company, fundada pelo rei da Arábia Saudita, não investe em empresas que abatem carne de porco.

Desde que recebeu aporte do fundo árabe, no fim de 2015, o grupo vem buscando alternativas para expandir seus negócios. O Minerva foi, segundo fontes, um dos candidatos a comprar a National Beef, adquirida pelo Marfrig este ano.

Outro lado

A BRF e a Minerva Foods negaram na terça-feira, 6, em comunicado ao mercado, a formalização de qualquer fusão entre as duas companhias. "Não realizamos qualquer proposta de investimento", informou o Minerva. Já a BRF afirmou, por meio de sua assessoria, que não recebeu nenhuma proposta a respeito.

Procurados, o empresário Rubens Ometto e a Riza Capital não comentaram o assunto.

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