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Milton Maluhy Filho será o novo presidente do Itaú Unibanco

Maior banco privado do país afirmou que o processo de transição vai durar três meses, com Maluhy Filho, de 44 anos, assumindo em fevereiro de 2021

Milton Maluhy Filho (Itaú/Divulgação)

Milton Maluhy Filho (Itaú/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 19h55.

Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 14h53.

Itaú Unibanco anunciou na noite desta quinta-feira que seu conselho de administração elegeu Milton Maluhy Filho como novo presidente executivo da instituição. Milton substituirá Candido Bracher, que completa a idade limite de 62 anos ainda em 2020.

Durante os próximos três meses, ambos devem trabalhar em conjunto no processo de transição, a ser concluído em fevereiro de 2021. O anúncio ocorre às vésperas da divulgação do balanço trimestral do Itaú, que acontece na próxima terça-feira, quando os números deverão mostrar os efeitos da crise da pandemia de covid-19 sobre os negócios do banco.

    Em comunicado, o maior banco privado do país afirmou que o processo de transição vai durar três meses, com Maluhy Filho assumindo em 2 de fevereiro de 2021, enquanto Bracher retornará ao conselho de administração grupo.

    Milton tem 44 anos de idade e ingressou no banco em janeiro de 2002. Ao longo de sua carreira, ocupou as funções de gerente de câmbio, officer, diretor e diretor executivo de produtos, mesas e operações de atacado, diretor executivo da rede e de cartões, CEO do banco no Chile e vice-presidente da área de riscos e finanças.

    "Em todas estas posições sempre se destacou pela determinação na busca de resultados, pelo foco no interesse do cliente, pela capacidade de criar equipes produtivas e harmoniosas e pela grande identificação com a nossa cultura, o que o levou à posição de sócio do banco em 2011, aos 35 anos", afirma o Itaú em comunicado.

    A escolha de Maluhy para o cargo mostra a guinada do Itaú em um momento de profunda transformação do setor bancário no Brasil. Segundo o banco, as prioridades estarão voltadas para a digitalização das operações e a "busca incansável do crescimento em um contexto competitivo particularmente dinâmico, que exigirá de todos a dose certa de ousadia, inovação e experimentalismo, somados a uma atenção absoluta à execução".

    Um dos primeiros — e grandes — desafios de Maluhy à frente da presidência será manter a rentabilidade da instituição mesmo após o novo sistema instantâneo de pagamentos Pix e do open banking entrarem em vigor. As inovações são vistas como grandes fontes de pressão sobre as receitas dos bancos.

    Neste mês, o Itaú anunciou que irá lançar um aplicativo exclusivo para concentrar os investimentos de seus clientes. É uma base estimada em 2,9 milhões de clientes e mais de 700 bilhões de reais em ativos sob gestão. O app receberá o nome de Íon e já está no ar em fase beta, ou seja, para um número limitado de clientes. 

    O novo app é também mais um passo na ofensiva do banco para demarcar território no mercado de investimentos, em um momento em ocorre uma crescente migração de pessoas físicas e recursos da poupança e da renda fixa para as corretoras de investimento.

    A mudança também ocorre em um momento que os bancos, juntos, chegaram a perder mais de 400 bilhões de reais em valor de mercado no ápice da crise. 

    No mercado, o sentimento geral entre analistas e investidores é que as ações dos grandes bancos estão “atrasadas”, quase paradas no tempo: mesmo que muitos considerem que estão “baratas” devido às quedas dos múltiplos preço/lucro dos ativos (uma métrica para avaliar se uma ação está cara ou barata), o otimismo sobre o desempenho futuro dos papéis não tem surtido efeitos no presente.

    De acordo com analistas consultados pela EXAME, um dos motivos que têm deixado os papéis do setor para trás são as incertezas sobre a atividade econômica, que podem se refletir em uma disparada da inadimplência, com perdas para os bancos. 

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