Sócios da MeuChapa: startup de logística que conecta transportadoras a "chapas" capta R$ 6,1 milhões (MeuChapa/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 9 de maio de 2023 às 14h02.
Última atualização em 9 de maio de 2023 às 14h03.
O contato de João Biarari e Guilherme Fernandes com o setor logístico levou a dupla a vivenciar de perto uma das principais dores de empresas que precisam transportar produtos Brasil adentro: a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada para os processos de carga e descarga de itens, etapa das mais comuns para indústrias de todos os tipos.
Juntos, fundaram a startup de logística MeuChapa, que acaba de captar 6,1 milhões de reais em uma rodada de investimento pré-séries A, a terceira desde a criação da empresa, em 2019.
A rodada atual foi liderada pela GVAngels, rede de investidores anjo formada por ex-alunos da FGV, pela Tompkins Ventures e Venture Hub, além de investidores de longa data na empresa. Juntos, eles aportaram R$ 5,1 milhões. O valor restante veio da Yunus Social Business, organização de apoio ao empreendedorismo de impacto, em formato de Venture Debt.
A MeuChapa nasceu em Campinas, em 2019, com a proposta de ser uma plataforma de conexão entre empresas e trabalhadores de carga e descarga, os famosos “chapas”.
A startup funciona como um marketplace de serviços, unindo empresas que precisam de mão de obra temporária para a reposição de estoques ou carregamento e descarregamento de caminhões, por exemplo, a trabalhadores autônomos que se dispõe a realizar o serviço no período e local determinado.
A MeuChapa funciona aos moldes de um marketplace de serviços. De um lado, conta com uma base verificada de chapas, pessoas que se cadastram no site da empresa e ficam à disposição em caso de novos serviços. Do outro, com empresas que necessitam do serviço de carga e descarga de forma pontual. Atualmente, são mais de
Por meio de um aplicativo dotado de um algoritmo próprio e de geolocalização, a MeuChapa encontra esses profissionais e “dispara” uma notificação para aqueles que estiverem mais próximos às áreas em que a empresa fará o serviço de carga e descarga, já notificando sobre o valor do serviço e a distância até o local. O chapa, então, tem a opção de aceitar ou recusar o serviço.
O diferencial do negócio, segundo Biarari, está no fato da empresa ficar a cargo de toda a operação, do cálculo da quantidade necessária de chapas para cada serviço à seleção dos profissionais e elaboração de relatórios de acompanhamento para que empresas possam ver de perto o andamento dos serviços prestados.
"A contratação de um chapa é um pequeno pedaço de uma operação logística, mas que tem enorme peso sobre o todo. Sabíamos que ali existia um problema a ser solucionado”, afirma João Biarari , CEO da MeuChapa.
Segundo Biarari, a dinâmica traz eficiência, já que ajuda empresas a encontrar mais facilmente profissionais, economizando tempo e as poupando de tarefas consideradas arriscadas para o negócio. “O mais comum é vermos motoristas abordando chapas que aguardam em acostamentos, uma lógica perigosa e pouco eficiente para os dois lados”, diz. “O que trazemos é também a possibilidade de reduzir muitos custos”
Para os chapas, o propósito é promover o desenvolvimento econômico ao permitir que profissionais informais possam ter mais controle sobre suas jornadas de trabalho e geração de renda com mais segurança e previsibilidade. “35% das tarefas conectadas hoje dentro do nosso aplicativo são feitas em distâncias que podem ser percorridas a pé ou de bicicleta. Estamos criando oportunidades de trabalho acessíveis", afirma.
“Todo dia a gente acorda feliz para ampliar esse ciclo de inclusão. É muito gratificande”, diz Guilherme Fernandes, cofundador da empresa.
Biarari também destaca que, do lado da segurança, a MeuChapa trabalha em parceria com uma empresa de cibersegurança terceirizada, para a análise de dados dos chapas que se cadastram na plataforma. Esses profissionais também contam com uma cobertura em casos de acidentes e invalidez durante o período do serviço.
Com o novo aporte, o terceiro da empresa desde a sua fundação, a MeuChapa pretende investir em melhorias na sua tecnologia proprietária. Para isso, a maior parte dos recursos será usado para melhorias e desenvolvimento na plataforma.
O restante vai para a profissionalização da máquina de vendas e marketing da empresa, por meio da contratação de parceiros para a execução de estratégias Inbound e Outbound — duas diferentes maneiras de vender conteúdo de marketing por meio da internet e também de propagandas físicas.
“Acreditamos que o mercado brasileiro tem mais de 100 milhões de operações de carga e descarga por ano. Ainda tem muito espaço para crescimento”, diz.
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