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Metalúrgicos da Embraer ameaçam entrar em greve

O grupo patronal do setor aeronáutico propôs um reajuste de 5,35%, mas os trabalhadores reivindicam um aumento de no mínimo 10%

Processo de produção de um avião na Embraer, em São José dos Campos (Julia Carvalho/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h42.

São Paulo - Os trabalhadores da Embraer rejeitaram, em assembleia realizada nesta quarta-feira, 24, a proposta de reajuste salarial apresentada na terça-feira, 23, pela empresa, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (SindMetalSJC).

Em negociação com a entidade, o grupo patronal do setor aeronáutico, liderado pela Embraer, propôs um reajuste de 5,35%, mas os trabalhadores reivindicam um aumento de no mínimo 10%.

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Esse patamar de aumento será apresentado em contraproposta na próxima rodada de negociações, que são realizadas na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, não descarta uma paralisação, se não houver avanços.

"O sindicato está aberto a negociação, mas se a Embraer continuar com essa proposta rebaixada, vai ter paralisação", disse, em nota. Segundo o SindMetalSJC, um aviso de greve já foi protocolado na Fiesp, no dia 15 de setembro.

O sindicato afirma que, se as negociações não avançarem e os trabalhadores decidirem pela greve, os planos da Embraer de entregar o primeiro KC-390 para o Ministério da Defesa, programado para outubro, poderão sofrer atraso.

A entidade argumenta que a proposta patronal não cobre a inflação dos últimos 12 meses (setembro de 2013 a agosto de 2014), fechada em 6,35% pelo INPC, e não reflete os lucros da empresa.

"A Embraer tem total condição de conceder até mais do que os trabalhadores estão reivindicando. É uma metalúrgica que goza de plena saúde financeira, assinando novos contratos a cada dia. Os trabalhadores vão cobrar a empresa nesta campanha salarial", acrescentou Barros.

Conforme o SindMetalSJC, metalúrgicos de outras cinco fábricas já conquistaram os 10% de reajuste e houve empresas que fecharam acordos ainda mais altos, com 10,5% e 11%. Ao todo, seriam dez fábricas com acordos fechados.

Além do aumento real de salário, os trabalhadores da Embraer reivindicam redução da jornada, estabilidade no emprego, combate a assédio moral, revisão do Plano de Cargos e Salários e congelamento dos preços do convênio médico.

A Embraer possui hoje aproximadamente 14 mil trabalhadores em São José dos Campos. Foram realizadas assembleias com funcionários do primeiro turno da produção e do setor administrativo, o que provocou atraso de uma hora na entrada dos trabalhadores. Uma nova assembleia acontecerá às 14h com o segundo turno.

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