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Mesmo com pandemia, Pernambucanas avança para regiões Norte e Nordeste

O investimento em expansão para 2021 é de cerca de R$ 170 milhões, dos quais Norte e Nordeste devem ficar com quase um quarto

Pernambucanas: o primeiro ponto de venda no Norte será no estado do Tocantins, em Gurupi. No Nordeste, a primeira loja será na Bahia, em Salvador (Divulgação/Divulgação)

Pernambucanas: o primeiro ponto de venda no Norte será no estado do Tocantins, em Gurupi. No Nordeste, a primeira loja será na Bahia, em Salvador (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de junho de 2021 às 13h31.

Última atualização em 18 de junho de 2021 às 14h00.

Ainda em meio à pandemia, mas com a vacinação avançando, a Pernambucanas decidiu deslanchar o plano de expansão para se tornar uma varejista nacional em até cinco anos. A rede inaugura na semana que vem lojas nas regiões Norte e Nordeste. Com isso, passa a estar presente em 12 estados e no Distrito Federal.

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O primeiro ponto de venda no Norte será no estado do Tocantins, em Gurupi. No Nordeste, a primeira loja será na Bahia, em Salvador. A meta para este ano é ter pelo menos dez lojas nas duas regiões, de 42 programadas. A rede deve fechar 2021 com um total de 454 pontos de venda. O investimento em expansão para 2021 é de cerca de 170 milhões de reais, dos quais Norte e Nordeste devem ficar com quase um quarto.

No ano passado, a receita da companhia atingiu 3,8 bilhões de reais, queda de 10% em relação a 2019, levando-se em conta as mesmas lojas. Em 2020, foram abertas 38 lojas, e não houve encerramento definitivo de pontos de venda, mesmo com as dificuldades impostas pelo isolamento social. O presidente da varejista, Sérgio Borriello, admite, no entanto, que a pandemia "atrasou um pouco o plano de nacionalizar a companhia".

Apesar da queda no poder de compra do brasileiro no último ano, o que tira a atratividade do mercado de consumo — sobretudo em regiões mais pobres como Norte e Nordeste —, o executivo afirma que a renda do consumidor é apenas um dos fatores considerados na expansão. Borriello ressalta que investir em momentos de crise é bem mais vantajoso do que em períodos de bonança. Isso porque os custos de aluguel e outras despesas para se estabelecer em novas praças geralmente são menores. "O contrafluxo do investimento é importante para determinar o seu retorno."

Até dezembro, estão programadas mais duas lojas no Tocantins, em Araguaína e na capital Palmas. Na Bahia, serão abertos três pontos de venda em Salvador e mais três nos municípios de Teixeira de Freitas, Eunápolis e Vitória da Conquista. O alvo são cidades com mais de 70.000 habitantes.

Depois da Bahia e do Tocantins, a companhia avalia Amazonas e Sergipe, além da possibilidade de criar um centro de distribuição no Nordeste. Também tem planos de chegar a Pernambuco em 2022.

Apesar de o nome da rede fazer menção ao estado do Nordeste, a Arthur Lundgren Tecidos, que dividiu a marca Pernambucanas com Lundgren Irmãos Tecidos — falida em 1997 —, nunca teve lojas na região.

Na época da reestruturação societária, a empresa que quebrou tinha ficado com a operação no Rio de Janeiro e no Nordeste, e a Arthur Lundgren Tecidos com os negócios no Sul, no Centro-Oeste e em São Paulo. Em 2019, a Arthur Lundgren Tecidos voltou a operar com a Pernambucanas no Rio de Janeiro e agora está indo para o Nordeste.

Presença

A decisão da Pernambucanas de fincar bandeira em outras regiões está relacionada com a discussão trazida pela pandemia sobre capilaridade e adensamento nos planos de expansão de varejista, avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.

Com o avanço da venda digital, muitas companhias começaram a se perguntar se seria eficiente abrir mais lojas em praças onde elas já estão ou buscar novas localidades. "Muitas redes estão revisando estratégias e indo para novos mercados com objetivo de continuar crescendo com novos clientes", afirma o consultor.

Quando uma varejista abre novas regiões onde a competição é menor, ela potencializa a venda digital. Isso porque passa a ter uma base física que permite a compra no online e a retirada na loja, explica Terra. E o ponto de venda pode começar a funcionar, por exemplo, como uma espécie de minicentro de distribuição para e-commerce.

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