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Mercedes congela salários de 12.000 trabalhadores

Medida atinge fábrica de São Bernardo do Campo; montadora alega queda na venda de caminhões

Linha de caminhões em São Bernardo: queda de vendas levou a congelamento de salários (CLAUDIO GATTI)

Linha de caminhões em São Bernardo: queda de vendas levou a congelamento de salários (CLAUDIO GATTI)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 19h03.

São Paulo - A Mercedes-Benz decidiu congelar os salários dos 12000 funcionários da unidade de São Bernardo do Campo (SP). Alegando retração no mercado de caminhões, que acumula queda de 20,5% nas vendas entre janeiro e agosto, a montadora também avisou que fará mais paradas de produção até o fim do ano.

Um boletim informativo enviado aos trabalhadores da empresa, obtido com exclusividade por EXAME, comunica um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que prevê que “as concessões de reajuste salarial, de qualquer natureza, ficam congeladas até 31 de janeiro de 2013 para todos os colaboradores independentemente da categoria ou nível hierárquico”.

O acordo ainda acerta a redução de 15 dias na jornada de trabalho, sem redução nos salários, entre 1 de setembro e 31 de janeiro de 2013. Neste mês, a companhia já deixou de produzir caminhões nos dias 3 e 10 e as próximas datas de parada estão agendadas para 24 de setembro, 11, 15 e 22 de outubro e 5 e 19 de novembro, podendo ser alteradas.

No boletim, a Mercedes afirmou que o acordo atende às necessidades do mercado atual e o agendamento prévio das datas possibilita um conforto maior para analisar as eventuais mudanças de comportamento de mercado. Sobre o congelamento de salários, a companhia afirmou que os 15 dias de parada de produção não serão descontados dos funcionários e isso acaba por amenizar a questão do reajuste em um momento de dificuldade. Mercedes ainda diz que vai manter os empregos na unidade ao menos até 31 de janeiro de 2013 – demissões, só por justa causa.

Outra medida que será tomada é o aumento do tempo de afastamento de 1 500 funcionários. Conhecida como lay-off, a medida foi implantada no dia 18 de junho e prevê que os trabalhadores afastados passem por cursos de capacitação. Inicialmente, a data prevista de volta ao trabalho era 17 de novembro. Foi alterada para 17 de dezembro e a empresa deixou claro que pode estender o período.

No início desse mês, Fernando Fontes Garcia, vice-presidente de Recursos Humanos da Mercedes-Benz do Brasil, afirmou que a companhia passa por um período difícil, assim como todas as montadoras de caminhões. Na ocasião, Garcia afirmou que as demissões seriam a última possibilidade de uma lista de medidas para recuperar a empresa e que a companhia estudava alternativas com o sindicato local.

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