Maré de azar da Costa Cruzeiros deixará rivais enjoados?
Analistas temem que problemas da companhia afetem toda a indústria de cruzeiros
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 15h15.
São Paulo – A Costa Cruzeiros, definitivamente, não terá boas lembranças desta temporada. Apenas seis semanas depois do naufrágio do Costa Concórdia, que matou 25 pessoas, outro de seus navios, o Costa Allegra, ganhou manchetes por ficar à deriva após um incêndio a bordo.
Azar ou má administração à parte (as causas ainda estão em apuração), o fato é que alguns analistas já começam a temer que os problemas da Costa Cruzeiros possam afetar negativamente todo o setor.
O jornal Los Angeles Times, por exemplo, teve acesso a um relatório da IBISWorld, uma casa de análises independente, que cita alguns possíveis impactos da recente maré de azar da companhia sobre os demais.
Água fria
Segundo o IBISWorld, agora que o mercado de cruzeiros mostra sinais embrionários de recuperação, o desastre do Costa Concórdia e o incêndio do Allegra tendem a arrefecer a retomada do setor, com uma freada nas reservas e uma queda na confiança dos consumidores.
De prático, o que se verificou nos primeiros dias após o naufrágio do Costa Concórdia foi uma queda de 15% a 20% na procura por cruzeiros. A redução foi sentida tanto pela Carnival, empresa americana que controla a Costa Cruzeiros e é a maior do mundo neste setor, quanto pela Royal Caribbean, uma de suas principais concorrentes.
Para alguns especialistas, os marinheiros de primeira viagem são os que tendem a se impressionar mais com esses episódios. Parte dos observadores afirma que esse grupo concentrou a maioria dos cancelamentos de pacote ou adiamentos.
A queda na demanda que se seguiu ao naufrágio do Costa Concórdia levou as operadoras e agências de viagem a adotar uma agressiva estratégia de descontos nos preços dos pacotes, segundo a rede ABC News.
Balançando
O ponto é que os cortes de preço não afetaram apenas a Costa Cruzeiro, responsável pela tragédia. Um efeito-dominó derrubou a média de preços de todo o setor. Agora, o mercado espera a reação dos clientes ao incêndio do Costa Allegra.
Em 25 de fevereiro, o navio partiu de Madagascar com 627 passageiros e foi atingido por um incêndio na casa de máquinas. Sem os motores, o navio ficou à deriva, até que rebocadores o alcançaram e, agora, o conduzem até as Ilhas Seychelles. Sua chegada está prevista para esta quinta-feira.
De acordo com a CBCNews, cobrar menos para embarcar os passageiros pode não ser o fim do mundo para as empresas. Isto porque de 40% a 60% das receitas geradas por um cruzeiro decorrem dos gastos dos passageiros a bordo, com refeições, bebidas e outras atrações.
O impacto negativo da tragédia do Costa Concórdia levou a Costa Cruzeiros a considerar, inclusive, mudar o nome da empresa. Com o caso do Allegra, talvez a disposição se intensifique. Qualquer que seja o desfecho, o fato é os últimos episódios em torno da Costa Cruzeiros deixaram o mar bastante turbulento neste setor – e talvez embrulhem o estômago dos concorrentes também.
São Paulo – A Costa Cruzeiros, definitivamente, não terá boas lembranças desta temporada. Apenas seis semanas depois do naufrágio do Costa Concórdia, que matou 25 pessoas, outro de seus navios, o Costa Allegra, ganhou manchetes por ficar à deriva após um incêndio a bordo.
Azar ou má administração à parte (as causas ainda estão em apuração), o fato é que alguns analistas já começam a temer que os problemas da Costa Cruzeiros possam afetar negativamente todo o setor.
O jornal Los Angeles Times, por exemplo, teve acesso a um relatório da IBISWorld, uma casa de análises independente, que cita alguns possíveis impactos da recente maré de azar da companhia sobre os demais.
Água fria
Segundo o IBISWorld, agora que o mercado de cruzeiros mostra sinais embrionários de recuperação, o desastre do Costa Concórdia e o incêndio do Allegra tendem a arrefecer a retomada do setor, com uma freada nas reservas e uma queda na confiança dos consumidores.
De prático, o que se verificou nos primeiros dias após o naufrágio do Costa Concórdia foi uma queda de 15% a 20% na procura por cruzeiros. A redução foi sentida tanto pela Carnival, empresa americana que controla a Costa Cruzeiros e é a maior do mundo neste setor, quanto pela Royal Caribbean, uma de suas principais concorrentes.
Para alguns especialistas, os marinheiros de primeira viagem são os que tendem a se impressionar mais com esses episódios. Parte dos observadores afirma que esse grupo concentrou a maioria dos cancelamentos de pacote ou adiamentos.
A queda na demanda que se seguiu ao naufrágio do Costa Concórdia levou as operadoras e agências de viagem a adotar uma agressiva estratégia de descontos nos preços dos pacotes, segundo a rede ABC News.
Balançando
O ponto é que os cortes de preço não afetaram apenas a Costa Cruzeiro, responsável pela tragédia. Um efeito-dominó derrubou a média de preços de todo o setor. Agora, o mercado espera a reação dos clientes ao incêndio do Costa Allegra.
Em 25 de fevereiro, o navio partiu de Madagascar com 627 passageiros e foi atingido por um incêndio na casa de máquinas. Sem os motores, o navio ficou à deriva, até que rebocadores o alcançaram e, agora, o conduzem até as Ilhas Seychelles. Sua chegada está prevista para esta quinta-feira.
De acordo com a CBCNews, cobrar menos para embarcar os passageiros pode não ser o fim do mundo para as empresas. Isto porque de 40% a 60% das receitas geradas por um cruzeiro decorrem dos gastos dos passageiros a bordo, com refeições, bebidas e outras atrações.
O impacto negativo da tragédia do Costa Concórdia levou a Costa Cruzeiros a considerar, inclusive, mudar o nome da empresa. Com o caso do Allegra, talvez a disposição se intensifique. Qualquer que seja o desfecho, o fato é os últimos episódios em torno da Costa Cruzeiros deixaram o mar bastante turbulento neste setor – e talvez embrulhem o estômago dos concorrentes também.