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Magazine Luiza tem seu melhor 4º trimestre dos últimos 5 anos

Varejista fechou 2017 com um lucro líquido de 389 milhões de reais, mais que quadruplicando seu resultado na comparação com o ano anterior

Magazine Luiza: varejista atribui bons resultados à sua estratégia de integrar o físico e o digital (Germano Luders/Exame)

Magazine Luiza: varejista atribui bons resultados à sua estratégia de integrar o físico e o digital (Germano Luders/Exame)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 11h44.

Última atualização em 27 de março de 2018 às 13h33.

São Paulo – O Magazine Luiza superou as expectativas do mercado e apresentou seu melhor quarto trimestre dos últimos cinco anos. Em sua divulgação de resultados para os últimos três meses e o acumulado do ano de 2017, o destaque ficou para o aumento das vendas e do lucro líquido da companhia, além de uma melhor gestão de suas dívidas.

Nos últimos três meses de 2017, o faturamento total do Magazine Luiza foi de 4,4 bilhões de reais – um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior e o melhor resultado do quarto trimestre em cinco anos. Já o lucro líquido foi de 166 milhões de reais, um crescimento de 260% na mesma base de comparação trimestral.

No acumulado de 2017, o lucro líquido foi de 389 milhões de reais, um resultado mais que quatro vezes superior ao visto em 2016, de 86 milhões de reais. O faturamento da empresa cresceu 28%.

"Em um contexto de revolução digital, em que empresas relevantes se tornaram irrelevantes de um dia para o outro, nossa característica de não ter medo de abraçar a inovação foi muito importante", afirmou Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, em conferência com acionistas realizada hoje. "Conseguimos, com isso, vencer os piores três anos da economia brasileira."

Nos últimos doze meses, o Magazine Luiza reduziu sua dívida líquida ajustada em 1,8 bilhão de reais. Na mesma linha, as despesas operacionais hoje representam 21,2% da receita líquida, enquanto as despesas financeiras foram reduzidas em 55% em relação ao ano passado.

Com isso, a companhia afirmou na conferência ter chegado a dezembro de 2017 com “a melhor situação de caixa desde seu IPO [oferta pública inicial de ações]”. O caixa líquido da empresa ficou em 1,7 bilhão de reais em 2017.

O bom fluxo financeiro será usado para desenvolver novas tecnologias e expandir a logística e a transformação das lojas físicas, que se tornarão “centrais digitalizadas” para distribuir serviços, produtos do e-commerce próprio do Magazine Luiza e produtos vendidos por empreendedores integrados ao marketplace da empresa.

Estratégia de crescimento: união do físico e digital

Segundo o Magazine Luiza, o aumento do lucro líquido acima do esperado se deveu principalmente à estratégia de multicanalidade da empresa.

Para Trajano, há duas formas de crescer uma empresa. A primeira é investindo muito em marketing, com detrimento do fluxo de caixa e das margens de lucro. A segunda forma - e que seria a adotada pelo Magazine Luiza - é a de oferecer um serviço superior, mas mantendo o negócio sustentável.

"Nós estamos baixando nossos preços, como vemos pela nossa margem bruta, que caiu neste ano em relação ao ano passado, e pelo nosso custo com frete grátis, que aumentou na mesma base de comparação. Mesmo assim, conseguimos aumentar nossa margem operacional, com uma alavancagem por conta do nosso modelo multicanal", afirma o CEO da varejista.

"Quanto mais o e-commerce e sua integração com as lojas físicas crescem, mais nossas despesas gerais e administrativas fixas são reduzidas. Isso compensa nossa perda de margem bruta. Melhoramos a experiência para o cliente e também nossa rentabilidade."

Hoje, o e-commerce, o marketplace e as lojas físicas da varejista operam de forma integrada, reduzindo custos como os de logística e aumentando a rentabilidade. Atualmente, 20% das mercadorias vendidas nas plataformas digitais são retiradas nas lojas físicas pelos clientes em um prazo de até 48 horas.

Tanto as compras físicas quanto as digitais cresceram. As transações nas lojas presenciais do Magazine Luiza cresceram 20% entre outubro e dezembro do ano passado. No ano, 60 novos pontos comerciais foram abertos e dois foram fechados, chegando a um total 858 unidades em operação.

Enquanto isso, o comércio eletrônico representa um terço do faturamento do Magazine Luiza, mas apresentou uma taxa de crescimento de transações no quarto trimestre de 2017 bem mais significativa que a do comércio físico, com 60% de alta.

O marketplace do Magazine Luiza foi lançado em 2016 e reúne mais de 1,5 milhão de itens disponíveis, com 750 vendedores. O site agregador de produtos faturou 230 milhões de reais em 2017, sendo que mais da metade do valor – 120 milhões de reais – foi registrada nos últimos três meses do ano.

A companhia foi considerada a sétima mais inovadoras da América Latina em 2017, junto a negócios como Nubank e 99, segundo o veículo especializado Fast Company.

O que esperar para o futuro?

O mercado está de bom humor com os resultados do Magazine Luiza. As ações abriram o pregão em alta de 5,39% na manhã desta sexta-feira. Os papéis eram negociados na casa dos 85 reais.

Mesmo assim, a companhia não está livre de desafios. A mudança no comando da concorrente Via Varejo pode acirrar a disputa no mundo do varejo físico e online. A dona das Casas Bahia e do Ponto Frio será agora liderada por Flavio Dias, executivo que é um dos pioneiros do e-commerce no país.

 

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