Negócios

Lufthansa terá 9 bilhões de euros de ajuda da Alemanha

Em abril, a Lufthansa transportou cerca de 3 mil passageiros em comparação com os 350 mil de antes da crise do coronavírus

Aviões da Lufthansa: acordo ocorre após longas negociações de ajuda em um momento em que a empresa, como o setor aéreo como um todo, está passando por uma crise sem precedentes (Boris Roessler/Getty Images)

Aviões da Lufthansa: acordo ocorre após longas negociações de ajuda em um momento em que a empresa, como o setor aéreo como um todo, está passando por uma crise sem precedentes (Boris Roessler/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 25 de maio de 2020 às 15h12.

Última atualização em 25 de maio de 2020 às 19h50.

A companhia aérea Lufthansa e o governo alemão concordaram com um plano de resgate de 9 bilhões de euros (US$ 9,8 bilhões), que fará do Estado o principal acionista do grupo com 20% do capital, confirmaram os dois lados nesta segunda-feira.

"Antes da nova pandemia de coronavírus, a empresa estava com boa saúde e lucrativa e tinha boas perspectivas para o futuro", disse o ministério da Economia em comunicado anunciando a mistura de investimentos e empréstimos estatais.

A Lufthansa afirmou que o Estado alemão deixará de ser acionista no final de 2023.

O governo aprovou o plano por meio do Fundo de Estabilidade Econômica do governo federal (WSF), criado para amortecer as repercussões da pandemia de coronavírus.

"O conselho apoia" o pacote de medidas, que ainda precisa ser aprovado pela Comissão Europeia e por uma assembleia geral extraordinária de acionistas.

O acordo ocorre após longas negociações de ajuda em um momento em que a empresa, como o setor aéreo como um todo, está passando por uma crise sem precedentes.

Segundo o acordo, o Estado adquirirá 20% do grupo por 300 milhões de euros, ou seja, 2,56 euros por ação, preço muito inferior ao preço de mercado, o que garantirá sua presença na empresa como principal acionista.

Também injetará 4,7 bilhões de euros em fundos, embora sem direito a voto, no âmbito de uma "participação silenciosa" sobre a qual a Lufthansa pagará juros progressivos que variam de 4% em 2020 e 2021 a 7,5% em 2027, afirma o grupo em um comunicado.

Restam outros 1 bilhão de fundos adicionais, com os quais o governo alemão pode aumentar sua participação para 25% e uma ação, o que significa uma minoria de bloqueio sob a lei alemã.

A convertibilidade pode ser feita "no caso de uma oferta pública de compra por terceiros" para fazê-la fracassar.

O Estado também obtém dois assentos no conselho fiscal da Lufthansa, mas renuncia ao seu direito de voto nas assembleias gerais "exceto no caso de oferta de compra".

Um crédito de 3 bilhões de euros é adicionado à tudo isso pelo grupo, que não poderá pagar dividendos aos seus acionistas.

Para o exercício de 2019, a Lufthansa já havia suspendido o pagamento de dividendos para manter sua solvência.

O WSF deve vender suas participações a preço de mercado até 31 de dezembro de 2023, se o grupo reembolsar os fundos injetados, diz a Lufthansa.

Atualmente, cerca de 700 dos 760 aviões do grupo estão em terra. Em abril, a Lufthansa transportou cerca de 3.000 passageiros em comparação com os 350.000 antes da crise. No primeiro trimestre, o prejuízo operacional foi de 1,2 bilhão de euros e deve ser pior no segundo trimestre.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCoronavírusLufthansa

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia