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Lucro da Redecard no 2º tri sobe, mas despesas crescem

São Paulo - A Redecard confirmou as expectativas de analistas de lucro maior no segundo trimestre, mas já precipitando aumento da competição no setor de cartões. A companhia reportou pela manhã que seu lucro líquido de abril a junho somou 374,6 milhões de reais, montante 9,1 por cento superior que em igual período de 2009, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - A Redecard confirmou as expectativas de analistas de lucro maior no segundo trimestre, mas já precipitando aumento da competição no setor de cartões.

A companhia reportou pela manhã que seu lucro líquido de abril a junho somou 374,6 milhões de reais, montante 9,1 por cento superior que em igual período de 2009, patrocinado pelo aumento das operações e forte alta da base de lojistas.

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A expectativa média das estimativas de 10 analistas obtidas pela Reuters indicava lucro de 370 milhões de reais.

No entanto, o custo recorrente dos serviços prestados avançou 28,7 por cento, para 194 milhões de reais, enquanto as despesas operacionais saltaram 37 por cento, para 121 milhões de reais, em meio a maiores investimentos para melhorar o atendimento a lojistas e à ampliação dos gastos com publicidade.

"Já tem, sim, um impacto da maior competição nos resultados do segundo trimestre", disse o presidente-executivo da Redecard, Roberto Medeiros, em teleconferência com jornalistas.

Os resultados de abril a junho vêm às vésperas da era da competição total no segmento, após o fim da exclusividade entre sua principal rival Cielo e a bandeira Visa, no início deste mês.

O peso com a preparação para um cenário de concorrência mais apertada foi compensado no segundo trimestre pela combinação de bom desempenho da economia, que acelerou os gastos privados, e da forte campanha da empresa para ampliar sua base de clientes, com 137 mil novos contratos no período.

"Temos investido fortemente em novos segmentos, como educação e saúde, e em regiões com menor penetração de cartões no país, como o Centro-Oeste", disse Medeiros.


Com isso, a Redecard viu sua receita líquida crescer 16,6 por cento, para 862,9 milhões de reais. A média de previsões apontava para faturamento de 838,5 milhões de reais.

O Ebitda ajustado --lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, na sigla em inglês-- foi de 581,7 milhões de reais no segundo trimestre, crescimento de 9,1 por cento sobre um ano antes.

O volume financeiro trimestral das operações com cartões de crédito somou 28,66 bilhões de reais, alta de 22 por cento na comparação anual. Enquanto isso, o número de transações com cartões de crédito foi de 285,3 milhões, 15 por cento maior.

Com cartões de débito, o volume financeiro aumentou 15,2 por cento, enquanto o número de transações teve crescimento de 10,3 por cento.

Na Bovespa, a reação do mercado ao balanço era positivo. Às 16h38, as ações da Redecard tinham valorização de quase 5 por cento, a 27,29 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,83 por cento.

Competição e regulação

Reforçando a estratégia da companhia de se firmar como a empresa com maior portfólio de produtos, Medeiros adiantou que neste terceiro trimestre a Redecard deve anunciar acordos para que sua rede passe a receber os cartões American Express e pelo menos uma bandeira asiática. Hoje, a empresa tem parcerias com 19 bandeiras.

Segundo o executivo, a chegada de novas credenciadoras ao mercado brasileiro e a pressão por tarifas menores, especialmente de grandes redes varejistas, podem impactar tanto o mix da receita quanto a fatia de mercado detida pela Redecard, mas isso ainda não preocupa. "Definitivamente nosso negócio não é market share", afirmou.

Analistas, contudo, veem o futuro com mais ceticismo. "Daqui para frente, acreditamos que o fim da exclusividade venha a trazer pressão para os resultados, principalmente no que se refere à perda de market share. As adquirentes, claro, devem evitar a todo custo uma guerra de preços, mas, em nossa opinião, os impactos serão inevitáveis", comentou a analista relatório Marianna Waltz, do BB Investimentos, em relatório.


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