Lucro da Vale deve crescer no terceiro tri, mas mercado teme futuro, dizem analistas
O valor equivale a um crescimento de 7,5 por cento no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, apontam analista de mercado
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2011 às 15h37.
RIo de Janeiro - A Vale , maior produtora de minério de ferro do mundo, deverá apresentar nesta quarta-feira um lucro líquido da ordem de 6,49 bilhões de dólares referente ao terceiro trimestre, de acordo com pesquisa da Reuters realizada junto a nove analistas de mercado.
O valor equivale a um crescimento de 7,5 por cento no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado por aumentos na produção e no preço do minério de ferro nesta comparação.
Na comparação com o trimestre anterior, as mudanças no mercado e a volatilidade recente dos preços são mais visíveis no resultado da mineradora. O lucro em relação ao segundo trimestre deve crescer apenas 0,6 por cento, numa clara desaceleração do seu resultado.
Nas últimas semanas o minério de ferro amargou queda brusca nos preços, provocada principalmente pela perspectiva de desaceleração da economia chinesa. Preços do minério no mercado à vista recuaram 27 por cento desde agosto, para 131,7 dólares a tonelada. A China até então sustentou a demanda do produto a despeito da crise na Europa e nos Estados Unidos.
Por outro lado, a valorização do dólar frente ao real no período deve contribuir para alavancar os resultados operacionais da companhia, esperam analistas.
"O dólar mais forte se traduz em vantagem de custo para a acompanhia", diz o analista Rogério Zarpao, da Safra Corretora.
Segundo Zarpao, o dólar forte ajudou a geração de caixa da Vale a atingir nível recorde no terceiro trimestre.
A pesquisa da Reuters revela que o Ebitda (ganhos antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) deve registrar 10,38 bilhões de dólares, num aumento de 17,7 por cento em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, segundo a mediana das projeções.
"É na geração de caixa que o mercado vai focar, um resultado mais livre de efeito contábil", acrescentou Zarpao.
O dólar forte também deve incrementar a receita líquida da companhia registrada em reais. De julho a setembro, a Vale teria acumulado receita líquida de 16,578 bilhões de dólares, segundo a pesquisa da Reuters.
Por outro lado, o dólar pode afetar um pouco o resultado da companhia no que diz respeito ao seu endividamento em moeda norte-americana.
O analista Marcos Assumpção, do Itau BBA, disse que o mercado vai olhar para a execução dos investimentos da Vale, que tem ficado abaixo da meta, e a expectativa da empresa para o minério de ferro nos próximos meses. "A coisa mais importante é a visão da companhia sobre o que vai acontecer com o mercado de minério de ferro no quarto trimestre", afirmou.
Turbulência - Analistas estimam que o mercado deve continuar instável nos próximos meses, com preço médio do minério abaixo do valor praticado em 2011.
As grandes mineradoras têm ajustado a maneira de negociar o produto, em meio à queda no mercado à vista.
"A Vale tem uma fórmula (de venda), mas se alguém quiser comprar em uma situação diferente, é discutível", disse a jornalistas recentemente o presidente da Vale, Murilo Ferreira. "Alguns clientes querem comprar de outra forma e será feito. (Mas) a fórmula trimestral permanece", acrescentou.
A Vale também teria eliminado uma cláusula dos contratos trimestrais que previa a manutenção dos valores se a variação de trimestre para trimestre fosse inferior a 5 por cento.
Siderúrgicas chinesas disseram ter recebido da Vale outras opções para definir o preço de compra do minério, já que a fórmula tradicional, uma média de preços em três meses passados, falhou em refletir a rápida mudança nos valores do minério no mercado.
Já a mineradora australiana BHP Billiton estaria apoiando o desenvolvimento de uma nova plataforma de precificação de preços de minério de ferro -- batizada de GlobalOre. O novo modelo prevê uma espécie de leilão eletrônico, pelo qual o processo de compra e venda se dará de maneira mais dinâmica, mudando os valores com frequência.
A realização de leilões, segundo especialistas, pode tornar os preços bem mais suscetíveis à conjuntura econômica -- que não está favorável para as mineradoras neste momento.
O modelo atual, liderado pela Vale, de contratos trimestrais, preservou as vendas das oscilações diárias do mercado, até agora.
RIo de Janeiro - A Vale , maior produtora de minério de ferro do mundo, deverá apresentar nesta quarta-feira um lucro líquido da ordem de 6,49 bilhões de dólares referente ao terceiro trimestre, de acordo com pesquisa da Reuters realizada junto a nove analistas de mercado.
O valor equivale a um crescimento de 7,5 por cento no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado por aumentos na produção e no preço do minério de ferro nesta comparação.
Na comparação com o trimestre anterior, as mudanças no mercado e a volatilidade recente dos preços são mais visíveis no resultado da mineradora. O lucro em relação ao segundo trimestre deve crescer apenas 0,6 por cento, numa clara desaceleração do seu resultado.
Nas últimas semanas o minério de ferro amargou queda brusca nos preços, provocada principalmente pela perspectiva de desaceleração da economia chinesa. Preços do minério no mercado à vista recuaram 27 por cento desde agosto, para 131,7 dólares a tonelada. A China até então sustentou a demanda do produto a despeito da crise na Europa e nos Estados Unidos.
Por outro lado, a valorização do dólar frente ao real no período deve contribuir para alavancar os resultados operacionais da companhia, esperam analistas.
"O dólar mais forte se traduz em vantagem de custo para a acompanhia", diz o analista Rogério Zarpao, da Safra Corretora.
Segundo Zarpao, o dólar forte ajudou a geração de caixa da Vale a atingir nível recorde no terceiro trimestre.
A pesquisa da Reuters revela que o Ebitda (ganhos antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) deve registrar 10,38 bilhões de dólares, num aumento de 17,7 por cento em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, segundo a mediana das projeções.
"É na geração de caixa que o mercado vai focar, um resultado mais livre de efeito contábil", acrescentou Zarpao.
O dólar forte também deve incrementar a receita líquida da companhia registrada em reais. De julho a setembro, a Vale teria acumulado receita líquida de 16,578 bilhões de dólares, segundo a pesquisa da Reuters.
Por outro lado, o dólar pode afetar um pouco o resultado da companhia no que diz respeito ao seu endividamento em moeda norte-americana.
O analista Marcos Assumpção, do Itau BBA, disse que o mercado vai olhar para a execução dos investimentos da Vale, que tem ficado abaixo da meta, e a expectativa da empresa para o minério de ferro nos próximos meses. "A coisa mais importante é a visão da companhia sobre o que vai acontecer com o mercado de minério de ferro no quarto trimestre", afirmou.
Turbulência - Analistas estimam que o mercado deve continuar instável nos próximos meses, com preço médio do minério abaixo do valor praticado em 2011.
As grandes mineradoras têm ajustado a maneira de negociar o produto, em meio à queda no mercado à vista.
"A Vale tem uma fórmula (de venda), mas se alguém quiser comprar em uma situação diferente, é discutível", disse a jornalistas recentemente o presidente da Vale, Murilo Ferreira. "Alguns clientes querem comprar de outra forma e será feito. (Mas) a fórmula trimestral permanece", acrescentou.
A Vale também teria eliminado uma cláusula dos contratos trimestrais que previa a manutenção dos valores se a variação de trimestre para trimestre fosse inferior a 5 por cento.
Siderúrgicas chinesas disseram ter recebido da Vale outras opções para definir o preço de compra do minério, já que a fórmula tradicional, uma média de preços em três meses passados, falhou em refletir a rápida mudança nos valores do minério no mercado.
Já a mineradora australiana BHP Billiton estaria apoiando o desenvolvimento de uma nova plataforma de precificação de preços de minério de ferro -- batizada de GlobalOre. O novo modelo prevê uma espécie de leilão eletrônico, pelo qual o processo de compra e venda se dará de maneira mais dinâmica, mudando os valores com frequência.
A realização de leilões, segundo especialistas, pode tornar os preços bem mais suscetíveis à conjuntura econômica -- que não está favorável para as mineradoras neste momento.
O modelo atual, liderado pela Vale, de contratos trimestrais, preservou as vendas das oscilações diárias do mercado, até agora.