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Lucro da Embraer cai 32% por problemas com fornecedores

Atraso no recebimento de peças abalou entrega de aviões e resultado operacional; companhia promete contratar para dar conta de recorde de pedidos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Embraer encerrou o primeiro trimestre do ano com queda nos resultados por conta de atrasos na entrega de peças por fornecedores. Medidas como o aumento do ciclo de produção e a realização de horas-extras por funcionários, tomadas para cumprir o cronograma de entrega de aeronaves, derrubaram em 32,6% o lucro líquido da companhia: de 86,8 milhões de reais no primeiro trimestre de 2006 para 58,5 milhões de reais nos três primeiros meses de 2007.

Os problemas na produção abateram o lucro operacional da companhia, que ficou em 21,5 milhões de reais entre janeiro e março, 80% menos do que nos mesmos meses do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) passou de 179 milhões de reais no primeiro trimestre de 2006 para 91,4 milhões de reais no primeiro trimestre de 2007.

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Em 2006, a Embraer já havia amargado perdas financeiras. O lucro líquido consolidado ficou em 621,7 milhões de reais no ano passado, o que representou uma queda de 12,3% frente a 2005.

Mesmo com o reforço do trabalho na produção, a entrega de aeronaves no primeiro trimestre foi prejudicada pelo atraso no fornecimento. Entre janeiro e março, a Embraer entregou 25 aeronaves. A empresa havia repassado a seus clientes 27 aviões no primeiro trimestre de 2006, e 37 no quarto trimestre do ano passado. Mesmo com a desaceleração, a receita da companhia apresentou uma leve alta de 0,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2006, justificada pelo "mix" de produtos, chegando a 1,772 bilhão de reais.

Recorde de pedidos

Segundo Antonio Luiz Pizarro Manso, vice-presidente executivo corporativo e de relações com investidores, a Embraer está trabalhando para que os problemas no fornecimento não atinjam também o resultado dos próximos trimestres, já que a companhia tem hoje um nível recorde de pedidos firmes, de 15 bilhões de dólares.

"A gente sente que daqui para a frente as medidas tomadas vão minimizar o impacto fortemente. Nós atingimos um pico de estoque e não devemos ter mais do que isso". Em valores, o estoque da Embraer chegou a 5,150 bilhões de reais ao fim do primeiro trimestre, vindo de 4,683 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado. Esperando uma recuperação nos próximos trimestres, a empresa não mudou sua previsão de entregas para 2007, mantida em 165 e 170 aeronaves. Desse total, 40% serão entregues ainda no primeiro semestre.

Contratações

Com o crescimento de 12,7% das despesas operacionais, para 373,7 milhões de reais, a companhia também sofreu perdas na margem bruta (quanto da receita líquida se transformou em lucro bruto), que caiu de 24,8% para 22,3% em um ano. De acordo com Manso, o resultado reflete a contratação de 2 mil funcionários desde janeiro, um contingente que subirá para 3,5mil até junho.

Ao fim do terceiro trimestre, a expectativa é de que a empresa atinja um nível recorde de pessoal, com mais de 23 mil empregados. Os novos funcionários trabalharão principalmente no terceiro turno de produção, que será implementado até o terceiro trimestre do ano.

Projeto militar

O plano de um avião de transporte militar, anunciado em abril pela companhia, ainda está em estudo, segundo Manso. "Continuamos no processo de avaliação do que é o produto, ainda temos bastante tempo e procuramos andar para chegar às definições finais".

O investimento estimado no projeto da aeronave, que seria batizada de Embraer C-390, é de 500 milhões de dólares.

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