Negócios

Lojas Leader aprovam plano de recuperação judicial

Cronograma condiciona parte dos pagamentos ao faturamento da empresa e estipula carência de quatro anos para a maior parte dos credores

Lojas Leader: a dívida da rede de vestuário é de R$ 1,2 bilhão, e a maior parte dos débitos é com instituições financeiras (Lojas Leader/Divulgação)

Lojas Leader: a dívida da rede de vestuário é de R$ 1,2 bilhão, e a maior parte dos débitos é com instituições financeiras (Lojas Leader/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de maio de 2021 às 09h24.

Última atualização em 28 de maio de 2021 às 11h33.

Os credores da rede de lojas Leader (antiga Leader Magazine) aprovaram na noite desta quarta-feira o plano de recuperação judicial da varejista após um longo processo de negociação. O cronograma condiciona parte dos pagamentos ao faturamento da empresa e estipula carência de quatro anos para a maior parte dos credores.

O plano de recuperação judicial foi aprovado por todas as classes de credores (trabalhistas, credores sem garantia real e pequenas empresas), embora haja entre grandes detentores de créditos ceticismo quanto à capacidade da Leader de conseguir viabilizar seu modelo de negócios.

A dívida da rede de vestuário é de R$ 1,2 bilhão, e a maior parte dos débitos é com instituições financeiras. A Leader tem 90 lojas de roupas e artigos de cama, mesa e banho em nove estados, e vive uma crise há pelo menos cinco anos, segundo pessoas familiarizadas com o negócio.

A empresa está em regime de proteção contra a falência desde março de 2020 e, em novembro do ano passado, conseguiu que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro lhe desse mais seis meses para apresentar um plano aos credores.

O modelo de negócio da Leader, ancorado em vendas de artigos à classe C em lojas físicas, tem sofrido forte retração em meio à pandemia do coronavírus, que forçou um crescimento acelerado de vendas no varejo digital.

A avaliação de grandes credores foi de que a falência da empresa agora resultaria em perda quase total dos valores a receber, já que as lojas da Leader são alugadas. Os ativos se resumem, em boa medida, a roupas e móveis, de acordo com um representante de grandes credores no processo.

O documento aprovado prevê o pagamento das dívidas trabalhistas em até um ano depois da homologação do plano para quem tiver de receber até 300 salários mínimos (cerca de R$ 313 mil em valores atuais).

Os credores financeiros começarão a receber os pagamentos após carência de quatro anos. Do total a ser pago, 20% será pago em 12 parcelas anuais até 2036 com juros de 2% ao ano mais TR, hoje zerada. A partir de 2036, outros 30% só seriam pagos se houver faturamento excedente, sendo destinados 4% dessa receita da Leader ao ano para o pagamento das dívidas.

O plano condiciona o pagamento dos 50% restantes a distribuição de dividendos, venda da empresa ou IPO (abertura de capital).

  • Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.
Acompanhe tudo sobre:DívidasLojasRecuperações judiciaisRoupas

Mais de Negócios

Como Elon Musk pode se tornar o primeiro trilionário da história

12 franquias baratas a partir de R$ 3.000 para empreender sem estoque

Eles investiram R$ 2 milhões para criar a Maya, a IA que é o braço direito do corretor de imóveis

Vender a casa e continuar morando nela? Startup capta R$ 100 milhões para acelerar essa ideia