Lemann poderá receber US$ 5,6 bi em fusão de Kraft e Heinz
A Heinz, controlada pela 3G Capital, de Lemann, e pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, fechou negócio na semana passada para a compra da Kraft
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2015 às 09h43.
São Paulo - Jorge Paulo Lemann , o homem mais rico do Brasil, poderá somar mais de US$ 5 bilhões à sua fortuna pessoal após a fusão da fabricante de ketchup H.J. Heinz com a Kraft Foods Group Inc.
A Heinz , controlada pela 3G Capital, de Lemann, e pela Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett, fechou negócio na semana passada para a compra da Kraft em um acordo que envolve dinheiro e ações.
Os 51 por cento da Heinz na empresa combinada valerão cerca de US$ 45 bilhões, avaliando a participação de Lemann em cerca de US$ 9,6 bilhões, disse Kevin Dreyer, gerente de portfólio da Gabelli Equity Trust Inc.
Lemann investiu cerca de US$ 4 bilhões por meio da 3G Capital, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Uma combinação de sinergias no negócio e uma pitada do pó mágico da 3G estão dando à Kraft uma avaliação mais alta, que a empresa não teria de outra forma”, disse Dreyer em entrevista por telefone, de Nova York.
“A 3G tem um histórico de expandir as margens drasticamente. Existe uma expectativa de que eles alcançarão o número colocado e até mais”.
A 3G, que tem Lemann como um de seus fundadores, eliminou mais de 7.000 postos de trabalho na Heinz em 20 meses após assumir a empresa junto com a Berkshire Hathaway. Buffett defendeu as reduções de empregos que seus parceiros da 3G têm realizado quando compram empresas durante uma entrevista à CNBC no dia 31 de março.
O preço das ações da Kraft, que subiu 36 por cento no dia do negócio, poderá ser usado para estimar o valor futuro da Heinz, uma empresa de capital fechado, disse Dreyer.
Esse cálculo leva em conta o pagamento de um dividendo especial pela fabricante de ketchup e pressupõe uma capitalização de mercado de cerca de US$ 87 bilhões para a nova empresa.
Telles, Sicupira
A 3G possui 48 por cento da Heinz, disse o cofundador Alex Behring a repórteres no dia 25 de março. A firma de aquisições contribuiu com US$ 4,25 bilhões para a Heinz em 2013 e com outros US$ 4,8 bilhões no negócio da Kraft.
Lemann não revelou sua participação pessoal na Heinz. Os investimentos dele em empresas de capital aberto mostram que ele tende a ter uma participação maior do que a de seus parceiros brasileiros da 3G, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Uma porta-voz de Lemann preferiu não comentar sobre suas participações.
A onda de aquisições do bilionário de 75 anos na América do Norte o isolou em relação às dificuldades econômicas em seu país natal.
A maior parte de sua riqueza deriva de uma participação na Anheuser-Busch Inbev NV, que obtém menos de um terço de sua receita no Brasil. Menos de 5 por cento da fortuna de Lemann é negociada no Ibovespa.
“Serão necessários alguns anos para que o mercado de consumo do Brasil melhore”, disse Daniela Martins, analista da Concórdia SA CVMCC, com sede em São Paulo.
“A 3G quer empresas que possam se tornar líderes globalmente e que estejam menos interessadas no mercado local”.
O desempenho do investimento em cervejas ajudou a aumentar a fortuna do ex-campeão de tênis em mais de US$ 1 bilhão neste ano, para US$ 26,8 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Ele é a 26a pessoa mais rica do mundo.
São Paulo - Jorge Paulo Lemann , o homem mais rico do Brasil, poderá somar mais de US$ 5 bilhões à sua fortuna pessoal após a fusão da fabricante de ketchup H.J. Heinz com a Kraft Foods Group Inc.
A Heinz , controlada pela 3G Capital, de Lemann, e pela Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett, fechou negócio na semana passada para a compra da Kraft em um acordo que envolve dinheiro e ações.
Os 51 por cento da Heinz na empresa combinada valerão cerca de US$ 45 bilhões, avaliando a participação de Lemann em cerca de US$ 9,6 bilhões, disse Kevin Dreyer, gerente de portfólio da Gabelli Equity Trust Inc.
Lemann investiu cerca de US$ 4 bilhões por meio da 3G Capital, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Uma combinação de sinergias no negócio e uma pitada do pó mágico da 3G estão dando à Kraft uma avaliação mais alta, que a empresa não teria de outra forma”, disse Dreyer em entrevista por telefone, de Nova York.
“A 3G tem um histórico de expandir as margens drasticamente. Existe uma expectativa de que eles alcançarão o número colocado e até mais”.
A 3G, que tem Lemann como um de seus fundadores, eliminou mais de 7.000 postos de trabalho na Heinz em 20 meses após assumir a empresa junto com a Berkshire Hathaway. Buffett defendeu as reduções de empregos que seus parceiros da 3G têm realizado quando compram empresas durante uma entrevista à CNBC no dia 31 de março.
O preço das ações da Kraft, que subiu 36 por cento no dia do negócio, poderá ser usado para estimar o valor futuro da Heinz, uma empresa de capital fechado, disse Dreyer.
Esse cálculo leva em conta o pagamento de um dividendo especial pela fabricante de ketchup e pressupõe uma capitalização de mercado de cerca de US$ 87 bilhões para a nova empresa.
Telles, Sicupira
A 3G possui 48 por cento da Heinz, disse o cofundador Alex Behring a repórteres no dia 25 de março. A firma de aquisições contribuiu com US$ 4,25 bilhões para a Heinz em 2013 e com outros US$ 4,8 bilhões no negócio da Kraft.
Lemann não revelou sua participação pessoal na Heinz. Os investimentos dele em empresas de capital aberto mostram que ele tende a ter uma participação maior do que a de seus parceiros brasileiros da 3G, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Uma porta-voz de Lemann preferiu não comentar sobre suas participações.
A onda de aquisições do bilionário de 75 anos na América do Norte o isolou em relação às dificuldades econômicas em seu país natal.
A maior parte de sua riqueza deriva de uma participação na Anheuser-Busch Inbev NV, que obtém menos de um terço de sua receita no Brasil. Menos de 5 por cento da fortuna de Lemann é negociada no Ibovespa.
“Serão necessários alguns anos para que o mercado de consumo do Brasil melhore”, disse Daniela Martins, analista da Concórdia SA CVMCC, com sede em São Paulo.
“A 3G quer empresas que possam se tornar líderes globalmente e que estejam menos interessadas no mercado local”.
O desempenho do investimento em cervejas ajudou a aumentar a fortuna do ex-campeão de tênis em mais de US$ 1 bilhão neste ano, para US$ 26,8 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Ele é a 26a pessoa mais rica do mundo.