LBR entra com pedido de recuperação judicial
Joint venture criada para tentar consolidar diversas empresas do segmento de lácteos no país entrou com pedido de recuperação judicial, como antecipou EXAME
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Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 13h17.
São Paulo - A Lácteos Brasil ( LBR ), joint venture criada há cerca de dois anos para tentar consolidar diversas empresas do segmento de lácteos no país, entrou com pedido de recuperação judicial, informou nesta sexta-feira a Monticiano, uma das principais acionistas da sociedade.
"A administração da companhia propôs um amplo plano de reestruturação, com o objetivo de ampliar a rentabilidade do negócio. Entre as iniciativas previstas está o pedido de recuperação judicial", afirmou a LBR, em comunicado.
Ao pedir um fôlego aos credores financeiros, a empresa espera implementar "as transformações necessárias para aumento da eficiência e sustentabilidade dos negócios, preservando o emprego de 5 mil colaboradores e a geração de renda de 20 mil produtores e suas famílias".
"A LBR vai honrar com os compromissos e efetuar os pagamentos em dia a funcionários e fornecedores, bem como manter os volumes de captação de leite e o fornecimento regular de seus produtos aos clientes", acrescentou.
Originada no final de 2010 a partir da fusão entre Bom Gosto e LeitBom --controlada pela Monticiano--, a LBR recebeu mais de 2 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da GP Investments e de acionistas da Laep, controladora da marca Parmalat no Brasil. Hoje, o grupo tem endividamento de 1 bilhão de reais, sendo o BNDES um dos principais credores.
A LBR tem Parmalat, Poços de Caldas e Boa Nata entre suas as marcas e possui capacidade para produzir mais de 2 bilhões de litros de leite por ano.
Também nesta sexta-feira, a companhia confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn, que tem passagem pela empresa de alimentos BRF. Um novo diretor-presidente, Nelson Bastos, será responsável pela reestruturação financeira da empresa.
Segundo a LBR, Povoa "chegou a um acordo com os acionistas e saiu". Representantes do BNDES não puderam comentar o assunto de imediato.
Problemas estruturais
No comunicado, a LBR atribuiu os problemas enfrentados a questões estruturais do setor de leite no Brasil, que levam à baixa produtividade do negócio, como pulverização de produtores e tributação ineficiente.
"A LBR acredita que a indústria de leite brasileira retomará a competitividade frente a outros países", afirmou a companhia sem dar detalhes e citando diálogos já iniciados com o setor e autoridades.
No final de janeiro, a Laep aprovou uma emissão de ações, citando a urgência em obter recursos diante da situação financeira da sociedade. Também no mês passado, a Laep havia alertado sobre a possibilidade de ficar com o patrimônio líquido negativo se o BNDES reduzisse a avaliação da LBR.
Atualizado às 14h17min
São Paulo - A Lácteos Brasil ( LBR ), joint venture criada há cerca de dois anos para tentar consolidar diversas empresas do segmento de lácteos no país, entrou com pedido de recuperação judicial, informou nesta sexta-feira a Monticiano, uma das principais acionistas da sociedade.
"A administração da companhia propôs um amplo plano de reestruturação, com o objetivo de ampliar a rentabilidade do negócio. Entre as iniciativas previstas está o pedido de recuperação judicial", afirmou a LBR, em comunicado.
Ao pedir um fôlego aos credores financeiros, a empresa espera implementar "as transformações necessárias para aumento da eficiência e sustentabilidade dos negócios, preservando o emprego de 5 mil colaboradores e a geração de renda de 20 mil produtores e suas famílias".
"A LBR vai honrar com os compromissos e efetuar os pagamentos em dia a funcionários e fornecedores, bem como manter os volumes de captação de leite e o fornecimento regular de seus produtos aos clientes", acrescentou.
Originada no final de 2010 a partir da fusão entre Bom Gosto e LeitBom --controlada pela Monticiano--, a LBR recebeu mais de 2 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da GP Investments e de acionistas da Laep, controladora da marca Parmalat no Brasil. Hoje, o grupo tem endividamento de 1 bilhão de reais, sendo o BNDES um dos principais credores.
A LBR tem Parmalat, Poços de Caldas e Boa Nata entre suas as marcas e possui capacidade para produzir mais de 2 bilhões de litros de leite por ano.
Também nesta sexta-feira, a companhia confirmou a saída do presidente-executivo Marcos Povoa, que será substituído por Rami Goldfajn, que tem passagem pela empresa de alimentos BRF. Um novo diretor-presidente, Nelson Bastos, será responsável pela reestruturação financeira da empresa.
Segundo a LBR, Povoa "chegou a um acordo com os acionistas e saiu". Representantes do BNDES não puderam comentar o assunto de imediato.
Problemas estruturais
No comunicado, a LBR atribuiu os problemas enfrentados a questões estruturais do setor de leite no Brasil, que levam à baixa produtividade do negócio, como pulverização de produtores e tributação ineficiente.
"A LBR acredita que a indústria de leite brasileira retomará a competitividade frente a outros países", afirmou a companhia sem dar detalhes e citando diálogos já iniciados com o setor e autoridades.
No final de janeiro, a Laep aprovou uma emissão de ações, citando a urgência em obter recursos diante da situação financeira da sociedade. Também no mês passado, a Laep havia alertado sobre a possibilidade de ficar com o patrimônio líquido negativo se o BNDES reduzisse a avaliação da LBR.
Atualizado às 14h17min