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Kroton vê cenário promissor na educação

A Kroton Educacional está otimista com as perspectivas para o setor privado de ensino no Brasil apesar da economia vacilante

Rodrigo Galindo, presidente da Kroton Anhanguera: a Kroton sozinha estima um avanço orgânico de 10 a 15 % na sua base de alunos nos próximos anos (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 19h08.

São Paulo - A Kroton Educacional está otimista com as perspectivas para o setor privado de ensino no Brasil apesar da economia vacilante e considera que o mercado ainda não precificou parte relevante da aplicação, pelo governo, dos royalties do pré-sal na educação.

"Um pedaço desse beneficio já é precificado pelo mercado, mas um pedaço muito grande ainda não. Qualquer investimento em educação é positivo para nós, mesmo que não seja no ensino superior", afirmou o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, em entrevista nesta quinta-feira durante o Reuters Latin American Investment Summit.

Ele espera que a maior parte dos recursos dos royalties do petróleo vá para o ensino básico e fundamental, beneficiando as instituições privadas de graduação no fim da cadeia. Hoje, de acordo com Galindo, de cada 100 crianças que entram no ensino fundamental no Brasil, apenas sete adquirem um diploma de ensino superior.

A presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso no começo de maio projeto de lei que destina os recursos dos royalties do petróleo na camada do pré-sal para a educação, para contratos fechados a partir de dezembro de 2012 sob os regimes de concessão e de partilha de produção.

"Qualquer benefício em qualquer nível de ensino vai aumentar o tamanho do funil, ou seja, vai aumentar a demanda recorrente, de pessoas aptas a estudar no ensino superior", afirmou Galindo, que presidirá a companhia resultante da fusão de Kroton e Anhanguera Educacional, anunciada há um mês.

A Kroton sozinha estima um avanço orgânico de 10 a 15 % na sua base de alunos nos próximos anos. Embora não tenha projeções para o grupo combinado com a Anhanguera, Galindo disse que "conceitualmente não existe motivo para que o crescimento da plataforma Anhanguera seja menor que o da Kroton".

Economia vs desemprego

O presidente da Kroton disse que a companhia não tem sofrido com o fraco crescimento econômico, pois o nível de emprego é mais determinante para o setor privado de educação do que a atividade.


"Se a gente tiver um ciclo longo de crescimento baixo acompanhado de um ciclo de desemprego, naturalmente em algum momento dessa linha o ensino superior vai ser impactado. Mas o ensino superior é muito mais resiliente do que outras indústrias em questões relacionadas ao crescimento."

Além disso, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação para financiar o ensino superior em instituições não-gratuitas, é um escudo adicional ao setor.

"Num cenário em que o aluno precisa pagar 500 reais de mensalidade, ele deixa o curso se perde o emprego. Com o Fies, ele paga 50 reais por trimestre e, mesmo que perca o emprego, provavelmente alguém da família vai ajudar a pagar até que ele se coloque."

Atualmente, cerca de 50 % dos alunos da Kroton em cursos presenciais de graduação estão no Fies. Galindo espera que o total suba para 70 % em dois anos.

E, diferentemente de outras áreas que viram recentemente interferência do governo federal afetando negativamente seus negócios, a Kroton tem recebido de Brasília "todos os sinais de estabilidade" na regulação do setor de educação.

"Sempre que você tem participação muito grande de qualquer fornecedor ou cliente na sua operação, isso embute um certo risco... É o que acontece no caso do Fies: o governo tem uma participação grande dentro da operação das instituições de ensino superior que optam pelo Fies. Mas todos os sinais recebidos são de preocupação em garantir a estabilidade do Fies."

Cade

Galindo disse que os documentos sobre a fusão de Kroton e Anhanguera, que juntas têm cerca de 1 milhão de alunos no ensino superior, serão enviados ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica até o fim de maio.

Ele reafirmou estar confiante de que não haverá restrições relevantes ao negócio no órgão antitruste, pela baixa sobreposição dos ativos das duas companhias.

O presidente da Kroton descartou novas aquisições até concluir a fusão com a Anhanguera. Também não há planos no médio prazo para internacionalização, pois ainda há "muito espaço para desenvolvimento e consolidação do setor de educação no Brasil".

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São Paulo - A Kroton Educacional está otimista com as perspectivas para o setor privado de ensino no Brasil apesar da economia vacilante e considera que o mercado ainda não precificou parte relevante da aplicação, pelo governo, dos royalties do pré-sal na educação.

"Um pedaço desse beneficio já é precificado pelo mercado, mas um pedaço muito grande ainda não. Qualquer investimento em educação é positivo para nós, mesmo que não seja no ensino superior", afirmou o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, em entrevista nesta quinta-feira durante o Reuters Latin American Investment Summit.

Ele espera que a maior parte dos recursos dos royalties do petróleo vá para o ensino básico e fundamental, beneficiando as instituições privadas de graduação no fim da cadeia. Hoje, de acordo com Galindo, de cada 100 crianças que entram no ensino fundamental no Brasil, apenas sete adquirem um diploma de ensino superior.

A presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso no começo de maio projeto de lei que destina os recursos dos royalties do petróleo na camada do pré-sal para a educação, para contratos fechados a partir de dezembro de 2012 sob os regimes de concessão e de partilha de produção.

"Qualquer benefício em qualquer nível de ensino vai aumentar o tamanho do funil, ou seja, vai aumentar a demanda recorrente, de pessoas aptas a estudar no ensino superior", afirmou Galindo, que presidirá a companhia resultante da fusão de Kroton e Anhanguera Educacional, anunciada há um mês.

A Kroton sozinha estima um avanço orgânico de 10 a 15 % na sua base de alunos nos próximos anos. Embora não tenha projeções para o grupo combinado com a Anhanguera, Galindo disse que "conceitualmente não existe motivo para que o crescimento da plataforma Anhanguera seja menor que o da Kroton".

Economia vs desemprego

O presidente da Kroton disse que a companhia não tem sofrido com o fraco crescimento econômico, pois o nível de emprego é mais determinante para o setor privado de educação do que a atividade.


"Se a gente tiver um ciclo longo de crescimento baixo acompanhado de um ciclo de desemprego, naturalmente em algum momento dessa linha o ensino superior vai ser impactado. Mas o ensino superior é muito mais resiliente do que outras indústrias em questões relacionadas ao crescimento."

Além disso, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação para financiar o ensino superior em instituições não-gratuitas, é um escudo adicional ao setor.

"Num cenário em que o aluno precisa pagar 500 reais de mensalidade, ele deixa o curso se perde o emprego. Com o Fies, ele paga 50 reais por trimestre e, mesmo que perca o emprego, provavelmente alguém da família vai ajudar a pagar até que ele se coloque."

Atualmente, cerca de 50 % dos alunos da Kroton em cursos presenciais de graduação estão no Fies. Galindo espera que o total suba para 70 % em dois anos.

E, diferentemente de outras áreas que viram recentemente interferência do governo federal afetando negativamente seus negócios, a Kroton tem recebido de Brasília "todos os sinais de estabilidade" na regulação do setor de educação.

"Sempre que você tem participação muito grande de qualquer fornecedor ou cliente na sua operação, isso embute um certo risco... É o que acontece no caso do Fies: o governo tem uma participação grande dentro da operação das instituições de ensino superior que optam pelo Fies. Mas todos os sinais recebidos são de preocupação em garantir a estabilidade do Fies."

Cade

Galindo disse que os documentos sobre a fusão de Kroton e Anhanguera, que juntas têm cerca de 1 milhão de alunos no ensino superior, serão enviados ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica até o fim de maio.

Ele reafirmou estar confiante de que não haverá restrições relevantes ao negócio no órgão antitruste, pela baixa sobreposição dos ativos das duas companhias.

O presidente da Kroton descartou novas aquisições até concluir a fusão com a Anhanguera. Também não há planos no médio prazo para internacionalização, pois ainda há "muito espaço para desenvolvimento e consolidação do setor de educação no Brasil".

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