Justiça dos EUA investiga American Apparel e seu presidente
Órgão regulador do mercado americano já abriu processo sobre as operações contábeis da empresa de roupa íntima
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
Nova York - A fabricante e distribuidora de roupas íntimas American Apparel, em dificuldades financeiras, anunciou nesta terça-feira que seu presidente, Dov Charney, é alvo de um processo movido por acionistas e que o organismo de fiscalização do mercado de ações (SEC) e a justiça investigavam suas contas.
A American Apparel, que já é alvo de vários processos de ex-funcionários por assédio sexual, falta de pagamento e demissões arbitrárias, advertiu nesta terça-feira em documentos enviados às autoridades financeiras que foi processada por um acionista.
"No dia 16 de agosto, um processo de um acionista intitulado John Smith contra Dov Charney", nome do fundador e presidente da empresa, "foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal da Califórnia (oeste), distrito de Los Angeles", em que Charney é acusado de não ter cumprido seus deveres para com os acionistas, em particular ao não ter realizado "os controles contábeis adequados" nem "respeitado as leis americanas relativas à imigração", indicam os documentos.
Um dos documentos indica que a empresa registrou uma perda de 43 milhões de dólares no primeiro trimestre, quatro vezes maior do que um ano antes.
"Com o resultado de nossas operações nos três primeiros meses do ano e com as tendências de nossas atividades (...) sobre o resultado de 2010, poderemos não ter liquidez suficiente para manter nossas atividades nos próximos doze meses", indica a empresa.
A American Apparel não é processada por Smith, que acusa Charney "em nome dos acionistas e da sociedade". Não foi indicado o valor das indenizações pedidas.
A American Apparel registrou um rápido crescimento desde que abriu a sua primeira loja, em 2003, mas suas vendas começaram a cair em 2008, por causa da crise econômica.
O grupo advertiu nesta terça que no segundo trimestre terá novas perdas operacionais e que seu endividamento chega a 120,3 milhões de dólares. Sua ação, que valia 17 dólares no final de 2007, estava um pouco acima de 1 dólar nesta terça.
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