Joesley Batista: o ex-presidente do conselho foi afastado por causa dass investigações relacionadas à Operação Greenfield (Daniela Toviansky/EXAME.com/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de março de 2017 às 20h44.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 21h47.
Brasília - A 10ª Vara Federal de Brasília determinou o afastamento do empresário e proprietário da Holding J&F Participações S.A., Joesley Batista, da presidência do Conselho de Administração da companhia.
A decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira também afasta Batista da presidência do conselho da Eldorado Brasil Celulose S.A. e determinou o bloqueio de todas as ações da J&F na Eldorado, por meio de comunicação oficial à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à própria holding.
O despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira atendeu a maioria dos pedidos da Procuradoria da República no Distrito Federal.
As investigações estão relacionadas à Operação Greenfield, que apura fraudes e desvio de recursos em negócios de fundos de pensão com grandes grupos empresariais.
A decisão de Vallisney também determina que a J&F escolha, no prazo de 30 dias, um novo presidente para o conselho de administração.
Outra determinação da Justiça Federal do DF é a intimação da defesa de José Carlos Grubisich Filho para que, no prazo de 5 dias, se manifeste em defesa dos pedidos feitos pelo Ministério Público Federal pelo afastamento dele do cargo de diretor-presidente da Eldorado Celulose e para que seja escolhido um novo Diretor-Presidente para a referida companhia, de acordo com a legislação societária.
Além disso, a decisão judicial proíbe que Joesley Batista se comunique com 94 investigados nas operações Greenfield, Sepsis e Cui Bono.
Entre os nomes citados estão o ex-ministro e ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima, o deputado cassado Eduardo Cunha, o corretor Lúcio Funaro, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o ex-vice-presidente da Caixa Flavio Cleto, o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro.
A decisão também obriga que Joesley Batista comunique toda e qualquer viagem ao exterior, com antecedência mínima de 3 dias úteis, fornecendo dados do voo, plano de voo e data de ida e de retorno.
O MPF havia pedido a retenção do passaporte do executivo.
(Texto corrigido às 21h46. A nota enviada anteriormente contém uma incorreção. O despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira atendeu a maioria dos pedidos da Procuradoria da República no Distrito Federal, e não da Procuradoria-Geral da República)