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Justiça autoriza presidente da Chevron a deixar o país

George Buck deixará o comando da Chevron no Brasil e assumirá posto na companhia em Houston


	O presidente da Chevron Brasil, George Buck: executivo será substituído por Kelly Hartshorn, diretora de operações da Chevron em águas profundas em Angola
 (Divulgação)

O presidente da Chevron Brasil, George Buck: executivo será substituído por Kelly Hartshorn, diretora de operações da Chevron em águas profundas em Angola (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 19h13.

São Paulo - A Justiça autorizou o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, a sair do país quando ele deixar o cargo de chefe da unidade brasileira no final de setembro, contanto que ele pague uma fiança de 500 mil reais.

O valor visa assegurar a participação de Buck no processo judicial ao qual a empresa responde por conta do vazamento de petróleo no campo de Frade, operado pela Chevron, em novembro.

Buck será substituído por Kelly Hartshorn, diretora de operações da Chevron em águas profundas em Angola, disse à Reuters uma pessoa com conhecimento da nomeação. A fonte não quis ser identificada porque não está autorizada a falar sobre o assunto.

De acordo com documentos do Tribunal Federal do Rio de Janeiro, Buck vai ocupar um emprego em Houston na área de perfuração da Chevron.

Buck e outros 16 executivos e empregados da petrolífera americana e da operadora de sondas Transocean foram acusados de crimes relacionados ao vazamento em Frade, na costa do Rio de Janeiro.


"Eu acredito que nós construímos uma cultura de segurança e implementamos processos sustentáveis", escreveu Buck em uma carta de despedida para os funcionários da Chevron obtida pela Reuters. "Estou confiante de que com o tempo a Chevron Brasil vai se recuperar e manter um negócio sólido no Brasil." As acusações criminais contra os executivos, funcionários e empresas podem resultar em prisão de até 31 anos. A Chevron e Transocean também enfrentam processos cíveis que pedem 20 bilhões de reais por danos, e enfrentam uma liminar que pode impedir as empresas de operar no Brasil em menos de um mês.

As acusações civis e criminais decorrem de um vazamento de 3 mil a 4 mil barris de petróleo no campo de Frade, a cerca de 120 km da costa do Estado do Rio de Janeiro.

A Chevron detém 52 por cento de Frade e é a operadora. A Petrobras possui 30 por cento e o Japão Frade, um grupo controlado pela japonesa Sojitz Corp e Inpex Corp , possui 18 por cento.

Petrobras e Japão Frade não foram acusados ou citados nos processos civis.

As acusações criminais incluem: incapacidade de realizar o protocolo para conter o vazamento, insuficiência de medidas para matar o poço e parar o processo de perfuração; violação de licenças, normas legais e regulamentares, incluindo documentos alterados, e o não cumprimento de deveres legais e contratuais.

De acordo com um relatório sobre o vazamento de petróleo do regulador brasileiro, a ANP, não houve nenhum dano ecológico perceptível.

A Agência Nacional do Petróleo disse que as empresas não conseguiram seguir os procedimentos, mas não acusa a Chevron ou a Transocean por negligência.

As duas companhias consideram as acusações civis e criminais sem mérito e estão lutando contra elas no tribunal.

A Chevron fechou as operações no campo de Frade em março, depois que mais petróleo foi encontrado na área, sem que a origem do novo vazamento fosse identificada.

Buck, que tinha planejado ficar no Brasil por três anos, ficou por três anos e meio, período em que viu o campo de Frade, que a Chevron olhou por mais de duas décadas, finalmente produzir petróleo. O campo chegou a extrair mais de 70 mil barris por dia de óleo antes do derramamento de novembro.

No rastro do vazamento, Buck e Chevron foram acusados de má comunicação, uma situação amplificada pelo fato de Buck não falar português, a língua oficial do Brasil.

Hartshorn vem de Angola, também uma ex-colônia de Portugal, e ela fala português.

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