Justiça aceita pedido de recuperação judicial do Grupo Abril
A recuperação judicial, prevista em lei, deve permitir que o Grupo Abril busque um novo equilíbrio de suas contas
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 13h01.
Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 13h03.
São Paulo — Menos de 24 horas depois de o pedido de recuperação judicial do Grupo Abril ter sido protocolado, a Justiça deferiu a requisição da companhia. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 16, pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O processo, que suspende os pagamentos de dívidas do grupo a credores por 18 meses, abarca todas as empresas operacionais do grupo.
A recuperação judicial, prevista em lei, serve para que a empresa possa buscar um novo equilíbrio de suas contas, afetadas nos últimos anos por uma combinação de duas forças negativas. Uma delas é a ruptura tecnológica que atinge mundialmente as atividades de comunicação – incluindo o jornalismo e a publicidade. A outra diz respeito aos impactos da profunda crise no Brasil, cuja marca mais evidente foi uma queda acumulada de 10% no produto interno bruto per capita, causando a perda de milhões de empregos e dificuldades para inúmeras empresas.
Próxima de completar 70 anos desde que foi fundada por Victor Civita, a Abril tornou-se parte da vida de várias gerações de brasileiros, por meio de um leque de publicações em diversas áreas, do entretenimento à educação e à cultura. A história da empresa sempre foi marcada pela inovação editorial, com o lançamento de títulos que se tornaram icônicos, desde as revistas infantis da Disney, com o pioneiro Pato Donald, até a revista Veja, a maior semanal do Brasil e uma das maiores do mundo – que neste ano está completando 50 anos –, passando por outras líderes em suas searas, como Claudia, a mais importante revista feminina brasileira, e Quatro Rodas, imprescindível para quem gosta de carros. A quinzenal Exame é publicada há 51 anos na forma de revista. Dedicada a economia, negócios, finanças e carreira, hoje EXAME é também o maior site dessas áreas no Brasil, atingindo cerca de 25 milhões de visualizações por mês.