J&F busca bancos para vender Alpargatas, Eldorado e Vigor
A expectativa é de que a companhia possa centrar forças na operação da JBS, que deve passar por forte turbulência
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de maio de 2017 às 14h09.
Última atualização em 25 de maio de 2017 às 17h02.
São Paulo - O grupo J&F está em busca de instituições para vender as empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor.
A expectativa é de que, com isso, a companhia possa centrar forças na operação da JBS que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação, já fechado, e o de leniência que está em negociação com o Ministério Público Federal (MPF).
Por volta das 13 horas, as ações da JBS, dona da marca Friboi, avançavam 10,15%, na máxima. Operadores dizem que a recuperação se dá por conta das perdas históricas vistas com a repercussão do acordo de delação premiada feito pelos executivos do grupo.
A avaliação é de que a operação da dona das marcas Friboi e Seara é sólida e que pode resistir à turbulência gerada pelas revelações de corrupção.
A situação financeira no grupo tende a ficar apertada, na medida em que os bancos tiverem que renovar as linhas de crédito para a empresa ou até mesmo com o acordo a ser firmado com o MPF.
Segundo fontes, a empresa está otimista de que o acordo seja fechado em cerca de R$ 6 bilhões ou R$ 7 bilhões, mas os procuradores estão bastante rígidos em função da péssima imagem que está sendo transmitida ao mercado com o acordo firmado com os irmãos Batista, em que eles saíram imunes dos crimes que admitiram ter cometido. A oferta original do MPF era um acordo de R$ 11 bilhões a ser pago em dez anos.
Interessados
Segundo analistas, a tendência é que a Fibria seja a primeira interessada na Eldorado, até pela sinergia que uma aquisição como esta traria à empresa e o poder de mercado mundial que a companhia ganharia. Mas a Fibria vai querer comprar por um preço baixo, segundo fontes.
Já a Alpargatas teria o potencial de atrair os concorrentes que foram deixados para trás na disputa em 2015. A J&F pagou R$ 2,7 bilhões pela empresa, com dinheiro emprestado da Caixa.
A Vigor teria a empresa PepsiCo interessada. Qualquer conversa, no entanto, estaria condicionada ao fechamento do acordo de leniência.