O presidente da Olympus Shuichi Takayama se inclina, em sinal de desculpas, durante entrevista à imprensa, em Tóquio, após revelações de fraudes contábeis (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2011 às 10h44.
Tóquio - Um painel do governo japonês irá propor a obrigatoriedade de indicação de conselheiros independentes nas grandes empresas, na tentativa de evitar novos escândalos contábeis como o protagonizado pela fabricante de eletrônicos Olympus.
Mas as expectativas de mudanças significativas não são grandes, e especialistas afirmam que o processo de escolha de conselheiros independentes por empresas japonesas também precisaria de ajustes de regras.
O ex-presidente-executivo da Olympus, o britânico Michael Woodford, saiu de um encontro na sexta-feira convencido de que o conselho eventualmente renunciará.
Grandes acionistas estrangeiros têm pedido a volta de Woodford, dizendo que ele pode restaurar a confiança na fabricante de câmeras e endoscópios de 92 anos.
A Olympus demitiu Woodford, um raro presidente-executivo estrangeiro no Japão, alegando que ele falhou em se adaptar à cultura japonesa e ao estilo de gestão da companhia.
Woodford diz que foi demitido por ter questionado duvidosos pagamentos de fusões e aquisições.
Primeiro a Olympus negou qualquer má conduta, mas depois disse que tinha omitido perdas de investimentos dos acionistas por duas décadas e que usou cerca de 1,3 bilhão de dólares em pagamentos de fusões e aquisições para cobrir o rombo.
Um painel consultivo no Ministério da Justiça está trabalhando em um esboço há mais de um ano para revisar a lei corporativa do Japão, incluindo reformas de governança.
Com base no esboço, a ser submetido no mês que vem, o partido governista vai propor a revisão da lei no ano que vem, reportou no sábado o jornal Asahi, sem citar fontes.
Os conselheiros independentes não são empregados ou acionistas da companhia e são vistos como relativamente livres de conflito de interesse que possa afetar a relação com a companhia.