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Ivan Zurita: o homem que deixou a Nestlé quatro vezes maior no Brasil

Executivo, que vai se aposentar em julho, deixa a compra da Garoto pela Nestlé como pendência a seu sucessor

Ivan Zurita: executivo vai se aposentar a partir do meio do ano (Filipe Araujo)

Daniela Barbosa

Publicado em 27 de abril de 2012 às 13h16.

São Paulo – Após 40 anos trabalhando para a Nestlé , 11 deles como presidente, Ivan Zurita deixará o cargo no dia 1 julho. Se depender dos números que apresentou em sua gestão, deve sair com a sensação de dever  cumprido. Isso porque, quando assumiu o controle da maior companhia de alimentos do mundo, o executivo tinha como objetivo dobrar o tamanho da empresa e consegui mais do que isso: Zurita multiplicou por quatro a Nestlé brasileira.

Em 2001, quando assumiu o comando, a Nestlé somava uma receita de 4,8 bilhões de reais no Brasil. No ano passado, a cifra foi consideravelmente maior: 20,6 bilhões de reais. Para este ano, a estimativa é que ultrapasse os 22 bilhões de reais.

O resultado fez com que o Brasil despontasse como o segundo maior mercado da Nestlé no mundo tanto em volume de vendas quanto em receita, perdendo apenas para os Estados Unidos.  Em recente entrevista à imprensa, Paul Bulckle, presidente global da Nestlé, chegou a afirmar que o mercado brasileiro estava no topo das prioridades da companhia e Zurita tem muito mérito por isso.

O executivo começou a trabalhar para a Nestlé no início da década de 70, como estagiário, e antes de assumir o topo da hierarquia, passou 17 anos trabalhando para a companhia em diversos países, como Chile, Suíça e México. Neste último, Zurita conseguiu, durante os anos de 1997 a 2001, dobrar o tamanho da operação por lá e foi a partir daí que o executivo ganhou fama global dentro da empresa.

Quando assumiu a operação no Brasil, não só a Nestlé, mas o setor de alimentos no país passava por uma fase de total estagnação. Tanto que no primeiro ano de Zurita como presidente, a Nestlé apresentou crescimento zero no faturamento local. O executivo, então, que considerava a equipe de vendas um tanto engessada, demitiu 800 dos seus 13.000 funcionários e contratou a mesma quantidade para a área de vendas.

Aquisição polêmica

O fato mais marcante dos 11 anos de gestão de Zurita, no entanto, foi a polêmica aquisição da Garoto , anunciada em fevereiro de 2002, por 250 milhões de dólares e – que até agora – não recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – que já negou uma vez a operação, alegando concentração de mercado. A operação passa agora por uma nova avaliação.

Juntas, a Nestlé e a Garoto detêm mais de 55% de participação do mercado de chocolates no Brasil. Em um dos seus últimos pronunciamentos à imprensa, Zurita chegou a afirmar que o processo encontra-se na reta final do julgamento, mas caso a operação seja novamente vetada, a companhia não tem um plano B para o negócio.

A Nestlé já investiu na Garoto mais do que pagou por ela na ocasião e a não aprovação do negócio pode ser um desastre na brilhante carreira que Zurita construiu ao logo de seus 40 anos como funcionário da Nestlé. O executivo, no entanto, tem grande chances de só saber qual o desfecho dessa história, quando já estiver fora da companhia e acompanhando os noticiários de sua fazenda de gado – outra paixão de Zurita, além dos chocolates.

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São Paulo – Após 40 anos trabalhando para a Nestlé , 11 deles como presidente, Ivan Zurita deixará o cargo no dia 1 julho. Se depender dos números que apresentou em sua gestão, deve sair com a sensação de dever  cumprido. Isso porque, quando assumiu o controle da maior companhia de alimentos do mundo, o executivo tinha como objetivo dobrar o tamanho da empresa e consegui mais do que isso: Zurita multiplicou por quatro a Nestlé brasileira.

Em 2001, quando assumiu o comando, a Nestlé somava uma receita de 4,8 bilhões de reais no Brasil. No ano passado, a cifra foi consideravelmente maior: 20,6 bilhões de reais. Para este ano, a estimativa é que ultrapasse os 22 bilhões de reais.

O resultado fez com que o Brasil despontasse como o segundo maior mercado da Nestlé no mundo tanto em volume de vendas quanto em receita, perdendo apenas para os Estados Unidos.  Em recente entrevista à imprensa, Paul Bulckle, presidente global da Nestlé, chegou a afirmar que o mercado brasileiro estava no topo das prioridades da companhia e Zurita tem muito mérito por isso.

O executivo começou a trabalhar para a Nestlé no início da década de 70, como estagiário, e antes de assumir o topo da hierarquia, passou 17 anos trabalhando para a companhia em diversos países, como Chile, Suíça e México. Neste último, Zurita conseguiu, durante os anos de 1997 a 2001, dobrar o tamanho da operação por lá e foi a partir daí que o executivo ganhou fama global dentro da empresa.

Quando assumiu a operação no Brasil, não só a Nestlé, mas o setor de alimentos no país passava por uma fase de total estagnação. Tanto que no primeiro ano de Zurita como presidente, a Nestlé apresentou crescimento zero no faturamento local. O executivo, então, que considerava a equipe de vendas um tanto engessada, demitiu 800 dos seus 13.000 funcionários e contratou a mesma quantidade para a área de vendas.

Aquisição polêmica

O fato mais marcante dos 11 anos de gestão de Zurita, no entanto, foi a polêmica aquisição da Garoto , anunciada em fevereiro de 2002, por 250 milhões de dólares e – que até agora – não recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – que já negou uma vez a operação, alegando concentração de mercado. A operação passa agora por uma nova avaliação.

Juntas, a Nestlé e a Garoto detêm mais de 55% de participação do mercado de chocolates no Brasil. Em um dos seus últimos pronunciamentos à imprensa, Zurita chegou a afirmar que o processo encontra-se na reta final do julgamento, mas caso a operação seja novamente vetada, a companhia não tem um plano B para o negócio.

A Nestlé já investiu na Garoto mais do que pagou por ela na ocasião e a não aprovação do negócio pode ser um desastre na brilhante carreira que Zurita construiu ao logo de seus 40 anos como funcionário da Nestlé. O executivo, no entanto, tem grande chances de só saber qual o desfecho dessa história, quando já estiver fora da companhia e acompanhando os noticiários de sua fazenda de gado – outra paixão de Zurita, além dos chocolates.

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