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Itália pode ajudar Monte dei Paschi se capitalização fracassar

Se o banco não conseguir levantar dinheiro no mercado, governo vai socorrer, segundo autoridade do Tesouro

Monte dei Paschi: pessoas próximas ao banco afirmam que é muito improvável que a instituição consiga cumprir plano até o fim deste ano (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 11h41.

Última atualização em 12 de dezembro de 2016 às 13h27.

Roma - O governo italiano deve intervir para recapitalizar o Banca Monte dei Paschi di Siena se o banco não conseguir levantar com investidores privados o dinheiro de que necessita para se manter, afirmou uma autoridade do Tesouro nesta segunda-feira.

No fim do domingo, o banco disse que abriu uma oferta de troca de dívida por ações como parte de uma última tentativa para concluir uma recapitalização de 5 bilhões de euros (US$ 5,3 bilhões) e evitar ter de receber ajuda do governo italiano.

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O banco busca elevar o capital até o fim do ano, após o Banco Central Europeu (BCE), que supervisiona os grandes bancos da zona do euro, rejeitar um pedido de mais prazo para a conclusão desse plano.

O BCE deu ao Monte dei Paschi até o fim do mês para levantar mais capital necessário para uma grande reformulação no banco, que inclui a venda de 28 bilhões de euros em dívida inadimplente.

O Monte dei Paschi já ofereceu aos detentores de bônus a troca de 4,3 bilhões de euros de bônus subordinados, ou mais arriscados, em ações. O banco, porém, obteve apenas 1 bilhão de euros em novo capital na oferta de conversão anterior.

O banco então planejou levantar o montante restante de um ou mais grandes investidores e com uma elevação de capital oferecida no mercado.

A fonte do Tesouro italiano disse que, caso a transação não seja bem-sucedida, haveria uma ajuda oficial. "A continuidade do banco e da poupança dos clientes iria ser preservada sob qualquer cenário."

Pela lei europeia, o apoio financeiro do governo para bancos em dificuldade pode assumir várias formas, como a injeção direta de capital ou a garantia de venda de instrumentos financeiros pelo banco.

Ela pode ser permitida se uma falência do banco fosse causar "um sério distúrbio na economia" do país onde o banco é sediado e preservar a estabilidade financeira. Especialistas acreditam que tais medidas não poderiam ser adotadas sem a imposição de certas perdas aos acionistas e detentores de bônus do banco.

Os planos do Monte dei Paschi foram complicados por uma crise no governo e pela incerteza resultante após os italianos rejeitarem mudanças na Constituição em referendo há uma semana.

No domingo, o presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu ao ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, que formasse rapidamente um novo governo para encerrar a crise.

A ação rápida sobre o governo gerou algum otimismo sobre o esforço de última hora do Monte dei Paschi para levantar capital - o papel do banco tinha forte alta hoje na Bolsa de Milão.

Pessoas familiarizadas com o assunto, porém, advertiram que é muito improvável que o banco consiga concluir essa transação até o fim do ano.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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