Itaipava: o objetivo da operação de compra de imóveis, segundo Olívio, era apagar rastros dos pagamentos para políticos e agentes públicos feitos pela Itaipava (Germano Luders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2017 às 08h48.
São Paulo - A Operação Lava Jato investiga o destino de US$ 70 milhões atribuídos aos donos da cervejaria Itaipava em uma conta nas pequenas ilhas de Antígua e Barbuda, no Caribe.
Segundo o delator Olívio Rodrigues Júnior, que abria e controlava contas secretas da Odebrecht, o dinheiro foi usado para comprar imóveis no paraíso caribenho.
Olívio, como é conhecido, afirmou que o valor estava escondido em nome da offshore Legacy International, no banco Antigua Overseas Bank (AOB).
"Eles, da Cervejaria Itaipava, têm hoje a quantia de US$ 70 milhões, ou US$ 60 (milhões), ou US$ 80 (milhões), não sei especificar o valor, em imóveis dentro da ilha, representado por esses títulos", afirmou Olívio em delação premiada fechada em dezembro com a Procuradoria-Geral da República.
O objetivo da operação de compra de imóveis, segundo Olívio, era apagar rastros dos pagamentos para políticos e agentes públicos feitos pela Itaipava, em parceria com a Odebrecht, via conta secreta em nome da offshore.
Na época, um contador e os proprietários do Grupo Petrópolis - dona da Itaipava -, Walter Faria, e seu sobrinho Vanuê Faria, tinham sido alvo de uma investigação da Polícia Federal, no Brasil - a Operação Avalanche, em 2008.
A conta Legacy recebeu US$ 99 milhões de dinheiro ilícito da Odebrecht, em 2007 e 2008, como compensações pela venda de reais não contabilizados da cervejaria no Brasil, apontou a delação da Odebrecht.
Em nota, os donos da Itaipava negaram relação com a conta e afirmaram que todas as suas transações estão registradas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.