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Investigação sobre JPMorgan na China preocupa rivais

Segundo advogados, muitos bancos irão correr para rever seus registros após investigação dos EUA pela atuação da companhia em Hong Kong

Prédio da JPMorgan em Hong Kong: companhia está sendo investigada pela contratação de filhos de oficiais chineses para ganhar influência (Jerome Favre/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 16h25.

Hong Kong - As investigações dos Estados Unidos sobre as práticas de contratação do JPMorgan na China fará com que os bancos concorrentes corram para rever seus registros, disseram advogados, em um mercado onde laços com líderes políticos e econômicos podem garantir grandes negócios.

Bancos ao redor do mundo comumente contratam pessoas com ligações no governo e isso é especialmente válido na China, devido ao papel que Partido Comunista desempenha nos negócios do país.

Porém, oferecer trabalho para um dos "príncipes" chineses, os filhos da elite política da China, agora é uma risco e a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA está investigando se o escritório do JPMorgan em Hong Kong contratou filhos de executivos de empresas estatais do país com o interesse de garantir negociações e outros contratos, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

A lei norte-americana não impede a contratação de executivos com laços políticos. Entretanto, contratar pessoas para facilitar negócios pode ser configurado como suborno, e a SEC está investigando as ações do JPMorgan sob a ótica da lei norte-americana contra Práticas de Corrupção no Exterior, conhecida pela sigla em inglês FCPA, disse a fonte.

"Se eu fosse um competidor do JPMorgan, eu definitivamente começaria a fazer investigações internas para buscar vínculos com os príncipes", disse um advogado baseado na China que trabalha com instituições financeiras.

Bank of America, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs e Macquire são alguns dos bancos que contrataram parentes de importantes autoridades chinesas nos últimos anos. Os bancos negaram comentar o assunto ou não responderam a pedidos de comentário.

Marie Cheung, porta-voz do JPMorgan em Hong Kong, não comentou o assunto além do que foi publicado pela instituição em comunicados oficiais. Ela citou que o banco está cooperando com as investigações.

"Se o JPMorgan fez uma contratação legítima, e depois descobre-se que o indivíduo está ali só para conseguir certas conexões, então tudo o que você paga pode ser considerado suborno", disse um advogado baseado na China que pediu para não ser identificado.

A investigação da SEC coincide com uma ampla avaliação do governo norte-americano sobre casos de corrupção relacionados com a China e o impacto sobre empresas e indivíduos nos EUA.

Segundo o New York Times, o JPMorgan contratou Tang Xiaoning, filho de Tang Shuangning, presidente do conselho do China Everbright Group, um conglomerado financeiro controlado pelo Estado. Depois que Xiaoning foi contratado, o JPMorgan conseguiu importantes acordos com o grupo chinês, incluindo assessoria para uma operação de emissão de ações, segundo o jornal.

O banco não foi acusado de prática ilícita, publicou o jornal, citando um documento do governo. Não há evidência documental de que Xiaoning não estava qualificado para o cargo, mas a SEC está investigando se o escritório do JPMorgan em Hong Kong rotineiramente obtém contratos de companhias ligadas a seus funcionários, publicou o jornal.

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Hong Kong - As investigações dos Estados Unidos sobre as práticas de contratação do JPMorgan na China fará com que os bancos concorrentes corram para rever seus registros, disseram advogados, em um mercado onde laços com líderes políticos e econômicos podem garantir grandes negócios.

Bancos ao redor do mundo comumente contratam pessoas com ligações no governo e isso é especialmente válido na China, devido ao papel que Partido Comunista desempenha nos negócios do país.

Porém, oferecer trabalho para um dos "príncipes" chineses, os filhos da elite política da China, agora é uma risco e a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA está investigando se o escritório do JPMorgan em Hong Kong contratou filhos de executivos de empresas estatais do país com o interesse de garantir negociações e outros contratos, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

A lei norte-americana não impede a contratação de executivos com laços políticos. Entretanto, contratar pessoas para facilitar negócios pode ser configurado como suborno, e a SEC está investigando as ações do JPMorgan sob a ótica da lei norte-americana contra Práticas de Corrupção no Exterior, conhecida pela sigla em inglês FCPA, disse a fonte.

"Se eu fosse um competidor do JPMorgan, eu definitivamente começaria a fazer investigações internas para buscar vínculos com os príncipes", disse um advogado baseado na China que trabalha com instituições financeiras.

Bank of America, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs e Macquire são alguns dos bancos que contrataram parentes de importantes autoridades chinesas nos últimos anos. Os bancos negaram comentar o assunto ou não responderam a pedidos de comentário.

Marie Cheung, porta-voz do JPMorgan em Hong Kong, não comentou o assunto além do que foi publicado pela instituição em comunicados oficiais. Ela citou que o banco está cooperando com as investigações.

"Se o JPMorgan fez uma contratação legítima, e depois descobre-se que o indivíduo está ali só para conseguir certas conexões, então tudo o que você paga pode ser considerado suborno", disse um advogado baseado na China que pediu para não ser identificado.

A investigação da SEC coincide com uma ampla avaliação do governo norte-americano sobre casos de corrupção relacionados com a China e o impacto sobre empresas e indivíduos nos EUA.

Segundo o New York Times, o JPMorgan contratou Tang Xiaoning, filho de Tang Shuangning, presidente do conselho do China Everbright Group, um conglomerado financeiro controlado pelo Estado. Depois que Xiaoning foi contratado, o JPMorgan conseguiu importantes acordos com o grupo chinês, incluindo assessoria para uma operação de emissão de ações, segundo o jornal.

O banco não foi acusado de prática ilícita, publicou o jornal, citando um documento do governo. Não há evidência documental de que Xiaoning não estava qualificado para o cargo, mas a SEC está investigando se o escritório do JPMorgan em Hong Kong rotineiramente obtém contratos de companhias ligadas a seus funcionários, publicou o jornal.

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