Investidores do Santander já sentem falta de Dom Emilio
Após decisão de Ana Botín de arrecadar US$ 8,9 bilhões em novos fundos para o banco, alguns investidores ficaram indignados e com saudades do pai, Emilio Botín
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 20h13.
Madri -A decisão tomada por Ana Botín de arrecadar 7,5 bilhões de euros (US$ 8,9 bilhões) em novos fundos para o Banco Santander SA deixou alguns investidores indignados e com saudades dos dias em que o pai dela dirigia o banco.
José de Zubeldía, cuja família teve ações do Banco Santander SA por três gerações, disse que Botín traiu os pequenos investidores que confiaram no compromisso de Emilio Botín com os dividendos e em sua insistência de que o banco não precisava de mais capital.
“Os acionistas foram apunhalados pelas costas”, disse de Zubeldía, 67, consultor de marca aposentado cuja família veio do porto ao norte da Espanha de onde o banco extraiu seu nome. “Ela não está cumprindo a palavra de seu pai, Dom Emilio, e estou totalmente horrorizado”.
Os 3,2 milhões de acionistas do Santander estão tentando entender a decisão tomada ontem pela atual presidente de vender ações e cortar os dividendos que seu pai, Emilio, que morreu em setembro, estabeleceu em 2007. As ações do Santander caíram 11 por cento na jornada de hoje depois que a diretoria aprovou ontem o aumento de capital de Botín.
O anúncio foi uma “mudança total na estratégia de capital”, escreveram Andrea Filtri e Andrés Williams, analistas do Mediobanca Securities em Londres, em um relatório publicado hoje. O “corte substancial” dos dividendos “provavelmente vai contrariar alguns investidores motivados pelos rendimentos”, disseram.
Queda das taxas
Numa época em que as taxas de depósitos bancários caíram em toda a Europa, o rendimento dos dividendos do Santander chegavam a 9 por cento antes do aumento do capital, apesar de que a maior parte era paga em ações. A nova política implica um rendimento de 3 por cento sobre os dividendos, de acordo com estimativas de Daragh Quinn, analista na Nomura International em Madri.
Botín reconheceu ontem a necessidade de explicar a mudança de política para os pequenos investidores.
“Somos muito sensíveis ao fato de que uma parte significativa de nossa base é constituída por pequenos investidores”, disse Botín. “É importante dizer que eles são, principalmente, nossos clientes – estamos muito próximos deles – então, nos empenharemos muito para explicar por que isto é financeiramente interessante”.
Das quase 12 bilhões de ações do Santander, cerca de 46 por cento estão nas mãos de pequenos investidores.
Botín, 54, está marcando sua autoridade no banco que sua família dirige desde pelo menos 1895. Ela assumiu o Santander em setembro depois da morte repentina de seu pai, Emilio, que tinha assumido a presidência herdada de seu próprio pai em 1986.
“Enorme oportunidade”
Botín disse ontem que o Santander usaria os fundos para expandir seus negócios e fazer empréstimos nos mercados em que já está presente, pois está em busca de uma “enorme oportunidade internamente” para aumentar os lucros.
Talvez os pequenos investidores precisem ser convencidos. O Santander piorou a situação ao permitir que apenas acionistas institucionais participassem na venda de novas ações, que foram emitidas com um desconto de quase 10 por cento, disse de Zubeldía.
“Isso não foi justo”, disse ele.
Madri -A decisão tomada por Ana Botín de arrecadar 7,5 bilhões de euros (US$ 8,9 bilhões) em novos fundos para o Banco Santander SA deixou alguns investidores indignados e com saudades dos dias em que o pai dela dirigia o banco.
José de Zubeldía, cuja família teve ações do Banco Santander SA por três gerações, disse que Botín traiu os pequenos investidores que confiaram no compromisso de Emilio Botín com os dividendos e em sua insistência de que o banco não precisava de mais capital.
“Os acionistas foram apunhalados pelas costas”, disse de Zubeldía, 67, consultor de marca aposentado cuja família veio do porto ao norte da Espanha de onde o banco extraiu seu nome. “Ela não está cumprindo a palavra de seu pai, Dom Emilio, e estou totalmente horrorizado”.
Os 3,2 milhões de acionistas do Santander estão tentando entender a decisão tomada ontem pela atual presidente de vender ações e cortar os dividendos que seu pai, Emilio, que morreu em setembro, estabeleceu em 2007. As ações do Santander caíram 11 por cento na jornada de hoje depois que a diretoria aprovou ontem o aumento de capital de Botín.
O anúncio foi uma “mudança total na estratégia de capital”, escreveram Andrea Filtri e Andrés Williams, analistas do Mediobanca Securities em Londres, em um relatório publicado hoje. O “corte substancial” dos dividendos “provavelmente vai contrariar alguns investidores motivados pelos rendimentos”, disseram.
Queda das taxas
Numa época em que as taxas de depósitos bancários caíram em toda a Europa, o rendimento dos dividendos do Santander chegavam a 9 por cento antes do aumento do capital, apesar de que a maior parte era paga em ações. A nova política implica um rendimento de 3 por cento sobre os dividendos, de acordo com estimativas de Daragh Quinn, analista na Nomura International em Madri.
Botín reconheceu ontem a necessidade de explicar a mudança de política para os pequenos investidores.
“Somos muito sensíveis ao fato de que uma parte significativa de nossa base é constituída por pequenos investidores”, disse Botín. “É importante dizer que eles são, principalmente, nossos clientes – estamos muito próximos deles – então, nos empenharemos muito para explicar por que isto é financeiramente interessante”.
Das quase 12 bilhões de ações do Santander, cerca de 46 por cento estão nas mãos de pequenos investidores.
Botín, 54, está marcando sua autoridade no banco que sua família dirige desde pelo menos 1895. Ela assumiu o Santander em setembro depois da morte repentina de seu pai, Emilio, que tinha assumido a presidência herdada de seu próprio pai em 1986.
“Enorme oportunidade”
Botín disse ontem que o Santander usaria os fundos para expandir seus negócios e fazer empréstimos nos mercados em que já está presente, pois está em busca de uma “enorme oportunidade internamente” para aumentar os lucros.
Talvez os pequenos investidores precisem ser convencidos. O Santander piorou a situação ao permitir que apenas acionistas institucionais participassem na venda de novas ações, que foram emitidas com um desconto de quase 10 por cento, disse de Zubeldía.
“Isso não foi justo”, disse ele.