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Investidor argentino compra 1.600 restaurantes do McDonald's na América Latina

Ele deve pagar US$ 700 milhões pelas lojas que pertenciam à matriz americana e também pagará royalties para usar a marca

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O McDonald';s informou hoje que assinou uma carta-acordo para a venda de 1.600 restaurantes da rede de fast food na América Latina e Caribe para um grupo liderado pelo investidor argentino Woods Staton. A Gávea Investimentos, fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, também faz parte do consórcio, segundo informou o diretor financeiro da rede de fast food, Matt Paul, durante conferência com analistas realizada nesta sexta-feira (20/4). O preço do negócio alcança 700 milhões de dólares e inclui a licença da marca por 20 anos. Staton, que já presidia as operações do McDonald';s na Argentina e supervisionava as operações no Uruguai, Chile e Paraguai, agora passa a controlar também lojas em países como Brasil e México.

"Woods é um empresário de respeito na América Latina, e é nosso parceiro há mais de 20 anos", afirmou Paul. Segundo o executivo, a experiência acumulada pelo argentino permitirá o fortalecimento da marca na região. "Para nossos clientes, a venda dará condições para que o McDonald';s os atenda de modo mais rápido e eficiente, com uma atuação focada nas demanda locais. Para os acionistas da rede, a transação reduzirá a volatilidade e permitirá à empresa focar nos mercados com impacto significativo em nossos resultados, aumentando o retorno aos investidores", disse. Os recursos gerados pela venda vão compor os 5,7 bilhões de dólares que o McDonald';s espera distribuir aos acionistas entre 2007 e 2008, na forma de dividendos e recompra de ações.

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A companhia espera concluir o acordo "em poucos meses". As lojas serão repassadas ao investidor na forma de "developmental licensee", um contrato em que terá de pagar royalties à matriz americana do McDonald';s para utilizar a marca. Esse modelo é adotado pela empresa em regiões consideradas de risco - como o Oriente Médio. Com ele, a companhia retira seu capital do país e reduz, por isso, sua exposição ao risco.

"Graças à base de sustentação dada pela liderança do time do McDonald';s na América Latina nos últimos quatro anos, com crescimento consecutivo de dois dígitos em vendas e com lucros crescentes, o McDonald's passa a gestão de um negócio saudável para o novo operador", afirmou o presidente do McDonald';s no Brasil, Sergio Alonso, em nota. Segundo Alonso, o Brasil é um dos dez mercados "prioritários" para o McDonald';s e Woods Stanton deverá vir ao país "em breve" para anunciar seus planos de investimento.

O McDonald';s havia anunciado, em setembro do ano passado, a intenção de vender as lojas próprias no Brasil e em outros cerca de 15 países considerados por acionistas da matriz menos lucrativos que os Estados Unidos ou a União Européia, por exemplo. No total, o plano inclui a venda de 2.300 lojas. No Brasil, diversos investidores, entre eles o empresário Abílio Diniz (do Pão de Açúcar), foram sondados. O fundo de investimentos GP, o banco Pactual e o fundo americano Capital Group também mostraram interesse pelo negócio.

A saída da América Latina faz parte de uma política mundial do McDonald';s. Nos últimos anos, o investidor americano Bill Ackman, que detém mais de 4% das ações da rede, pressiona a compra a se desfazer das lojas próprias, com o argumento de que apresentam resultados inferiores aos dos franqueados. Na América Latina, a proporção de lojas próprias do McDonald';s é de 70%, contra 30% dos franqueados. No resto do mundo, a proporção é inversa. Por isso, os analistas acreditam que a venda das operações na região seja uma resposta às pressões de Ackman.

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