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Indústria fonográfica registra crescimento de 9,7% em 2018

Quase metade das receitas (47%) vieram de músicas reproduzidas em serviços de 'streaming'

Indústria fonográfica tem se recuperado desde 2014, após 15 anos de prejuízo (Tara Moore/Getty Images)
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EFE

Publicado em 2 de abril de 2019 às 12h59.

Londres — A indústria fonográfica cresceu 9,7% em 2018, o quarto ano consecutivo de alta e o que mais registrou aumento desde que começaram os registros em 1997, informou nesta terça-feira, 2, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês).

A organização apresentou hoje em Londres seu relatório anual, no qual indicou que desde 2015 o setor da música gravada foi crescendo em nível mundial e, no ano passado, arrecadou US$ 19,1 bilhões.

Quase metade dessas receitas (47%) vieram da música em 'streaming', que, por segmentos, liderou a alta em 2018 com um crescimento de 34%, com 32,9% mais assinaturas pagas de plataformas digitais que oferecem estes conteúdos.

Em contraposição a esta progressão está a arrecadação de vendas de música em suportes físicos, que caiu 10,1% em 2018, e a arrecadação por downloads, que desabaram 21,2%.

A executiva-chefe da IFPI, Frances Moore, ressaltou hoje que o mérito para conseguir estes resultados é dos incríveis "artistas" que existem na indústria, mas sem desmerecer o trabalho das gravadoras que "continuam investindo em artistas, pessoas e inovação, tanto nos mercados estabelecidos como nos emergentes".

Neste sentido também se pronunciou o CEO da Warner Music, Stu Bergen, que disse que "os artistas realmente se beneficiam de uma infraestrutura que os apoia, respaldados por recursos humanos e experiência que lhes permite ter verdadeira liberdade criativa".

Por regiões, a que mais cresceu pelo quarto ano consecutivo, segundo o relatório da IFPI, foi a América Latina, com ascensão de 16,8%, com Brasil (15,4%) e México (14,7%) como principais potências.

Na América do Norte o aumento foi de de 15%; os mercados combinados da Ásia e da Austrália cresceram 11,7%, enquanto o europeu teve um modesto crescimento de 0,1%.

O top 10 de discos de 2018 foi marcado pelas trilhas sonoras de filmes, como "The Greatest Showman" (O Rei do Show), que atingiu o número 1 com 3,5 milhões de cópias vendidas; "A Star is Born" (Nasce Uma Estrela), com 1,9 milhão; "Bohemian Rapsody", com 1,2 milhão; e "Mamma mia! Here We Go Again" (Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo!), com 900 mil.

Com relação aos singles, no topo da lista esteve "Havana" de Camila Cabello e Young Thug, com 19 milhões de reproduções; seguido de "God's Plan" de Drake (15,3 milhões) e de "Shape of You" de Ed Sheeran (14,9 milhões).

Depois de 15 anos, desde 1999 até 2014, nos quais a indústria perdeu quase 40% de suas receitas, esta conseguiu, graças à inovação, se adaptar aos novos tempos, especifica o relatório.

Para esta tendência positiva ser "sustentável" e permitir que "os mercados emergentes sejam capazes de atingir todo o seu potencial", o documento especifica cinco elementos-chave.

O primeiro deles é reconhecer o valor da música; o segundo, estabelecer uma regulamentação clara em relação aos direitos autorais para fornecer certeza legal.

Depois, o documento fala que os possuidores destes direitos devem ser livres para decidir quem utiliza sua música e como, seguido pela necessidade de formar a música em termos justos.

Por último, a organização menciona a importância de existir ferramentas adequadas para prevenir a pirataria e que a música esteja disponível de forma ilegal.

"A música se transformou em global de maneiras nunca antes imaginadas", acrescentou Moore, que disse que é preciso, acima de tudo, "garantir que a música continue nesta emocionante viagem mundial".

"A comunidade musical nunca esteve tão conectada", concluiu a direção da IFPI, que disse que, hoje em dia, um "hit" pode vir de qualquer parte do mundo.

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