Hyundai inicia produção de máquinas no Brasil em março
Fábrica de máquinas para construção ficará próxima do terreno da Nissan, em Itatiaia
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 15h03.
Rio - Gigante de áreas como construção naval e engenharia offshore, a Hyundai Heavy Industries (HHI) inicia em março do ano que vem a produção de máquinas para construção no Brasil, em uma fábrica em construção em Itatiaia, no sul fluminense. O investimento de US$ 180 milhões é uma parceria com a Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora com quem formou há um ano a joint-venture BMC-Hyundai.
Apesar do fraco desempenho do setor de bens de capital este ano, a coreana antecipou as operações locais e inaugura na semana que vem uma linha de montagem de retroescavadeiras na nova sede da BMC, em Duque de Caxias (RJ).
A fábrica de Itatiaia ficará próxima ao terreno da futura montadora da Nissan, numa área de 500 mil m2. O município tem uma logística privilegiada, a meio caminho de Rio de Janeiro e São Paulo. A produção da BMC-Hyundai deve começar com 2.400 máquinas da chamada linha amarela por ano, metade da capacidade instalada. Cerca de 80% para o mercado doméstico. A perspectiva é atingir o pico de produção por volta de 2016, gerando 1.000 empregos diretos.
Será a segunda do grupo fora da Coreia - a outra fica na China e atende apenas o país - e fornecerá itens como escavadeiras, pás carregadeiras e empilhadeiras para o mercado brasileiro e toda a América Latina. A unidade tem uma área livre de 200 mil m? e deverá ser ampliada no futuro.
Segundo Armando Mantuano, diretor da BMC, esse é um projeto estratégico diante das perspectivas de realização de grandes obras de infraestrutura nos próximos anos, uma prioridade do governo Dilma Rousseff. "Até 2020 o mercado de infraestrutura e construção é o que vai acontecer no Brasil", aposta Mantuano.
Além disso, o índice de nacionalização de 60% é uma exigência para credenciar as máquinas Hyundai a utilizarem a linha de financiamento PSI Finame, do BNDES, que opera com taxa de juros de 2,5% ao ano - juro real negativo -, pelo menos até dezembro, e responde por 30% das vendas do setor. A americana Caterpillar, principal concorrente da Hyundai, já tem produção local.
O presidente da BMC, Felipe Cavallieri, admite que 2012 foi um ano ruim e que a empresa está comemorando a perspectiva de manter o faturamento de 2011, de R$ 680 milhões - ante uma previsão inicial de atingir faturamento de R$ 1 bilhão. Em 2013 a perspectiva é de uma alta de 13% nas vendas do atual portfólio, podendo atingir o primeiro bilhão com os novos contratos de distribuição assinados com a suíça Amman e a irlandesa Terex. O número deve saltar para R$ 3 bilhões até 2015.
A "tática de guerrilha" da BMC, de vendas pulverizadas a pequenos locadores de máquinas, tem ajudado a empresa a sofrer menos com o desaquecimento do mercado. A união com a Hyundai, por outro lado, vai possibilitar à empresa iniciar "conversas de gente grande", diz Mantuano, citando Queiroz Galvão e Odebrecht.
O presidente da Hyundai para o Brasil, Sam Yoon, vai inaugurar a linha de Caxias na quinta-feira da próxima semana. Com investimento de R$ 1,5 milhão ela produzirá 60 máquinas por mês. A ideia é usar a linha - coordenada por coreanos - para qualificar mão de obra. A unidade também vai armazenar até 200 máquinas e peças que darão suporte à fábrica. A HHI tem outros negócios no Brasil, como a parceria com a OSX, braço de construção naval do grupo de Eike Batista, para construir uma base no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
O acordo da BMC com a Hyundai prevê participações cruzadas na fabricação (onde os coreanos serão majoritários) e na distribuição, reunidas numa holding. Criada há cinco anos, a BMC entrega máquinas de marcas como a americana Link Belt, a chinesa XCMG e a italiana Merlo em todo o País, com 38 centros de distribuição.
Rio - Gigante de áreas como construção naval e engenharia offshore, a Hyundai Heavy Industries (HHI) inicia em março do ano que vem a produção de máquinas para construção no Brasil, em uma fábrica em construção em Itatiaia, no sul fluminense. O investimento de US$ 180 milhões é uma parceria com a Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora com quem formou há um ano a joint-venture BMC-Hyundai.
Apesar do fraco desempenho do setor de bens de capital este ano, a coreana antecipou as operações locais e inaugura na semana que vem uma linha de montagem de retroescavadeiras na nova sede da BMC, em Duque de Caxias (RJ).
A fábrica de Itatiaia ficará próxima ao terreno da futura montadora da Nissan, numa área de 500 mil m2. O município tem uma logística privilegiada, a meio caminho de Rio de Janeiro e São Paulo. A produção da BMC-Hyundai deve começar com 2.400 máquinas da chamada linha amarela por ano, metade da capacidade instalada. Cerca de 80% para o mercado doméstico. A perspectiva é atingir o pico de produção por volta de 2016, gerando 1.000 empregos diretos.
Será a segunda do grupo fora da Coreia - a outra fica na China e atende apenas o país - e fornecerá itens como escavadeiras, pás carregadeiras e empilhadeiras para o mercado brasileiro e toda a América Latina. A unidade tem uma área livre de 200 mil m? e deverá ser ampliada no futuro.
Segundo Armando Mantuano, diretor da BMC, esse é um projeto estratégico diante das perspectivas de realização de grandes obras de infraestrutura nos próximos anos, uma prioridade do governo Dilma Rousseff. "Até 2020 o mercado de infraestrutura e construção é o que vai acontecer no Brasil", aposta Mantuano.
Além disso, o índice de nacionalização de 60% é uma exigência para credenciar as máquinas Hyundai a utilizarem a linha de financiamento PSI Finame, do BNDES, que opera com taxa de juros de 2,5% ao ano - juro real negativo -, pelo menos até dezembro, e responde por 30% das vendas do setor. A americana Caterpillar, principal concorrente da Hyundai, já tem produção local.
O presidente da BMC, Felipe Cavallieri, admite que 2012 foi um ano ruim e que a empresa está comemorando a perspectiva de manter o faturamento de 2011, de R$ 680 milhões - ante uma previsão inicial de atingir faturamento de R$ 1 bilhão. Em 2013 a perspectiva é de uma alta de 13% nas vendas do atual portfólio, podendo atingir o primeiro bilhão com os novos contratos de distribuição assinados com a suíça Amman e a irlandesa Terex. O número deve saltar para R$ 3 bilhões até 2015.
A "tática de guerrilha" da BMC, de vendas pulverizadas a pequenos locadores de máquinas, tem ajudado a empresa a sofrer menos com o desaquecimento do mercado. A união com a Hyundai, por outro lado, vai possibilitar à empresa iniciar "conversas de gente grande", diz Mantuano, citando Queiroz Galvão e Odebrecht.
O presidente da Hyundai para o Brasil, Sam Yoon, vai inaugurar a linha de Caxias na quinta-feira da próxima semana. Com investimento de R$ 1,5 milhão ela produzirá 60 máquinas por mês. A ideia é usar a linha - coordenada por coreanos - para qualificar mão de obra. A unidade também vai armazenar até 200 máquinas e peças que darão suporte à fábrica. A HHI tem outros negócios no Brasil, como a parceria com a OSX, braço de construção naval do grupo de Eike Batista, para construir uma base no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
O acordo da BMC com a Hyundai prevê participações cruzadas na fabricação (onde os coreanos serão majoritários) e na distribuição, reunidas numa holding. Criada há cinco anos, a BMC entrega máquinas de marcas como a americana Link Belt, a chinesa XCMG e a italiana Merlo em todo o País, com 38 centros de distribuição.