GVT se opõe a desmembramento da TIM e proprietários travam
Provedora disse que estaria pronta para trabalhar com o governo para impedir que as concorrentes desmembrem a segunda maior operadora do país
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 14h30.
Londre/Madri/Milão - A GVT , provedora brasileira de banda larga de propriedade da Vivendi, disse que estaria pronta para trabalhar com o governo para impedir que as concorrentes desmembrem a segunda maior operadora de tecnologia wireless do país, a TIM Brasil .
A divisão da TIM “seria um desserviço absoluto para a sociedade e iria prejudicar de modo irreparável e inaceitável o mercado brasileiro”, disse a GVT em um comunicado à Bloomberg News.
“Se necessário, a GVT trabalhará com o governo e a Anatel para alertar sobre os riscos e evitar que um desmembramento” ocorra, disse.
A Telefônica e a Oi estão explorando um plano para desmembrar a TIM ainda neste ano, disseram fontes do setor na semana passada.
Marco Patuano, CEO da Telecom Italia SpA, que possui 67 por cento da Tim, está a favor de manter a TIM e expandi-la através de uma possível fusão com a GVT, disseram as fontes.
A Telefônica é a maior acionista da Telecom Italia, com uma participação indireta de quase 15 por cento. A Oi é a quarta maior operadora móvel do Brasil.
A GVT não participou de nenhuma conversa com a TIM, com sede no Rio de Janeiro, sobre uma fusão ou outro tipo de reestruturação corporativa, segundo o comunicado da GVT.
A discórdia entre a Telefônica e a Telecom Italia esquenta um conflito de vários anos entre as duas empresas no Brasil, onde a Telefônica controla a maior operadora sob a marca Vivo.
A mais recente pressão para vender a TIM ocorre ao mesmo tempo em que o grupo investidor liderado pela Telefônica, que possui 22,4 por cento da Telecom Italia, deverá se separar neste mês. Pelo menos dois dos três investidores financeiros estão planejando sair.
Comissário mercantil
Os executivos da Telefônica e da Oi discutiram já em abril um potencial negócio para dividir a TIM entre a Oi, a Vivo e a Claro, propriedade da América Móvil SAB, de Carlos Slim, disseram as fontes.
Um cenário envolve a utilização de um veículo financeiro conhecido no Brasil como Comissário Mercantil para adquirir a TIM e depois dividir o negócio entre as outras operadoras, disseram. O Grupo BTG Pactual atuaria como agente, disseram duas das fontes.
A Oi lideraria as negociações porque, como provedora local, geraria menos controvérsia no Brasil, disseram as fontes.
Uma transação pode ocorrer depois das eleições de outubro, disseram. Patuano disse aos analistas no dia 7 de março que se uma “oferta jumbo” para a TIM aparecesse, a Telecom Italia iria avaliá-la.
Aumento de capital
A Vivendi entrou no Brasil em 2009 ao adquirir uma participação controladora na GVT por US$ 4,18 bilhões, superando um lance rival da Telefônica.
A GVT, que surgiu em 1999 durante a privatização do setor de telecomunicações do Brasil, teve 12 por cento do mercado de banda larga do país e aproximadamente 9 por cento do seu mercado de telefonia fixa em 2013, de acordo com o relatório anual da Vivendi.
Tanto a GVT quanto a TIM poderiam atrair o interesse da AT&T depois que a operadora dos EUA decidiu comprar a DirecTV, cujo serviço de TV paga possui mais de 5 milhões de assinantes no Brasil, de acordo com um relatório escrito pelos analistas do Deutsche Bank AG, da semana passada.
A TIM, com quase 74 milhões de clientes até o fim de abril, tem um valor de empresa (enterprise value)– que inclui dívida – de aproximadamente R$ 30,5 bilhões (US$ 13,6 bilhões), de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
“Está claro que a Telefônica ainda tem todo o interesse em preparar o terreno para uma potencial separação da TIM Brasil, com o objetivo de eliminar uma rival inconveniente”, disse Andrea Rangone, professor de estratégia de negócios no Politecnico di Milano.
No entanto, uma fusão com a GVT faria mais sentido porque possibilitaria que a TIM também ofereça serviços de TV, disse ele.
Londre/Madri/Milão - A GVT , provedora brasileira de banda larga de propriedade da Vivendi, disse que estaria pronta para trabalhar com o governo para impedir que as concorrentes desmembrem a segunda maior operadora de tecnologia wireless do país, a TIM Brasil .
A divisão da TIM “seria um desserviço absoluto para a sociedade e iria prejudicar de modo irreparável e inaceitável o mercado brasileiro”, disse a GVT em um comunicado à Bloomberg News.
“Se necessário, a GVT trabalhará com o governo e a Anatel para alertar sobre os riscos e evitar que um desmembramento” ocorra, disse.
A Telefônica e a Oi estão explorando um plano para desmembrar a TIM ainda neste ano, disseram fontes do setor na semana passada.
Marco Patuano, CEO da Telecom Italia SpA, que possui 67 por cento da Tim, está a favor de manter a TIM e expandi-la através de uma possível fusão com a GVT, disseram as fontes.
A Telefônica é a maior acionista da Telecom Italia, com uma participação indireta de quase 15 por cento. A Oi é a quarta maior operadora móvel do Brasil.
A GVT não participou de nenhuma conversa com a TIM, com sede no Rio de Janeiro, sobre uma fusão ou outro tipo de reestruturação corporativa, segundo o comunicado da GVT.
A discórdia entre a Telefônica e a Telecom Italia esquenta um conflito de vários anos entre as duas empresas no Brasil, onde a Telefônica controla a maior operadora sob a marca Vivo.
A mais recente pressão para vender a TIM ocorre ao mesmo tempo em que o grupo investidor liderado pela Telefônica, que possui 22,4 por cento da Telecom Italia, deverá se separar neste mês. Pelo menos dois dos três investidores financeiros estão planejando sair.
Comissário mercantil
Os executivos da Telefônica e da Oi discutiram já em abril um potencial negócio para dividir a TIM entre a Oi, a Vivo e a Claro, propriedade da América Móvil SAB, de Carlos Slim, disseram as fontes.
Um cenário envolve a utilização de um veículo financeiro conhecido no Brasil como Comissário Mercantil para adquirir a TIM e depois dividir o negócio entre as outras operadoras, disseram. O Grupo BTG Pactual atuaria como agente, disseram duas das fontes.
A Oi lideraria as negociações porque, como provedora local, geraria menos controvérsia no Brasil, disseram as fontes.
Uma transação pode ocorrer depois das eleições de outubro, disseram. Patuano disse aos analistas no dia 7 de março que se uma “oferta jumbo” para a TIM aparecesse, a Telecom Italia iria avaliá-la.
Aumento de capital
A Vivendi entrou no Brasil em 2009 ao adquirir uma participação controladora na GVT por US$ 4,18 bilhões, superando um lance rival da Telefônica.
A GVT, que surgiu em 1999 durante a privatização do setor de telecomunicações do Brasil, teve 12 por cento do mercado de banda larga do país e aproximadamente 9 por cento do seu mercado de telefonia fixa em 2013, de acordo com o relatório anual da Vivendi.
Tanto a GVT quanto a TIM poderiam atrair o interesse da AT&T depois que a operadora dos EUA decidiu comprar a DirecTV, cujo serviço de TV paga possui mais de 5 milhões de assinantes no Brasil, de acordo com um relatório escrito pelos analistas do Deutsche Bank AG, da semana passada.
A TIM, com quase 74 milhões de clientes até o fim de abril, tem um valor de empresa (enterprise value)– que inclui dívida – de aproximadamente R$ 30,5 bilhões (US$ 13,6 bilhões), de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
“Está claro que a Telefônica ainda tem todo o interesse em preparar o terreno para uma potencial separação da TIM Brasil, com o objetivo de eliminar uma rival inconveniente”, disse Andrea Rangone, professor de estratégia de negócios no Politecnico di Milano.
No entanto, uma fusão com a GVT faria mais sentido porque possibilitaria que a TIM também ofereça serviços de TV, disse ele.