Negócios

Guerra de pelúcias: nos EUA, uma disputa judicial pelos direitos de ursinhos de pelúcia

Empresa que é fenômeno no TikTok alega que outra companhia de brinquedos plagiou seus famosos bichinhos de pelúcia

Squishmallow: marca criada em 2016 já vendeu mais de 200 milhões de dólares (James Manning/Getty Images)

Squishmallow: marca criada em 2016 já vendeu mais de 200 milhões de dólares (James Manning/Getty Images)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 16h53.

Uma disputa -- para dizer no mínimo fofa -- acontece nesta semana nos tribunais dos Estados Unidos. Duas (grandes) empresas de brinquedos norte-americanas travam na Justiça uma batalha sobre os direitos e plágios na venda de ursinhos de pelúcia.

Trata-se da Squishmallow, que já vende mais de 200 milhões de dólares em ursinhos de pelúcia e é um fenômeno das redes sociais, e a Skoosherz, da empresa Build-A-Bear, que vende experiências onde os clientes podem construir um ursinho do zero. Algo semelhante ao que a brasileira Criamigos oferece por aqui.

A disputa acontece porque a Kelly Toys, dona da Squishmallows, alega que a Build-A-Bear plagiou os ursinhos na sua linha Skoosherz, lançada no mês passado em antecipação ao Valentine Day's, o Dia dos Namorados nos Estados Unidos.

Segundo a Kelly Toys, ao invés de "criar seus próprios conceitos e linhas de produtos únicos",  a Build-A-Bear desenvolveu um produto semelhante e "decidiu que seria mais fácil simplesmente copiar, imitar e lucrar com a popularidade e boa vontade dos Squishmallows." No argumento dado à Justiça, a Kelly Toys também diz que a Build-A-Bear imitou os brinquedos de pelúcia Squishmallows "na esperança de confundir os consumidores e fazê-los comprar seus produtos em vez dos Squishmallows".

Por sua vez, a Build-A-Bear alega que sua linha não infrigia nenhuma marca registrada. As informações são do jornal New York Times.

Quais são as argumentações das empresas

A Kelly Toys argumentou que a linha da Build-A-Bear apresenta muitas semelhanças com os brinquedos Squishmallows, incluindo "representações fantasiosas em forma de animais/personagens, características faciais bordadas, coloração distinta e não monocromática e textura exterior aveludada semelhante a veludo", usando, inclusive, os mesmos fornecedores. Justificou, também, que se os ursinhos prontos não fazem parte da "missão original" da Build-A-Bear, que é de ajudar as pessoas a construírem seus ursinhos de pelúcia.

Para reclamar na Justiça, a Kelly Toys acionou a Lei Lanham, que protege o trade dress. É um conceito legal que se refere à aparência e a percepção de um produto a um cliente, o tornando único em relação a outros produtos.

Na argumentação, a Kelly Toys também diz que a o nome da linha da Build-A-Bear foi escolhido para confundir os consumidores que estão procurando pelos Squishmallows, frequentemente chamados de "Squish".

A Build-A-Bear, por sua vez, respondeu que as características que a Kelly Toys alegou fazerem parte de seu trade dress "não eram consistentes em toda a linha de produtos Squishmallows".

A empresa afirmou que começou ajudando os compradores a construir seus próprios brinquedos, mas explicou que vende brinquedos de pelúcia já recheados há anos. Os novos brinquedos não são imitações dos Squishmallows, argumentou a empresa, mas sim imitações de alguns de seus próprios brinquedos de pelúcia originais e populares da própria Build-A-Bear.

Qual é o sucesso da Squishmallows

Os Squishmallows explodiram em popularidade durante a pandemia de coronavírus. Vídeos sobre os brinquedos foram visualizados mais de 11 bilhões de vezes na plataforma de vídeos curtos TikTok, e os fãs postaram sobre os brinquedos mais de 11 milhões de vezes no Instagram.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)

Mais de Negócios

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Após crise de R$ 5,7 bi, incorporadora PDG trabalha para restaurar confiança do cliente e do mercado

Mais na Exame