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Grifes de decoração apostam no Brasil

"De acordo com os mapas, deveríamos ir para o Brasil", conta Holly Hunt, cujo nome estampa uma das marcas mais chiques de design dos Estados Unidos


	O segmento de móveis e decoração representa 9% do mercado de luxo no país, com faturamento de cerca de R$ 1,8 bilhão de acordo com os últimos estudos do setor
 (Divulgação/Imovelweb)

O segmento de móveis e decoração representa 9% do mercado de luxo no país, com faturamento de cerca de R$ 1,8 bilhão de acordo com os últimos estudos do setor (Divulgação/Imovelweb)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 15h43.

São Paulo - Foram os astros - e o apetite do brasileiro por produtos de luxo - que trouxeram a empresária americana Holly Hunt ao Brasil.

Não faz muito tempo, ela consultou uma amiga astróloga para traçar o seu plano de expansão e descobrir onde deveria abrir a primeira loja no exterior. "De acordo com os mapas, deveríamos ir para o Brasil", conta a empresária, cujo nome estampa uma das marcas mais chiques de design dos Estados Unidos. No segundo semestre, ela inaugura sua primeira loja no país.

Assim como Holly Hunt, algumas das maiores grifes de decoração mundiais têm encontrado no Brasil um mercado de luxo novo e promissor. Marcas como as italianas Natuzzi, Versace Home, Armani Home, Cassina e Poltronas Frau, responsável pelos interiores de carrões como Ferrari e Lamborghini, também decidiram apostar as fichas no aumento do poder de consumo brasileiro, enquanto tentam driblar a crise, principalmente no mercado europeu.

O segmento de móveis e decoração representa 9% do mercado de luxo no país, com faturamento de cerca de R$ 1,8 bilhão de acordo com os últimos estudos do setor. Em 2011, houve um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. Segundo empresários do ramo, isso se deve em parte à crise na Europa, que obrigou as empresas de lá a procurar novos mercados. Mas também há a percepção de que o público brasileiro se tornou mais sofisticado.

"O que acontece hoje no mercado de decoração é a mesma movimentação que já se viu no mercado de moda. Os estilistas foram apenas mais rápidos e audaciosos", diz a arquiteta Zize Zink.

A diferença agora é que, enquanto notórias grifes de alta-costura deixaram os antigos acordos de representação para abrir as suas próprias operações no Brasil, as principais marcas de design ainda parecem viver o primeiro momento.

O cenário esbarra na alta carga tributária e de importação do país. No setor, cerca de 66% das empresas apontam a tributação elevada como o principal obstáculo para suas operações. "Descobrimos que seria mais complexo do que imaginávamos", afirma Holly, que, como o estilista Giorgio Armani, arriscou montar uma operação própria por aqui. "Os preços refletirão os elevados impostos de importação, mas seremos competitivos."

Preços 

As peças chegam ao Brasil com preços muito superiores aos praticados em outros países. Muitas delas são feitas sob encomenda e têm preços sob consulta. Uma cadeira da Versace Home, por exemplo, chega a custar até R$ 150 mil, por se tratar de um item numerado e feito à mão. Já poltronas da Frau saem, em média, R$ 4 mil.

"Com essas marcas estabelecidas no Brasil, o consumidor agora tem assistência técnica e logística. Os preços são mais altos por causa da carga tributária, mas ainda é mais fácil do que fazer uma viagem para decorar a casa. Dá para ir escolhendo ao longo do processo", diz Raquel Silveira, idealizadora da Mostra Black, exposição de decoração que vai até o dia 9 de julho no complexo do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A organização estima que cerca de 30 mil pessoas passem pelo evento cujo ingresso custa R$ 100.

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