Greve: a Ryanair é a companhia aérea mais rentável da Europa e opera mais de 2 mil voos por dia. A empresa insiste que não vai mudar seu modelo de baixo custo (Wolfgang Rattay/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 08h34.
Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 13h51.
Dublin/Berlim - Uma greve de pilotos da Ryanair em cinco países da Europa atingiu os planos de viagem de 55 mil passageiros em plena temporada de férias de verão no continente.
Em resposta a sindicatos que estavam distribuindo avisos sobre a greve, a Ryanair anunciou cancelamentos de 250 voos nos últimos dias na Alemanha, 104 na Bélgica e outros 42 na Suécia e na Irlanda, onde cerca de um quarto seus pilotos estavam no quinto dia de paralisação.
A empresa, que conseguiu evitar greves generalizadas antes do Natal do ano passado ao concordar em reconhecer sindicatos pela primeira vez em sua história de 30 anos, não tem conseguido conter aumento nos protestos de trabalhadores contra lentidão no progresso de negociação de acordos trabalhistas coletivos.
A companhia espera que os 42 mil passageiros sejam afetados apenas na Alemanha, com a maior parte deles sendo transferida para outros voos da Ryanair.
Ingolf Schumacher, um negociador do sindicato alemão Vereinigung Cockpit, afirmou que os pilotos têm que estar preparados para "uma batalha muito longa" e que pode levar mesespara que a maior companhia aérea de baixo custo da Europa mude sua posição.
A greve é um dos maiores desafios enfrentados pelo presidente-executivo Michael O'Leary, que uma vez disse que ele preferia ter uma das mãos cortadas a reconhecer as demandas dos sindicatos e em outra ocasião suspendeu uma manifestação de carregadores de malas para ajudar a carregar um avião.
A greve superou os 300 voos por dia que a Ryanair teve de cancelar no mês passado, quando comissários na Bélgica, Portugal e Espanha promoveram paralisação de 48 horas.
A Ryanair é a companhia aérea mais rentável da Europa e opera mais de 2 mil voos por dia, atendendo 223 aeroportos em 37 países da Europa e norte da África. A empresa insiste que não vai mudar seu modelo de baixo custo que transformou a indústria.