GPA mantém plano estratégico apesar de turbulências recentes, diz CEO
Peter Estermann diz que o grupo Pão de Açúcar continuará monitorando a economia no 2º semestre e, se necessário, fará ajustes no planejamento
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2018 às 16h58.
São Paulo - As turbulências das últimas semanas no Brasil, incluindo a greve dos caminhoneiros , ainda não justificam mudanças no planejamento estratégico do Grupo Pão de Açúcar ( GPA ) para este ano, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da empresa, Peter Estermann.
"Não mudamos as premissas orçamentárias para esse ano por enquanto... nós temos potencial para recuperar esse pequeno impacto", afirmou a jornalistas às margens do Brazilian Retail Week 2018, citando a maior resiliência das operações de varejo alimentar.
Neste segmento, as cadeias mais afetadas pela paralisação dos caminhoneiros entre 21 e 31 de maio foram as de perecíveis e proteína animal, segundo o executivo. "A ruptura foi significativa, mas nada que não consigamos recuperar", concluiu.
No caso da Via Varejo, a rede de móveis e eletrodomésticos do GPA, ele destacou que todos os projetos estão em dia e por enquanto não se espera alterações no ritmo de abertura de lojas ou de investimentos.
"Sigo motivado de que vamos executar o que temos planejado", destacou. Estermann ponderou, contudo, que o GPA continuará monitorando de perto o comportamento da economia brasileira no segundo semestre e, se necessário, fará ajustes no planejamento.
As units da Via Varejo subiam 6,85 por cento por volta das 15:40 desta terça-feira, recuperando-se do tombo de mais de 5 por cento sofrido durante a greve de caminhoneiros e liderando a ponta positiva do Ibovespa, que cedia 0,14 por cento.
Na contramão, as ações preferenciais do GPA recuavam 1,07 por cento.
De acordo com Estermann, a expectativa para as vendas na Copa do Mundo é positiva tanto nas bandeiras do GPA --Extra, Assaí e Pão de Açúcar-- quanto nas da Via Varejo --PontoFrio e Casas Bahia. "Estamos bem preparados, com bom estoque", disse.
Via Varejo
Questionado sobre a saída de seis executivos da Via Varejo na última semana, sendo três da diretoria executiva, Estermann disse que a decisão buscou horizontalizar a operação.
Ainda segundo ele, um dos diretores-executivos, Vitor Fagá, saiu para assumir uma função no próprio GPA. Os outros dois, Marcelo Lopes e Luiz Henrique Vendramini, deixaram a empresa.
Com as mudanças, a diretoria executiva passa a ser composta por quatro pessoas, contra sete anteriormente. Além de Paulo Naliato (COO), Felipe Negrão (CFO e RI), Izabel Branco (RH e Sustentabilidade), a Via Varejo ainda está em processo de contratação de um "chief digital officer", que se encarregará de toda a parte de transformação digital.
Desde outubro de 2016, a rede de móveis e eletrodomésticos passa por um intenso processo de transformação digital do negócio que, segundo Estermann, deve avançar para "integração absoluta" das plataformas no segundo semestre deste ano.
"A Via Varejo está em uma trajetória de transformação intensiva e acreditamos que em 2020 seremos outra companhia", acrescentou o executivo, que até o fim de abril estava no comando da rede de móveis e eletrodomésticos.