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Goldman Sachs só vai fazer IPO de empresas com mulheres no conselho

A exigência, que começa a valer em julho, tem explicação: companhias que investem em diversidade de gênero tendem a ter resultados 15% acima da média

Goldman Sachs: dentre os 11 conselheiros, quatro são mulheres (Brendan McDermid/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 19h14.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 19h20.

São Paulo - A diversidade ganhou um grande aliado. O presidente do Goldman Sachs , David Solomon, disse que, a partir de julho, o banco só vai auxiliar empresas no lançamento de ações ( IPO , na sigla em inglês) que tenham ao menos uma pessoa "diversa" em seu conselho de administração. O foco, segundo ele, são mulheres.

A partir de 2021, o banco vai exigir que as empresas tenham dois conselheiros "diversos" para ajudá-las a fazer sua estreia no mercado acionário dos Estados Unidos e da Europa, afirmou em entrevista à CNBC, nesta quinta-feira (23). Atualmente, dentre os 11 conselheiros do banco americano, quatro são mulheres. No Brasil, Maria da Silva Bastos deixou o comando executivo da subsidiária, no fim do ano passado, para assumir a presidência do conselho consultivo.

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"Podemos até perder alguns negócios", declarou Solomon. "Mas no longo prazo acho que esse é o melhor conselho para as companhias que querem dar alto retorno a seus acionistas."

Nos últimos quatro anos, a performance de empresas nos Estados Unidos que tinham mulheres no conselho foi consideravelmente melhor do que as que tinham apenas homens, segundo Solomon. De fato,pesquisa da consultoria McKinsey concluiu que empresas que investem mais em diversidade de gênero tendem a ter resultados 15% acima da média dos concorrentes diretos.

Se a inclusão de mulheres é um desafio em todos os setores, no mercado financeiro chega a ser maior. É um ambiente conhecido, ainda hoje, pelas altas doses de truculência e machismo, cristalizadas em personagens como os do filme O Lobo de Wall Street.

Uma pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos americana Russell Reynolds com 339 executivos do setor financeiro em mais de 20 países, inclusive o Brasil, mostra que apenas metade deles acredita que seus líderes reconheçam políticas de diversidade. Em segmentos mais avançados no tema, como o setor governamental, o de ONGs e o de cultura, a proporção alcança até 87%. A pior pontuação do setor, no mercado financeiro, é a de reconhecimento e premiação de líderes inclusivos.

Uma pesquisa da Betania Tanure Associados feita para EXAME mostra que 26% das mulheres em cargos de liderança no setor financeiro veem que suas empresas estão iniciando a divulgação de esforços para inclusão e avanço da equidade de gênero, e 21% delas acreditam que essa já seja uma prática incorporada no dia a dia corporativo. Sobre equilíbrio em cargos de liderança, 15% acreditam que a empresa esteja iniciando essa prática, e 35% dizem que isso já é praticado.

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