Gol reduz prejuízo e ações sobem; empresa vê mais pressão
Companhia manteve sua estratégia de diminuir a oferta de voos para enfrentar os altos preços de combustível
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2014 às 15h01.
São Paulo - A Gol reduziu fortemente seu prejuízo no quarto trimestre e manteve sua estratégia de diminuir a oferta de voos para enfrentar os altos preços de combustível, mas ressaltou que os valores do querosene estão piores que o esperado no início de 2014.
A companhia aérea conseguiu diminuir em 3,5 por cento seus custos com combustível de aviação em 2013, com menor oferta de voos e programas de bônus para pilotos que consigam reduzir o consumo. Porém, enquanto o preço médio foi de 2,39 reais por litro no ano passado, a Gol espera um valor de 2,70 a 2,85 reais por litro para este ano.
"Observamos que há pressão de combustível maior que a prevista (neste início de ano)", afirmou o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, a jornalistas. "Enxergamos que deverá haver neste ano pressão adicional de custos de combustível, o que faz com que alguns voos se tornem inexistentes na baixa temporada." A companhia revisou pela segunda vez sua expectativa de oferta de voos domésticos em 2014, para recuo entre 1 e 3 por cento. A previsão inicial era de estabilidade.
Para o mercado internacional, por outro lado, a Gol espera elevar a oferta de voos em até 8 por cento, com o objetivo de elevar as receitas nessa frente. "Teremos expansão para novos mercados e aumento de frequência (para países onde já atuamos), que devemos anunciar ao longo do ano", disse Kakinoff, sem dar mais detalhes.
A Gol teve de outubro a dezembro o oitavo trimestre seguido de prejuízo, mas conseguiu reduzir a perda em 95,7 por cento na comparação com um ano antes, para 19,30 milhões de reais. No acumulado do ano passado, a companhia teve prejuízo líquido de 724,59 milhões de reais, menos da metade da perda de 1,51 bilhão de reais em 2012.
A linha final do resultado no último trimestre foi beneficiada por um aumento de quase 29 por cento na receita líquida, para 2,73 bilhões de reais, influenciada pelo aumento dos preços das passagens aéreas e avanço na taxa de ocupação das aeronaves. Os custos e despesas operacionais subiram num ritmo bem inferior, de 3,6 por cento, para 2,57 bilhões de reais.
O desempenho nos três meses até dezembro e de 2013 como um todo, que indicou continuidade do processo de recuperação da companhia, foi bem recebido por investidores. Às 13h38, as ações da Gol subiam 2,30 por cento, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,41 por cento.
"O resultado do quarto trimestre confirmou a capacidade da empresa de cumprir o seu 'guidance', mostrando, novamente, a destreza em entregar melhores resultados operacionais em meio a um cenário macroeconômico adverso", afirmou o analista Lenon Borges, da Ativa Corretora.
A Gol conseguiu em 2013 uma margem Ebit (sigla em inglês para lucro antes de juros e impostos) de 3 por cento, no teto de sua meta. Para 2014, a empresa projeta uma margem Ebit de 3 a 6 por cento.
O indicador de preços de passagens aéreas (yield) teve alta de 19 por cento no quarto trimestre sobre um ano antes, enquanto a receita por passageiro teve alta de 27 por cento.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar, na sigla em inglês) somou 552 milhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 43,7 milhões de reais em igual etapa de 2012.
O vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores da Gol, Edmar Lopes, ressaltou em teleconferência com analistas que o Ebitdar deve continuar crescendo em 2014, mas não no mesmo ritmo verificado no ano passado.
Segundo ele, o crescimento do Ebitdar deve favorecer uma desalavancagem, um dos focos da empresa para 2014. No fim de dezembro, a dívida líquida ajustada da Gol representava 4,9 vezes o Ebitdar.
Sobre o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's no começo desta semana, Lopes afirmou não ver efeitos para a Gol. "Uma companhia que tem rating 'B', como é o nosso caso, acaba sofrendo menos oscilação do que aquelas próximas do grau de investimento, que ficam mais sujeitas ao rating soberano." A posição da caixa da Gol no fim de 2013 estava em nível recorde de 3 bilhões de reais, ou 34 por cento da receita líquida do ano passado.
São Paulo - A Gol reduziu fortemente seu prejuízo no quarto trimestre e manteve sua estratégia de diminuir a oferta de voos para enfrentar os altos preços de combustível, mas ressaltou que os valores do querosene estão piores que o esperado no início de 2014.
A companhia aérea conseguiu diminuir em 3,5 por cento seus custos com combustível de aviação em 2013, com menor oferta de voos e programas de bônus para pilotos que consigam reduzir o consumo. Porém, enquanto o preço médio foi de 2,39 reais por litro no ano passado, a Gol espera um valor de 2,70 a 2,85 reais por litro para este ano.
"Observamos que há pressão de combustível maior que a prevista (neste início de ano)", afirmou o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, a jornalistas. "Enxergamos que deverá haver neste ano pressão adicional de custos de combustível, o que faz com que alguns voos se tornem inexistentes na baixa temporada." A companhia revisou pela segunda vez sua expectativa de oferta de voos domésticos em 2014, para recuo entre 1 e 3 por cento. A previsão inicial era de estabilidade.
Para o mercado internacional, por outro lado, a Gol espera elevar a oferta de voos em até 8 por cento, com o objetivo de elevar as receitas nessa frente. "Teremos expansão para novos mercados e aumento de frequência (para países onde já atuamos), que devemos anunciar ao longo do ano", disse Kakinoff, sem dar mais detalhes.
A Gol teve de outubro a dezembro o oitavo trimestre seguido de prejuízo, mas conseguiu reduzir a perda em 95,7 por cento na comparação com um ano antes, para 19,30 milhões de reais. No acumulado do ano passado, a companhia teve prejuízo líquido de 724,59 milhões de reais, menos da metade da perda de 1,51 bilhão de reais em 2012.
A linha final do resultado no último trimestre foi beneficiada por um aumento de quase 29 por cento na receita líquida, para 2,73 bilhões de reais, influenciada pelo aumento dos preços das passagens aéreas e avanço na taxa de ocupação das aeronaves. Os custos e despesas operacionais subiram num ritmo bem inferior, de 3,6 por cento, para 2,57 bilhões de reais.
O desempenho nos três meses até dezembro e de 2013 como um todo, que indicou continuidade do processo de recuperação da companhia, foi bem recebido por investidores. Às 13h38, as ações da Gol subiam 2,30 por cento, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,41 por cento.
"O resultado do quarto trimestre confirmou a capacidade da empresa de cumprir o seu 'guidance', mostrando, novamente, a destreza em entregar melhores resultados operacionais em meio a um cenário macroeconômico adverso", afirmou o analista Lenon Borges, da Ativa Corretora.
A Gol conseguiu em 2013 uma margem Ebit (sigla em inglês para lucro antes de juros e impostos) de 3 por cento, no teto de sua meta. Para 2014, a empresa projeta uma margem Ebit de 3 a 6 por cento.
O indicador de preços de passagens aéreas (yield) teve alta de 19 por cento no quarto trimestre sobre um ano antes, enquanto a receita por passageiro teve alta de 27 por cento.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar, na sigla em inglês) somou 552 milhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 43,7 milhões de reais em igual etapa de 2012.
O vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores da Gol, Edmar Lopes, ressaltou em teleconferência com analistas que o Ebitdar deve continuar crescendo em 2014, mas não no mesmo ritmo verificado no ano passado.
Segundo ele, o crescimento do Ebitdar deve favorecer uma desalavancagem, um dos focos da empresa para 2014. No fim de dezembro, a dívida líquida ajustada da Gol representava 4,9 vezes o Ebitdar.
Sobre o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de risco Standard & Poor's no começo desta semana, Lopes afirmou não ver efeitos para a Gol. "Uma companhia que tem rating 'B', como é o nosso caso, acaba sofrendo menos oscilação do que aquelas próximas do grau de investimento, que ficam mais sujeitas ao rating soberano." A posição da caixa da Gol no fim de 2013 estava em nível recorde de 3 bilhões de reais, ou 34 por cento da receita líquida do ano passado.