GOL prevê ano estável e moderniza frota
Com o cenário econômico mais difícil nos últimos dois anos, a GOL revisou sua frota e malha de voos para se adequar ao ambiente
Karin Salomão
Publicado em 11 de maio de 2017 às 08h00.
Última atualização em 11 de maio de 2017 às 12h40.
São Paulo - A GOL prevê que este ano será estável em termos de preço e demanda no mercado de viagens, depois de seguidas quedas. “Ainda não se vê um sinal claro de recuperação econômica, mas não há uma dinâmica de deterioração a cada trimestre em cima do anterior, como se via”, afirmou Paulo Kakinoff, presidente da aérea.
Com isso, a companhia pretende aumentar e modernizar a frota nos próximos anos, interrompendo a estratégia de reduzir número de aeronaves, capacidade e número de decolagens. A frota, que irá fechar 2017 com 115 aeronaves, deve chegar a 121 em 2018 e 124 em 2019.
Com o cenário econômico mais difícil nos últimos dois anos, a GOL revisou sua frota e malha de voos para se adequar ao ambiente. No último ano, a companhia se desfez de 15 aviões, devolvendo e subarrendando alguns.
Com a redução no número de aeronaves, também caiu o número de decolagens, que foi 13,6% menor no semestre.
Como consequência, a taxa de ocupação em cada aeronave aumentou em 2,1 pontos, para quase 79,6%. Elas também estão voando mais: a utilização das aeronaves subiu 16,7% no último ano, para 10,5 horas por dia.
Dessa forma, a GOL conseguiu diminuir o custo unitário por passageiro. É o menor custo da América Latina e, mundialmente, atrás apenas da Ryanair e Air Asia.
A devolução de aeronaves também impactou sua dívida. A alavancagem da companhia, ou a relação entre a dívida líquida ajustada e o Ebitdar, lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, fechou o semestre em 4,6 vezes, em comparação a 6,7 vezes no último trimestre do ano passado.
No trimestre, as tarifas médias aumentaram 2,6%. Além disso, alguns aviões também serão reconfigurados até 2018, para suportar 5% mais passageiros.
Renovação da frota
A companhia não pretende reduzir mais o número de aviões nos próximos trimestres. Pelo contrário, em 2018 ela planeja receber 5 novos Boeings 737 Max 8 e, em 2019, outros 3. Os novos Boeings 737 Max 8 têm um gasto de combustível 13% e um alcance maior. Com isso, daqui a dois anos ela espera uma frota de 124 - hoje são 116.
Além dos novos equipamentos, a companhia aérea está renovando os que já possui, com a instalação de Wi-Fi. A GOL também precisou fazer uma revisão rigorosa dos aviões que devolveu, aumentando os custos. Este ano a companhia também está realizando a manutenção de diversas aeronaves, que ficaram parados e sem gerar receita.
"Mas em julho e agosto esse custo [de manutenção] pode ser eliminado do sistema e voltaremos a ter menos aeronaves paradas", afirmou o diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Richard Freeman Lark Jr.