Negócios

Gol pedirá à Anac mais prazo para retomar slots da Varig

Prazo para que a Varig retome as rotas internacionais vence em julho, mas novo controlador quer estendê-lo

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Gol, que acabou de comprar a Varig por 320 milhões de dólares, vai pedir à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mais prazo para que a companhia retome os vôos internacionais. O prazo vencerá em julho, mas a Gol avalia que demorará cerca de um ano para ocupar todos os horários inoperantes da nova controlada. "A Anac tem a prerrogativa de retomar os slots (horários de pouso e decolagem em aeroportos) a partir de julho, mas vamos pleitear uma prorrogação de prazo. Entendemos que ela é necessária e beneficiará os consumidores", afirmou nesta quinta-feira (29/3) o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior.

Arrematada em julho do ano passado pela sua ex-controlada VarigLog, a nova Varig só recebeu autorização para voar em dezembro - a Cheta, Certificação de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo. Com a autorização, a Anac também determinou, na época, um prazo de 30 dias para que a companhia voltasse a operar as rotas nacionais, e de 180 dias para as internacionais.

Durante o encontro com os jornalistas, Constantino Júnior mostrou convicção de que a Anac aceitará o pedido e prorrogará o prazo. A manutenção dos slots é um ponto fundamental na estratégia do novo controlador, que deseja transformar a Varig em uma empresa de "baixo custo e longo alcance" - ou seja, capaz de operar rotas internacionais com uma boa margem de rentabilidade, a exemplo de companhias como a chinesa Oasis, que realiza vôos entre Hong Kong e Londres.

Inicialmente, a Varig contará com 12 rotas para o exterior. Para a Europa, os destinos serão Frankfurt, Londres, Madri, Milão e Paris. Na América do Norte, Miami, Nova York e Cidade do México; na América do Sul, Buenos Aires, Santiago, Bogotá e Caracas.

Novos aviões

A Gol também iniciou negociações com fabricantes de aviões e empresas de leasing para aumentar a frota da Varig rapidamente com aparelhos de segunda mão, mas ainda não tem um cronograma de entrada em operação das aeronaves. Atualmente, a Varig conta com 17 aeronaves. O objetivo da Gol é elevar esse número para 34 Boeings, sendo 20 do modelo 737 e 14 do modelo 767. O executivo descartou, porém, qualquer remanejamento de aeronaves da Gol para a Varig, sejam as que já estão em uso, sejam as que foram encomendadas à Boeing.

Constantino Júnior afirmou ainda que a nova Varig continuará buscando uma parceria internacional, como a que mantinha com a Star Alliance, um pool de companhias aéreas estrangeiras que lhe permitia conectar seus vôos aos dos parceiros e, dessa forma, apresentar uma gama maior de destinos aos clientes. "Vamos procurar possíveis alianças. Em vôos internacionais, isso é imprescindível", disse. O executivo declarou, porém, que ainda não há uma definição sobre o modelo de aliança que poderá fechar - nem se a Varig seria reintegrada à Star Alliance.

Nas rotas internacionais, a Varig passará a operar com duas classes - executiva e econômica. O serviço de bordo será simplificado e os vôos serão diretos, ao contrário dos da Gol, que também opera rotas internacionais, mas com várias escalas até o destino final.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Com BYD e Huawei, cresce presença de marcas chinesas em Dubai

Booking.com é multado em R$ 2,5 bi por práticas desleais à concorrência na Espanha

WePink inaugura primeira franquia nos Estados Unidos em plano de expansão internacional

Em busca de IA e receita diversificada, Eclipseworks adquire nScreen e projeta R$ 30 mi em 2024

Mais na Exame