Gol nega vazamento de informações em novo comunicado à CVM
Companhia afirma que compra da Varig foi conduzida "em sigilo absoluto"
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
A Gol negou qualquer vazamento de informações no processo que culminou na compra da Varig, anunciada nesta quarta-feira (28/3). A negativa consta do novo comunicado remetido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira (30/3). Segundo o ofício, "todas as discussões com a VRG [a nova Varig] e seus controladores com vistas a uma eventual aquisição do controle da VRG foram conduzidas e mantidas pela Gol e seus executivos em regime de sigilo".
A companhia afirmou, ainda, que desconhece qualquer outro motivo, além da compra da Varig, para que as ações da Gol apresentassem forte alta na quarta-feira, quando os papéis preferenciais subiram 4,17%. No mesmo dia, os papéis da velha Varig dispararam 10,28%. O movimento contrastou com o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, que encerrou o pregão em queda de 1,6%.
Segundo analistas, a alta foi causada por notícias veiculadas pela imprensa no fim de semana, afirmando que a Gol estava próxima de arrematar a concorrente. Nos dias seguintes, a CVM cobrou esclarecimentos da companhia e da Varig. A resposta da Gol foi considerada insatisfatória pela comissão. Ontem, a CVM ameaçou punir o diretor de Relações com Investidores da Gol, Richard Freeman Lark Jr., por falta de clareza nas informações prestadas. A punição poderá ser aplicada independentemente de se constatar um caso de informação privilegiada.
Na resposta enviada hoje à CVM, a companhia aérea nega também que tenha sido omissa na prestação de informações ao mercado. "A Gol acredita que envidou todos os esforços possíveis e exigíveis para assegurar o tratamento eqüitativo dos investidores em todos os mercados em que suas ações são negociadas", afirma a nota.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a CVM informou que ainda analisará o novo comunicado, antes de se pronunciar sobre a suficiência das informações prestadas. Caso a comissão decida punir o executivo da Gol, serão aplicadas as penalidades previstas em lei, que vão desde uma advertência formal, aplicação de multa, até a perda da habilitação para o exercício de funções que requeiram registro profissional junto à CVM.