Carro da Chevrolet, da General Motors: a GM pretende fabricar e vender os veículos na China, no Brasil, na Índia e no México (Daniel Acker/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2015 às 17h58.
Nova York - A fabricante americana de automóveis General Motors (GM) anunciou nesta terça-feira que investirá 5 bilhões de dólares para produzir uma nova linha de automóveis menores da Chevrolet, voltada para os países emergentes e desenvolvida com seu sócio chinês SAIC Motor.
A GM pretende fabricar e vender os veículos na China, no Brasil, na Índia e no México, além de exportá-los para outros países emergentes, excluindo os "mercados mais maduros", como o dos Estados Unidos. Pretende-se produzir 2 milhões de unidades por ano, com lançamento previsto para 2019.
A engenharia e o motor do novo veículo estão sendo desenvolvidos em conjunto com a estatal chinesa SAIC, sócia da GM na segunda maior economia do mundo.
A GM afirmou que a nova linha da Chevrolet substituirá várias ofertas existentes e que o programa se beneficiará das economias de escala globais, assim como da compra de autopeças em nível local.
"Com a maior parte do crescimento da indústria automotora fora dos mercados maduros, a Chevrolet está caminhando para capitalizar esse crescimento", afirmou o presidente da companhia, Dan Ammann, em um comunicado.
Um porta-voz da GM afirmou que parte do trabalho de desenvolvimento da nova linha será realizado pelo centro Pan Asia Technical Automotive Center, uma associação entre e a GM e a SAIC que abriu um novo centro de pesquisa e desenvolvimento em 2013 em Xangai.
O novo programa Chevrolet empregará "uma ampla gama de estilos", afirmou um porta-voz, acrescentando que ainda é cedo para analisar preços.
A nova linha terá novas tecnologias e se concentrará na conectividade, na segurança e na economia de combustível, acrescentou o vice-presidente-executivo da GM para o Desenvolvimento de Produtos Globais, Mark Reuss.
O grupo quer se diferenciar no mercado dos automóveis oferecidos atualmente nos mercados emergentes pelas marcas chinesas, pela russa Avtovaz (Lada, controlado pelo grupo Renault-Nissan) e pela japonesa Suzuki. A empresa alega que esses veículos são, frequentemente, equipados com tecnologias obsoletas.
O objetivo é "responder às mudanças das necessidades dos clientes nesses mercados (...) e nos beneficiarmos de seu crescimento", ressaltou Ammann.
Um passo 'lógico'
"O programa é um próximo passo muito lógico, após um progressivo avanço da GM na China", estimou o analista de Morningstar David Whiston. "Se houver um mercado forte lá, fará sentido transformá-lo em um 'hub' exportador", completou.
Whiston acredita em que a GM tem uma "grande oportunidade" no Sudeste Asiático, um território amplamente dominado por sua grande rival Toyota.
A notícia chega em um momento complicado para a China, com sua economia em desaceleração e com queda nas Bolsas desde meados de junho.
De qualquer modo, o programa de investimento apresentado nesta terça-feira ilustra a crescente importância dos mercados emergentes.
Os automóveis estão sendo desenvolvidos por uma equipe multinacional de engenheiros.