Desde a fusão em novembro de 2008, o objetivo declarado do grupo tem sido crescer internacionalmente (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2010 às 19h58.
São Paulo - O Itaú Unibanco prevê que em 2011 os resultados positivos da fusão ocorrida há dois anos vão começar a aparecer com mais força, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo do grupo.
Segundo ele, o grupo já concluiu cerca de 80 por cento do processo, mas que até agora isso tem aparecido de forma mais visível nos custos, tais como os 800 milhões de reais consumidos para integração da rede de agências.
Agora, à medida que esse processo se aproxima do final, os esforços internos usados para a integração passam a ser direcionados para conquistar clientes.
"Começa a sobrar braço e tempo para você fazer negócio", disse durante o Reuters Brazil Investment Summit.
Gastos maiores com integração de agências fizeram o banco reportar um lucro levemente menor do que o esperado por analistas no terceiro trimestre, mesmo com o crescimento e melhora do perfil de sua carteira de empréstimos.
O executivo reafirmou que o processo de expansão internacional, com foco exclusivo em América Latina, deve acontecer via aquisições, mas que o que tem sido ofertado até agora não está agradando.
Segundo ele, qualquer ativo importante que seja vendido na região fatalmente vai ser oferecido para o Itaú, já que o interesse do banco por compras na região é conhecido.
"Tem gente querendo vender coisa que a gente não quer comprar, por um preço também errado, então não adianta."
Desde a fusão em novembro de 2008, o objetivo declarado do grupo tem sido de aproveitar-se da maior musculatura financeira obtida com a fusão e crescer internacionalmente. A companhia, já presente no Chile, Uruguai e Paraguai e Argentina, também tem planos de operar no México. Mas Setubal descartou a hipótese de entrar no mercado africano.
Setubal previu que em 2011 a carteira de crédito do banco tenha um crescimento de cerca de 20 por cento, com destaque para os segmentos imobiliário, consignado, cartões de crédito e de pequena e média empresa.
Ele admitiu que o banco está atrasado nos financiamentos com desconto em folha de pagamento, segmento que considera "super interessante".
Fundos soberanos
O executivo informou ainda que o banco está sendo mandatado para administrar carteiras de fundos soberanos de países de regiões da Ásia e do Oriente Médio, com ativos do Brasil e da América Latina.
"Estamos próximos de ganhar alguns mandatos de fundos sovereign que querem investir no Brasil", afirmou.