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Gafisa prevê recuperação das margens no 2o semestre

Construtora teve queda de 79% no lucro no primeiro trimestre e acredita que recuperação não ocorrerá antes de julho

Prédios da Gafisa: recuperação a partir do segundo semestre (CLAUDIO ROSSI)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2011 às 13h40.

São Paulo - A construtora e incorporadora Gafisa deve sofrer efeitos da combinação entre menor ritmo de lançamentos em 2009 e elevada base comparativa com o ano passado, o que levou a uma queda de 79 por cento no lucro dos três primeiros meses do ano, também no atual trimestre.

"O segundo trimestre deve ser impactado por alguns dos mesmos fatores do primeiro. A partir da segunda metade do ano esperamos normalização, aumento de margens e redução do endividamento", disse em teleconferência nesta terça-feira o diretor-presidente da Gafisa, Wilson Amaral, que, conforme anunciado na véspera, deixará o cargo ocupado há cinco anos.

O ritmo de lançamentos foi prejudicado especialmente pelas complicações relacionadas à Tenda, cujo volume de entregas de unidades atrasadas ainda é bastante alto.

A empresa possui atualmente estoque referente à Tenda de cerca de 800 milhões de reais, equivalente a perto de 8 mil unidades. Segundo o diretor financeiro da Gafisa, Duilio Calciolari --que ocupará a presidência interinamente--, a venda de tais unidades pode ocorrer em entre oito e nove meses, em média. Já o volume de unidades a serem entregues, de 12 mil a 14 mil, deve ser concluído ainda este ano. "O volume de entregas será substancial esse ano", acrescentou.

O baixo volume de lançamentos realizados em 2009 --2,3 bilhões de reais contra 4,2 bilhões no ano anterior-- levou a Gafisa a registrar menor reconhecimento de receita em relação ao andamento da obra (POC) no trimestre passado.

Nos três primeiros meses deste ano, os lançamentos também desaceleraram, atingindo 513 milhões de reais, recuo de 27 por cento na comparação anual.

A Gafisa cumpriu 10 por cento da meta de lançamentos para este ano, que é de 5 bilhões a 5,6 bilhões de reais, e se diz confortável para encerrar o primeiro semestre com entre 30 e 40 por cento da projeção atingida.

A companhia já havia informado em meados de abril que as vendas contratadas caíram 4 por cento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 822 milhões de reais, também prejudicadas pelo baixo volume de lançamentos.

Com isso, a receita líquida foi de 800,4 milhões de reais nos três primeiros meses de 2011, queda de 11,8 por cento sobre igual período do ano passado.

Margem sob pressão

A Gafisa apresentou na noite de segunda-feira lucro líquido de 13,7 milhões de reais para o primeiro trimestre, uma queda na comparação anual de 79 por cento.

A geração de caixa operacional medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou 106,5 milhões de reais nos três meses até março, 36,8 por cento menor ante o mesmo intervalo de 2010. A margem caiu de 18,6 para 13,3 por cento.

Nesse sentido, Calciolari disse que a empresa espera ter margens apertadas também no segundo trimestre, afetada pelo legado de projetos da Tenda, além de projetos da Gafisa com margens reduzidas.

A melhora de margens, segundo ele, deve começar a acontecer no segundo semestre. A estimativa da companhia é de margem Ebitda entre 13 e 17 por cento no primeiro semestre, saltando para 20 a 24 por cento no acumulado de 2011.

Questionado sobre os fatores que levaram tanto à desaceleração de lançamentos quanto à queda de margem, o executivo afirmou que "faltou conhecimento" para operar em determinadas regiões do país.

"Durante o processo de expansão geográfica adotamos premissas de viabilidade de projetos... A segurança que incluímos nos estudos não foi suficiente para entregar a margem normalmente requerida", disse ele, acrescentando que "operar naquelas regiões foi mais difícil do que imaginávamos".

O saldo de receitas a apropriar pela companhia estava em 4,06 bilhões de reais no final de março, aumento de 38 por cento em 12 meses.

A Gafisa entregou 3.060 unidades no primeiro trimestre, número que deve chegar a 25 mil no final de 2011.

As ações da construtora chegaram a cair mais de 3 por cento no início desta terça-feira. Às 13h22, os papéis recuavam 0,93 por cento, enquanto o Ibovespa subia 0,32 por cento.

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São Paulo - A construtora e incorporadora Gafisa deve sofrer efeitos da combinação entre menor ritmo de lançamentos em 2009 e elevada base comparativa com o ano passado, o que levou a uma queda de 79 por cento no lucro dos três primeiros meses do ano, também no atual trimestre.

"O segundo trimestre deve ser impactado por alguns dos mesmos fatores do primeiro. A partir da segunda metade do ano esperamos normalização, aumento de margens e redução do endividamento", disse em teleconferência nesta terça-feira o diretor-presidente da Gafisa, Wilson Amaral, que, conforme anunciado na véspera, deixará o cargo ocupado há cinco anos.

O ritmo de lançamentos foi prejudicado especialmente pelas complicações relacionadas à Tenda, cujo volume de entregas de unidades atrasadas ainda é bastante alto.

A empresa possui atualmente estoque referente à Tenda de cerca de 800 milhões de reais, equivalente a perto de 8 mil unidades. Segundo o diretor financeiro da Gafisa, Duilio Calciolari --que ocupará a presidência interinamente--, a venda de tais unidades pode ocorrer em entre oito e nove meses, em média. Já o volume de unidades a serem entregues, de 12 mil a 14 mil, deve ser concluído ainda este ano. "O volume de entregas será substancial esse ano", acrescentou.

O baixo volume de lançamentos realizados em 2009 --2,3 bilhões de reais contra 4,2 bilhões no ano anterior-- levou a Gafisa a registrar menor reconhecimento de receita em relação ao andamento da obra (POC) no trimestre passado.

Nos três primeiros meses deste ano, os lançamentos também desaceleraram, atingindo 513 milhões de reais, recuo de 27 por cento na comparação anual.

A Gafisa cumpriu 10 por cento da meta de lançamentos para este ano, que é de 5 bilhões a 5,6 bilhões de reais, e se diz confortável para encerrar o primeiro semestre com entre 30 e 40 por cento da projeção atingida.

A companhia já havia informado em meados de abril que as vendas contratadas caíram 4 por cento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 822 milhões de reais, também prejudicadas pelo baixo volume de lançamentos.

Com isso, a receita líquida foi de 800,4 milhões de reais nos três primeiros meses de 2011, queda de 11,8 por cento sobre igual período do ano passado.

Margem sob pressão

A Gafisa apresentou na noite de segunda-feira lucro líquido de 13,7 milhões de reais para o primeiro trimestre, uma queda na comparação anual de 79 por cento.

A geração de caixa operacional medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou 106,5 milhões de reais nos três meses até março, 36,8 por cento menor ante o mesmo intervalo de 2010. A margem caiu de 18,6 para 13,3 por cento.

Nesse sentido, Calciolari disse que a empresa espera ter margens apertadas também no segundo trimestre, afetada pelo legado de projetos da Tenda, além de projetos da Gafisa com margens reduzidas.

A melhora de margens, segundo ele, deve começar a acontecer no segundo semestre. A estimativa da companhia é de margem Ebitda entre 13 e 17 por cento no primeiro semestre, saltando para 20 a 24 por cento no acumulado de 2011.

Questionado sobre os fatores que levaram tanto à desaceleração de lançamentos quanto à queda de margem, o executivo afirmou que "faltou conhecimento" para operar em determinadas regiões do país.

"Durante o processo de expansão geográfica adotamos premissas de viabilidade de projetos... A segurança que incluímos nos estudos não foi suficiente para entregar a margem normalmente requerida", disse ele, acrescentando que "operar naquelas regiões foi mais difícil do que imaginávamos".

O saldo de receitas a apropriar pela companhia estava em 4,06 bilhões de reais no final de março, aumento de 38 por cento em 12 meses.

A Gafisa entregou 3.060 unidades no primeiro trimestre, número que deve chegar a 25 mil no final de 2011.

As ações da construtora chegaram a cair mais de 3 por cento no início desta terça-feira. Às 13h22, os papéis recuavam 0,93 por cento, enquanto o Ibovespa subia 0,32 por cento.

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