P30 Pro: com bloqueio do Google, celular topo de linha da Huawei pode parar de ter atualizações do Android (Lucas Agrela/Site Exame)
AFP
Publicado em 19 de maio de 2019 às 12h07.
A grande companhia chinesa de telefonia móvel está preparada para resistir à pressão de Washington e reduzir sua dependência de componentes americanos, disse seu fundador à imprensa japonesa.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump proibiu na quarta-feira que empresas de seu país usem equipamentos de telecomunicações de empresas estrangeiras, um movimento que parece apontar para a Huawei.
"Estávamos nos preparando para isso", disse o fundador e CEO da empresa, Ren Zhengfei, a um grupo de jornalistas japoneses no sábado, em sua primeira reação pública à decisão de Trump.
Ren afirmou que a Huawei continuará a desenvolver seus próprios componentes para reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros. A Huawei lidera a corrida na tecnologia 5G, mas depende de fornecedores estrangeiros.
A cada ano gasta 67 bilhões de dólares em componentes, incluindo 11 bilhões com fornecedores americanos, segundo o jornal japonês The Nikkei.
O discreto Ren, de 74 anos, entrou na briga nos últimos meses, coincidindo com o aumento da pressão sobre sua empresa. O passado militar de Ren e a opacidade da Huawei suscitaram suspeitas em alguns países de que existem ligações entre a companhia e os serviços militares e de inteligência de seu país.
As agências americanas já estavam proibidas de comprar equipamentos da Huawei. "Não fizemos nada que viole a lei", argumentou Ren, estimando que as medidas americanas terão impacto limitado. "O crescimento da Huawei deverá desacelerar, mas apenas ligeiramente", afirmou, segundo The Nikkei.
"Nós não vamos mudar a nossa gestão a pedido dos Estados Unidos, nem vamos aceitar a vigilância, como a ZTE fez", disse ele, referindo-se a outra empresa chinesa alvo de Washington.
A ZTE quase faliu no ano passado quando o governo americano proibiu as empresas de seu país de vender a ela componentes vitais, mas Trump revogou a decisão em troca de uma multa de US$ 1 bilhão e supervisão do Departamento de Comércio.