Fortunas dos bilionários aumentaram em 121% em 10 anos, diz estudo da UBS
Tecnologia, indústria e materiais são as áreas que mais têm gerado novos bilionários
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 16h09.
Última atualização em 6 de dezembro de 2024 às 18h38.
Os bilionários do mundo viram suas fortunas crescerem 121% na última década, segundo o estudo UBS Billionaire Ambitions Report publicado nesta sexta-feira, 6. A riqueza total deles foi de US$ 6,3 trilhões para US$ 14 trilhões em dez anos — e, durante esse período, o número de bilionários cresceu mais de 50%, indo de 1.757 para 2.682.
Em 2024, em um período de 12 meses marcado por mercados acionários positivos, a riqueza dos bilionários alcançou um novo recorde. O aumento foi impulsionado, principalmente, por uma surge no patrimônio líquido dos bilionários de tecnologia dos Estados Unidos, que lideraram o crescimento global.
A riqueza total dos bilionários cresceu 16,5%, atingindo US$ 14,0 trilhões nesse ano. O desempenho superou o Índice MSCI AC World de ações globais, que subiu 15,5%. Tecnologia, indústria e materiais são as áreas que mais têm gerado novos bilionários e ampliado a concentração de riqueza, especialmente com o crescente impacto de inovações como a inteligência artificial (IA) e a transição para a energia verde.
Magnatas da tecnologia
A riqueza dos bilionários de tecnologia foi a que mais cresceu nas últimas décadas, registrando um aumento tríplice desde 2015. De US$ 788,9 bilhões em 2015, o patrimônio desses bilionários saltou para US$ 2,4 trilhões em 2024. Esse crescimento acelerado reflete o impacto de empresas tecnológicas que dominaram diversos mercados globais, com destaque para áreas como e-commerce, redes sociais e pagamentos digitais.
Nos primeiros anos desse período, os bilionários dessa categoria foram pioneiros na comercialização de plataformas que transformaram a maneira como as pessoas compram, se comunicam e realizam transações financeiras.
Com o tempo, novas ondas de inovação permitiram que esses empreendedores também liderassem o boom da inteligência artificial generativa, além de desenvolverem novas tecnologias em campos como cibersegurança, fintech, impressão 3D e robótica. O avanço acelerado desses setores não apenas aumentou a riqueza dos bilionários, mas também moldou a economia global de maneira irreversível, com empresas como Google, Amazon, Meta e Tesla surgindo como gigantes dominantes.
Crescimento na China
O maior crescimento nas fortunas bilionárias do mundo aconteceu na China.
A riqueza dos bilionários chineses mais que dobrou entre 2015 e 2020, crescendo 137,6%, de US$ 887,3 bilhões para US$ 2,1 trilhões. Desde então, houve uma queda de 16%, reduzindo o valor para US$ 1,8 trilhão. No entanto, o número de bilionários no país permanece estável. O total de indivíduos passou de 339 em 2015 para 496 em 2020, e chegou a 501 em 2024.
A China se destaca, no entanto, pela alta taxa de rotatividade: indivíduos entram e saem da lista de bilionários em números praticamente iguais nos últimos anos. Ao contrário de outras regiões, cerca de um terço dos bilionários chineses têm patrimônios ligeiramente superiores a um bilhão de dólares, o que significa que uma pequena queda no preço das ações pode reduzir seu patrimônio abaixo desse valor.
Presença feminina cresce, mas devagar
De 2015 a 2024, o número de bilionárias aumentou de 190 para 344, um crescimento de 81%. A alta foi liderada principalmente por mulheres autossuficientes, ou seja, aquelas que construíram suas fortunas sozinhas. Em contraste, o número de bilionários masculinos cresceu 49%, alcançando 2.338 em 2024. Embora o número de bilionárias ainda seja significativamente menor, o ritmo de crescimento das mulheres superou o dos homens nesse período.
Do ponto de vista da riqueza, os ativos das bilionárias cresceram impressionantes 153%, atingindo US$ 1,7 trilhão. Esse aumento superou o crescimento dos ativos dos bilionários masculinos, que subiram 117%, totalizando US$ 12,3 trilhões. Apesar disso, os homens ainda dominam quando se trata de riqueza média. A média de riqueza dos bilionários masculinos aumentou 45%, chegando a US$ 5,3 bilhões, enquanto a média das mulheres bilionárias subiu 40%, alcançando US$ 4,8 bilhões.